Hirai Momo.

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Dor e enjôo.

Era dessa forma que Minatozaki Sana estava se sentindo ao despertar naquela manhã, parecia que um caminhão havia passado por cima de seu corpo, várias e várias vezes. Seus ossos estavam moídos. Quando abriu os olhos, sentiu como se agulhas atravessassem sua íris castanha, olhou rapidamente o tecido ao qual dormira agarrada, novamente seu coração se comprimiu, lembrou das ações idiotas que estava tomando durante todo esse tempo.

"Egoísta"

Ao se sentar na cama, vasculhou o cômodo e logo tomou um susto ao avistar Nayeon sentada ao chão, bem ao lado de onde estava, ela abraçava seus próprios joelhos e tinha os olhos levemente avermelhados.

– Nay? — chamou e não obteve resposta. A ruiva parecia absorta, o corpo estava presente, porém sua mente certamente vagava por outro lugar. Sana pode notar que ela continha olheiras, suas bochechas levemente marcadas pelas lágrimas secas, e presumiu que sua amiga tinha virado a noite em pensamentos, pois ainda trajava roupas de sair, as mesmas do dia anterior.

Se levantou e se abaixou em frente a Nayeon, levou as mãos até às bochechas gordinhas dela, fazendo assim a menor finalmente lhe olhar, e seu coração quebrou mais uma vez ao encarar os olhos cheios de melancolia da coreana.

– Estou aqui, meu amor — a ruiva agarrou a sua blusa enterrando seu rosto no peito de Sana, o choro era silencioso mas dava pra sentir as lágrimas molhando o tecido. – Você não tem que sofrer assim, sozinha.

– Eu a perdi, Sana — as palavras saíram abafadas pela blusa, mas conseguia compreender e sentir i sofrimento contido nelas. – Eu perdi a mulher da minha vida...

A castanha suspirou pesadamente, diferente de si, Nayeon tinha um motivo nobre para ter acabado com seu relacionamento, mas ela sabia que a coreana se arrependia todos os dias por tal escolha, afinal, de nada adiantava agora pois não conseguiria ter a mulher que amava novamente.

– Nay, por que você não tenta conversar com ela, explicar seus motivos...

A ruiva suspirou pesadamente levantando seu rosto que encontrava-se uma bagunça, vermelho e marcado pelas grossas lágrimas.

– Ela já sabe... — levou as mãos até seu rosto novamente. – Por isso dói tanto, independente dos meus motivos, ela jamais vai me perdoar, nem eu me perdôo por ter deixado ela daquele jeito!

Sana respirou pesadamente, não havia palavras para aquele momento, só ficou sentada ao lado de sua amiga escutando ela desabafar e colocar sua tristeza para fora. Refletindo sobre os acontecimentos, a japonesa também queria chorar, o que estava fazendo de sua vida?

Era uma mulher insegura e tóxica, não conseguia superar seu antigo relacionamento mas também não deixava sua ex lhe superar, o quão infantil e mesquinha ela havia se tornado?

– Tzuyu apareceu aqui ontem. — não precisou olhar na direção de Nayeon, estava prestando atenção em suas palavras – Sana, por favor, pare de brincar dessa maneira com a Dah, ela não merece sofrer assim!

Fechando os olhos, a loira sentiu suas lágrimas finalmente serem liberadas, seu coração sangrava ao ter a súbita realidade de saber que fazia Dahyun sofrer novamente, ela deveria receber o prêmio por bater o recorde de tantas vezes que fez a Kim chorar por sua causa, simplesmente lamentável.

– Shiba, eu sei que você ama aquela branquela ainda, mas ou você fica saudável e tenta concertar as coisas, ou você deixa ela seguir com a vida dela se você...

Novamente aquela realidade, como poderia deixá-la ir? Sentia raiva, de si mesma, quem ama realmente, abre mão de seu amor apenas para vê-lo ser feliz, mas Sana não era madura o suficiente para agir daquela maneira, ainda era a mesma adolescente infantil que brigava com Dahyun por coisas inúteis, sentia ciúmes de qualquer interação boba, ainda era a mesma japonesa insegura que tinha medo de ser abandonada mesmo que a Kim nunca tivesse lhe dado motivos para se sentir assim.

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⏰ Última atualização: Apr 14 ⏰

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