Free Souls □ Charlie Weasley

《03》

Estava na aula de Astronomia quando Profesora McGonagall me chamou. Quando ela perguntou se podia me retirar da sala pensei em mil coisas que poderia ter feito de errado.

— Algum problema Professora? – perguntei aflita.

— O Diretor quer conversar com você Lima.

— Fiz algo errado?

— Entre e irá descobrir — ela não tinha expressão alguma.

Enquanto andávamos pensei em várias frases para serem ditas dependendo da pergunta, até algumas mentiras. Preciso ter argumentos bons caso seja injustiçada, ou pior expulsa.

E lá estava ele, sentado em sua cadeira. Ele olhou para Minerva e foi oque bastou para ela se retirar.

— Olá Helena – ele falou calmo.

— Olá Diretor, algum problema? – perguntei sendo direta, a curiosidade estava me matando na mesma intensidade do medo.

— Apenas um – me olhou fixamente – Tem algo para me contar?

— Por que teria, Senhor diretor?

— Você está distante ultimamente. –  claramente estava tentando tirar algo de mim.

— Na verdade estou muito focada nos meus objetivos. – estava surpresa com a firmeza de minhas palavras.

— E qual seria eles Lima?

— São assuntos pessoais Diretor.

— Eu te acho muito inteligente Helena, realmente sua mente é brilhante. Más não devemos sobrecarregar nossa cabeça, ela acaba ficando lenta. – ele se levantou e andou em direção a janela enquanto falava.

— Concordo, porém todos temos coisas a esconder.

— Quando o chapéu seletor ficou em dúvida entre te colocar na Corvinal ou na Lufa-Lufa eu vi que você realmente não ligava, você estava feliz só por estar aqui. E é oque quero que todos sintam em Hogwarts. – ele me direcionou um olhar sério – Você tem um coração bom e puro, então sei que vai ajudar se alguém precisar. Confio em você.

Um silêncio caiu sobre a sala. Os dois sabiam oque o outro estava falando, porém se comunicavam com códigos.

— Pode se retirar Lima.

                                 ❁

Respirei fundo depois que sai da sala. É  claro que se alguém estivesse em apuros eu ajudaria, afinal foi isso que fiz com Potter.

Ainda não era a hora certa para falar disso com alguém. Trabalhar sozinha sempre deu certo, nunca fui limitada a nada e é assim que vai continuar sendo por enquanto.

— Ei – ouço me chamarem. Então me viro e vejo um ruivo.

— Precisa de ajuda? – pergunto já que ele ficou só me encarando.

— Não, não é só que – colocou as mãos no bolso de sua calça – você é a menina daquela dia, a admiradora de dragões.

— Sou a Helena – estendi a mão – e você é o Charlie, certo?

— Isso. – correspondeu ao meu gesto.

— Oque faz aqui? – perguntei depois de soltar sua mão – em Hogwarts.

— Curiosa, tinha que ser Corvina – deu uma risada de lado.

— Isso por a caso é um insulto à minha casa?

— Não é um insulto, é apenas um fato.

— Jugar por estereótipos, tinha que ser Grifinório – falei após soltar um riso anasalado.

— Em horário de aula está nos corredores? Não está sendo fiel a sua casa. – abriu um sorriso.

— Vou voltar para minhas aulas – falei me virando.

— A gente se esbarra por aí – ouvi enquanto me afastava.

— Jamais! – escultei a risada do ruivo mesmo de longe.

Sempre gostei dos Weasleys, porém nunca tive contato direto com os mais velhos. Todos da escola conhecia Charlie, ele era um dos melhores apanhadores da Grifinória oque Ron nunca deixava ninguém esquecer.

Fazia uns dias que a carta de Molly tinha chegado e ainda não respondi. Resolvi que vou aceitar, afinal minha mãe vai passar o Natal no Brasil com minha irmã como todos os anos e eu só este ano vou sair de Hogwarts nessa data. Ver Filch e os mesmos alunos todo Natal é extremamente entediante.

Voltei as aulas e estudei até voltar para a sala comunal e finalmente responder a carta.

                               ❁

Estava me preparando para dormir quando aconteceu de novo, mais uma visão. Era um feto, embrulhado em uma coberta pequena. Era horrendo, estava na poltrona de uma sala escura com uma lareira por perto. Ele parecia estar com frio, porém o mais estranho é que quando ele virou vi seu rosto e era claramente um bebê defeituoso, sua face se parecia com de um réptil.

Quando a visão passou fiquei em completo choque, era assustador. Me dei conta que não ia dormir bem essa noite,  não conseguia de jeito algum fechar os olhos sem lembrar daquela coisa. Meus olhos ardiam de sono quando tive uma ideia genial, eu tinha que ir para a cozinha! Más como eu iria sem fazer barulho ou ser pega? Então começei a pedir mentalmente para de que de algum jeito mágico me levasse para lá.

Nada acontecia, então me sentei na cama e começei a implorar ao universo com a voz bem baixinha para me levar para cozinha para pelo menos beber uma água. Começei a levar a sério e me concentrar, visualizei a cozinha toda até os pequenos detalhes. Até sentir uma energia boa de conforto que só a cozinha me trazia.

Não era possível aparatar no terreno de Hogwarts, más seria possível se teletransportar?

A resposta é sim.

  Oi pessoal! Eu sei que demorei para postar esse capítulo, más em compensação resolvi mudar um pouco o design dos capítulos. Como é minha primeira fanfic estou meio deslocada e preciso da opinião de vocês. É isso até a proxima.🔮