Evangeline espera alguns dias, quando seu pai estava fora trabalhando, ela ocupa-se da secreta missão, de enviar a sua candidatura pelo correio.
Já tinha tomado todas as medidas necessárias: preenchido o formulário, anexado as partituras nos padrões exigidos, e guardado as duzentas libras em um envelope selado (não queria que o dinheiro se perdesse pelo caminho!).
Quando ela, a irmã e a mãe, foram à cidade naquele dia, para comprar novas roupas de cama, Evangeline tinha um plano de pedir para ir ao toalete e sumir por alguns minutos. Era o tempo suficiente para ir caminhando até o correio, que ficava ali perto, e fazer todos os trâmites necessários para enviar sua proposta.
Sabia que o correio cobraria uma taxa para mandar seu pacote, então também levava consigo algum dinheiro, além do que Polly, generosa e secretamente, a doara.
As três foram até a cidade, de carruagem, e entraram na loja de tecidos da cidade. A loja era pequena, e tinha uma vitrine com manequins e tecidos de todas as cores. Quando passaram pela porta, um sino anunciou sua chegada, e logo um vendedor, calvo e baixinho, de gravata borboleta e suspensórios veio ao seu encontro:
― Ora, mas se não é a sra. Bordeaux! ― ele exclama, encantado.
Celia responde com um riso alegre, e o vendedor beija sua mão, como cumprimento.
― Ah, e trouxe as suas belas filhas. Como vai? ― Ele sauda, com um aceno de cabeça.
Polly e Evangeline respondem, acenando a cabeça de volta, e dobrando levemente os joelhos, em reverência.
― No que posso ajudá-las hoje?
― Estou a procura de uma nova toalha de mesa. Estamos recebendo pessoas importantes na nossa casa, e sinto que nossas toalhas de mesa já estão fora de moda. ― Celia responde.
― Certamente. Por aqui.
As três caminham pelas prateleiras e balaios da loja, e vão até o fundo, onde o vendedor começa a expor as mais novas peças, e as mais compradas.
― Oh! os Jamersons usam essa toalha de mesa? ― Celia indaga, impressionada, quando o vendedor conta o tecido que uma das famílias mais respeitadas da elite usavam. ― talvez me recordo de ter visto uma dessas durante a ceia de natal...
― Sim, muito requinte, não acha?
― Certamente... O que acharam, Polly, Evangeline?
Evangeline, que estava distraída, pensando em que momento seria o melhor para escapar, sente sua irmã puxar a manga do seu vestido, pedindo para que prestasse atenção.
― Hã? ― Ela reage, distraída ― Ah sim, é bonito. ― opina, com desânimo.
― Bonito? Só isso? Preciso de mais do que isso para uma decisão tão importante. ― Protesta a mãe, incomodada. ― O que acha Polly?
― De muito bom gosto, mamãe. ― Polly responde.
― Pois então será esse. ― Celia conclui ― mande embalar, por favor.
― Ahm, mãe ― Evangeline intervém ― eu preciso ir ao toalete, volto em alguns minutos, sim?
― Está certo. Não demore. Escolherei algumas roupas de cama, mas não devo demorar muito.
― Está bem.
Evangeline então, segue seu caminho destinada a cumprir sua empreitada.
Ela segue até a parte frontal da loja, fingindo ir na direção do banheiro e quando sua mãe não estava olhando, ela sai pela porta e anda depressa pela calçada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Irmã da Noiva
RomanceEvangeline nunca entendeu como sua irmã mais velha, Polly, poderia se sentir, não só tranquila, como animada, para se tornar noiva de um rapaz que nem conhecia. Criada à sombra da irmã, que era bela e tinha todas as qualidades de uma perfeita esposa...