10.

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Harry mal sente quando Louis o segura pela mão e o guia em direção a cama, onde o senta delicadamente, antes de se sentar ao seu lado e o abraçar.

— Você não precisa vê-la, se não quiser — murmura Louis enquanto passa a mão suavemente por seus cabelos. — Posso pedir para alguém avisar que você não pode atendê-la e nós ficaremos aqui no quarto.

Ele não responde, apenas fecha os olhos e tenta se concentrar na sensação dos braços de Louis o abraçando, seu cheiro e as batidas de seu coração.

— Eu imaginei... — começa Harry com um sussurro. — Eu imaginei o momento em que eu iria encontrá-la novamente tantas vezes. Pensava no que iria dizer, se iria chorar. Se seria com a aceitação dela ou a minha desistência.

Louis não diz nada, apenas espera que ele continue e Harry se sente grato por isso... por essa sensação de ter todo o tempo do mundo para colocar aquilo para fora.

— Teve uma vez, que eu quase liguei e disse que era hétero — continua engolindo em seco. — Eu apenas estava me sentindo tão sozinho, tão triste, que pensei "hey, eu poderia mentir, e tudo voltaria a ser como era antes", mas isso significava mentir para o resto da minha vida e eu não seria feliz.

Harry se afasta de Louis para conseguir o encarar.

— Eu percebi que poderia encontrar felicidade sem ela, mas não achei iria realmente acontecer.

Louis coloca sua mão no rosto de Harry e sorri para ele.

— Eu também fiquei feliz por você estar aqui — diz Louis já entendendo o que ele quis dizer, antes de se inclinar para o beijar. — Vem, vou preparar um banho relaxante para você, e depois nós vamos encontrar com ela.

Ele deixa que Louis o distrai contando sobre o Ano Novo, enquanto enche a banheira.

E pela próxima hora, Harry se permite viver apenas aquele momento, afastando todo o resto de sua mente.

[...]

Quando sua mãe realmente aparece na sua frente, Harry leva um momento para absorver tudo e pensar que aquela é a sua vida. Que a mulher descendo do carro é a sua mãe, a pessoa pela qual ele passou anos esperando que o acolhesse.

Louis fica parado ao seu lado, fazendo o seu melhor para disfarçar a carranca. Quando Harry segura sua mão, sua expressão se suaviza um pouco.

Harry gosta tanto dele. De tudo sobre ele. E se pergunta se pode ser amor.

A mãe de Louis é a primeira a cumprimentar a mãe de Harry, Anne. As duas conversam rapidamente enquanto Anne aponta para o porta-malas, mas Jay a ignora e se vira na direção de Louis e Harry.

— Boa, mãe — diz Louis se referindo a Jay ter impedido a mãe de Harry de tirar suas malas do carro.

Ele soa tão travesso dizendo isso e Harry apenas fica parado, se deixando encantar mais um pouco, porque em seu coração ele sabe que é tarde demais.

Louis não se move enquanto Harry não decide dar o primeiro passo, em direção a sua mãe. Ele estava esperando que Jay a convidasse para entrar, mas esta parece estar esperando que Harry tome essa decisão.

Parece que vamos ficar mais um pouco na neve, pensa consigo mesmo, enquanto desce as escadas na direção das duas mulheres.

A mão de Louis aperta a sua. Harry a aperta de volta.

— Harry! Meu filho lindo! — Exclama sua mãe o puxando para o mais desconfortável dos abraços, fazendo-o soltar a mão de Louis, ainda que não chegue a retribuir o gesto. — Senti tantas saudades.

the most wonderful time (of the year)Onde histórias criam vida. Descubra agora