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{05 𝑫𝒆 𝒎𝒂𝒓𝒄̧𝒐 𝒅𝒆 2018, 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 - 𝒇𝒆𝒊𝒓𝒂}
𝑳𝒐𝒔 𝑨𝒏𝒈𝒆𝒍𝒆𝒔 (𝑪𝒂́𝒍𝒊𝒇𝒐𝒓𝒏𝒊𝒂)

- Oi S/n, quanto tempo que eu não falo com você. _ Chegou Nailea com um lindo sorriso me olhando.

Eu e ela éramos bem próximas, nos afastamos bastante de uns anos 'pra cá. Ela sempre foi muito alegre, legal, positiva e carinhosa, eu amava o jeitinho dela.

- Oi Nai, quanto tempo _ dou um abraço nela e forço um sorriso.

- Eu queria te convidar para a minha festa, amanhã a noite._Disse se atrapalhando um pouco enquanto procurava um pequeno papel em sua bolsa. - Vai começar as 21:30._Sorriu. - A localização está aí nesse papel, qualquer coisa me liga._Me entregou o papelzinho que estava em suas mãos.

- Ah sim_Respondi olhando para o bilhetinho. - obrigada, eu vou ir sim.

- Ótimo, até mais tarde _ Ela me deu um beijo na bochecha e saiu indo em direção ao grupo de amigos dela.

Como eu poderia odiá-la? Ela é um anjo, nunca vi mais bela. Mas novamente, meio que eu queria que ela estivesse morta.

Ela é minha amiga, ou pelo menos era, mas eu não consigo, eu amo o Vinnie. Eu não controlo os meus pensamentos.

Não culpo ela por ter uma certa intimidade com ele, Vinnie é um garoto legal, educado e bonito. Qualquer um se aproxima dele e faz amizade rápido. Mas eu sinto, sinto que não são apenas amigos.

{𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨, 𝐅𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐍𝐚𝐢𝐥𝐞𝐚 𝐃𝐞𝐯𝐨𝐫𝐚.}

Estou aqui com Charli e Nessa, as duas garotas estão curtindo muito, dançando e cantarolando. Já bebemos bastante, mas não ao ponto de ficarmos tão loucas.

Estou sentada no sofá, com um pouco de tontura, quase caí. Não sou muito chegada a bebidas, raramente bebo.
Gosto de observar as pessoas ao meu redor, é tão interessante"julgar"elas por suas atitudes ou sua dança na pista, meu passa tempo predileto.

Aqui, olhando aquela multidão, pessoas se pegando, se drogando, dormindo, dançando e bebendo. Pude reparar em meio a eles Nailea. A garota estava vestindo um curto vestido preto, colado em seu corpo. Seus cabelos ondulados estavam soltos, pouca maquiagem e, um batom vermelho que realçava seus grandes lábios. Ela estava linda.

Ao seu lado estava um loiro, e que logo reconheci ser Vinnie. Ele não tinha me chamado para vir com ele e nem se quer me procurou aqui.

_Talvez eu tenha sido muito orgulhosa e não mandei mensagem alguma para ele, mas o peso na consciência começou a aparecer e me fez culpar por ter sido uma pessoa horrível com ele._

O maior estava segurando a mão de Nailea, pude ver que seus olhares se encontravam diversas vezes. E então visualizei uma cena que acabou com minha noite, o amor da minha vida beijando outra.

Meu mundo desabou na hora, o beijo deles era calmo e com carinho.
Eles terminaram o beijo com um rápido selinho, ele passou o braço em volta do pescoço dela e falou que a amava.

Não consegui segurar o choro e logo sai correndo dali, não queria estragar a noite de minhas amigas fazendo elas se preocuparem comigo, por isso não avisei ninguém.

Minha cabeça estava confusa, o barulho da festa e das pessoas gritando não fazia mais sentido algum para mim. Eu estava perdida em meio a multidão, tentando achar a porta da saída.

Quando cheguei para fora de casa parei por um tempo e me sentei no meio fio, deixei minhas lágrimas caírem. Era uma dor absurda, um coração partido dói muito. É algo tão doloroso que você não consegue explicar por palavras, que as vezes o silêncio ou o choro se torna libertador.

Eu precisava ir embora, estava tarde, eu não podia ficar sozinha na rua essas horas. Peguei meu celular, tremendo um pouco e pedi um Uber. Não ia demorar muito.

Nesse meio tempo pensei em tudo o que aconteceu, chorei o que eu tinha para chorar. Eu não pensava em nada a não ser no beijo de Vinnie e Nailea.

{00:56, 𝑵𝒂 𝒄𝒂𝒔𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝑪𝒚𝒓𝒔}

Chego em casa e subo para o meu quarto, fechei a porta e me encostei na parede pensando. Não sabia o que fazer, como reagir a uma situação dessa.

Ele destruiu meu coração novamente, ele nunca vai me amar como eu o amo.
Nem se quer tenho a metade da beleza dela.
Eu queria ser a heather.

Quanto mais eu pensava nela e nele juntos doía, a minha autoestima baixa, minha insegurança e meu medo vindo a tona.

Me levanto um pouco tonta e vou em direção aos meus remédios, iria pegar no sono, para ver se eu esquecia um pouco. Não conseguia diferenciar meus remédios, minha vista estava embaçada e minhas mãos tremendo não ajudaram em nada.

Tomei uma cartela de remédios no qual eu achava servir para dormir. Enquanto não fazia efeito fui até a minha mesinha e começo a escrever uma carta. Uma das maneiras de demonstrar minha dor era escrevendo, eu sabia que nunca iria entregar essa carta para Vinnie, entretanto eu tinha certeza que conseguiria demonstrar todos os meus sentimentos ali.
Tudo que eu sentia estava naquela carta, minha dor estava alí.

Quando termino vou ao banheiro e pego minha gilete, eu tinha prometido a Vicent que nunca mais faria isso, mas eu não consigo, a minha dor física não é maior do que a dor daqui de dentro.

O sangue escorria cada vez mais, os cortes ficavam mais fundo, a dor do coração sumiu e a dor física apareceu. Não era a dor dos machucados, é uma dor fora do comum! Uma falta de ar começa a surgir em meu peito, o desespero surgiu e eu não sabia o que fazer.

Meu coração acelerado, o sangue manchando minhas roupas, a dor no peito aumentando e a respiração parando. E nesse momento percebi que eu tinha feito burrada, que não tinha volta, tentei gritar por ajuda mas algo pareceu me impedir de fazer isso.

Desesperada, tentei sair do banheiro mas lembrei que tinha trancado a porta, não achava a chave em lugar algum.

                                                  𝐻𝑎𝑘𝑒𝑟_𝑣☠︎︎
  

Heather - Vinnie Hacker (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora