Populares? Não, Obrigado! - Taeyoonseok

Sem beijo hoje? Não obrigado!

Desde aquele dia ando me sentindo muito ansioso sobre o que Yoongi e Hoseok querem me falar. Se passaram apenas alguns dias mas ainda assim quero que me contem logo. Confesso que também estou com um pouco de medo do que pode ser, mas a ansiedade fala mais alto.

Eu e Yoongi não conversamos mais todos os dias, mas a maioria sim e continuei com as aulas para Hoseok. Eu apenas tento não lembrar de como os dois me machucaram internamente, o que vem funcionando.

Acordei e assim que peguei meu celular para ver as horas notei que havia uma notificação do aplicativo de mensagens. Era uma mensagem de Hoseok. Ela dizia "consegue chegar um pouco mais cedo hoje na escola? Temos que te falar uma coisa..."

"Temos"? Por que ele disse no plural? Nem me importei muito com isso e me levantei da cama para me arrumar e chegar mais cedo na escola, obviamente me lembrei de avisar meus amigos que chegaria mais cedo e que por isso não precisavam me acompanhar até a escola como todos os dias.

Quando avistei o portão da escola percebi a figura de Hoseok encostado por ali enquanto conversava com alguém por aquele mesmo aplicativo de mensagens que conversamos mais cedo.

– Hobi? – o chamei por um apelido que eu mesmo inventei quando começamos a ganhar mais intimidade do que apenas um aluno e seu professor, mas sim dois amigos.

– Tae! – respondeu olhando para cima retirando os olhes da tela do celular. Aqueles olhinhos que brilhavam a cada segundo... Ah, como eu amo ele!

– Por que pediu que eu viesse mais cedo? – soltei a pergunta que se passava pela minha cabeça desde quando li sua mensagem.

– Para termos bastante tempo! Venha, me siga – segurou minha mão ao mesmo momento em que me puxava para dentro da escola.

Não queria que os alunos me vissem de mãos dadas com ele. Um garoto lindo, feliz, popular, filho do diretor e amado por absolutamente todos daquela escola –menos os que tem inveja do mesmo– junto de um nerd nada popular e totalmente irrelevante para todos presentes ali que nunca viram na vida.

Era vergonhoso.

Mas não pude fazer nada a respeito.

Se tem uma coisa que descobri sobre aquele garoto em todo esse tempo em que nos conhecemos melhor é que: quando ele coloca uma ideia na cabeça, nada nem ninguém o impedem de faze-la, ao menos que seja muito absurda.

Quando percebi estávamos naquela mesma antiga sala de música, aquela em que presenciei um momento tão torturante para meu coração, este que nunca havia sentido nada por ninguém como sentia por aqueles dois garotos incríveis.

Senti o calor da mão de Hoseok se afastar da minha própria e quando olhei a minha volta pude perceber que não havia ninguém lá. Confesso que meu medo retornou, mas não da mesma maneira. Antes estava com medo do que Hoseok queria me falar, agora estava com medo do que poderia acontecer comigo. Eu sei muito bem que Hoseok nunca seria capaz de deixar algo me machucar, mas eu estava duvidando seriamente daquilo no momento.

Após alguns segundos –que na minha mente pareceram horas por causa de todos os meus pensamentos me atordoando– comecei a escutar passos, mas não eram do sapato de Hoseok, eu havia ouvido seus sapatos se chocarem contra o chão enquanto me puxava para aquela sala, e isso apenas piorou minha situação.

Me afastei da onde estava fazendo com que minhas costas se encontrassem com o frio da parede branca. Minha ansiedade e medo apenas aumentavam a cada segundo que se passava quando escuto uma voz tranquilizante –muito conhecida por mim– proferir algo, que tratei de prestar muita atenção.