Nocaute.

Um começo

Hinata andava calmamente pelos corredores da ala da UTI para bebés prematuros, onde ela era a pediatra chefe, já fazia alguns anos que ela trabalhava no complexo hospitalar Senju.

Tsunade Senju foi professora e também era diretora do hospital, além de Hinata, Ino era uma cardiologista, Sakura era uma neurocirurgiã. As três eram inseparáveis e juntas com Temari Nara, que era fisioterapeuta, elas formavam o quarteto fantástico do hospital. Além de suas carreiras brilhantes elas eram mulheres lindas, loucas e, mesmo que elas não notassem ou fingissem não notar, eram invejadas, afinal todas vinham de famílias muito ricas, mas elas amavam o que faziam e não muito ligavam para o status que foram dado a elas por alguns tabloides e sites de fofoca de mulheres mais belas e ricas do Japão. Elas eram casadas com homens magníficos, de boa aparência e de boa família, o que só fazia aumentar o assédio que elas sofriam.

Assim que Hinata chegou na sala para finalizar às fichas do dia ouviu uma batida na porta, franziu o cenho, mas disse com a voz serena e o rosto calmo.

- Pode entrar.

- Olá Hinata, seu plantão já acabou,posso levar as fichas? - arrumou as fixas na mão e estendeu na direção da ruiva, dando um leve sorriso simpático para a mulher.

-  Claro Karin, obrigada.

- Que carinha é esta? - perguntou com a voz genuinamente preocupada, ela não sabia que estava transparecendo tanto o que sentia, se considerava na maioria das vezes uma boa atriz, mas aparentemente para a ruiva ela era um livro aberto. - Você não deveria estar indo para a arena? Todos ficaram loucos se você se atrasar. 

- Eu tenho algum tempo ainda. - preferiu não responder o primeiro questionamento, talvez porque ela não saberia explicar ou talvez por medo de desmoronar assim que abrisse a boca e a primeira palavra saisse - E, sabe me dizer se Sakura já foi?

- Sim, ela foi logo após o almoço, sabe como ela fica elétrica em dias de lutas.

- Sim, é mesmo. - deu um sorriso gentil, tentando por tudo que é maneira desviar o foco da ruiva.

- Bom já estou de saída meu plantão já acabou à alguns minutos, então te vejo lá. 

- Claro, até mais. - deu um tchauzinho com a mão direita, e a outra fez o mesmo enquanto se virava para ir embora, porém ela parou assim que abriu a porta e, ainda de costas, disse para a de olhos perolados.

- Hinata, por favor, não se atrase. Não quero ver meu primo todo machucado.

- Pode deixar, não vou não.

Quando a porta se fechou e Hinata se viu sozinha em sua sala, sentou-se em sua cadeira apoiando sua cabeça para trás, afinal andava tão cansada de tudo, respirou fundo, soltando o ar com força, como se com aquele ato ela jogasse para fora todo aquele sentimento que a sufocava e fazia uma agonia enorme se instalar em seu peito. 

Vagou com os olhos por sobre sua mesa onde ficava vários porta retratos, havia fotos dela com os amigos logo após a descoberta do acordo, do casamento deles, de seus pais e irmãos e do seu casamento, vestida em um vestido longo branco simples, porém muito bonito, com uma renda delicada, em seu pescoço havia um colar com pequenas pedras de diamante, presente de casamento dado pelo seu, na época, noivo. 

O brilho do pequeno brilhante no centro do seu anel solitário, que aparava sua fina e delicada aliança, chamou sua atenção.  Jamais esqueceria o dia que Naruto pôs aquele solitário em seu dedo no pedido oficial de casamento. Ela não gostava muito de joías, era uma pessoa simples e discreta, não gostava muito de ser o centro das atenções, por mais que constantemente estivesse sendo colocada lá, usava somente em algumas emergências, mas desde que colocou os olhos naquele anel nunca teve coragem de tirar nem por um segundo que fosse. Tinha muito apego, não pelo objeto em si, mas por quem fora dado e isso tornou o adereço muito especial.