7. Tranca Ruas

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VII - TRANCA RUAS

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Eu estava parado, 

Em posição de guarda diante 

Do portão do cemitério,

A espingarda em baixo do braço.

A filha do morto havia me pago

Para ficar lá de guarda

Afim de impedir visitas indesejadas.

Já passava das onze da noite

Quando ouvi o farfalhar de tecido

E então a avistei, eu ja a esperava.

Caminhou lentamente até 

Se colocar diante das grades 

Do portão.

Sempre havia a visto em 

Suntuosos vestidos vermelhos

E com os cabelos adornados com

Rosas vermelhas,

Mas ali ela vinha vestida 

De negro como uma viúva.

Com o queixo trêmulo e os

Olhos muito vermelhos 

Falou com voz fraca:

🌹 — Joaquim... eu sei que a senhorita Mendes lhe deu ordem para não me deixar entrar. Mas eu te peço... eu... eu só queria...

Olhei para ela cheio de pena.

Era a coisa mais rara do mundo

Alguém sentir pena de 

Dona Maria Padilha

Mas naquele momento foi

O que pude sentir.

👤 — Senhora... eu já sabia que viria. Veja bem...

🌹 — Por favor, por favor, eu tenho dinheiro, me diga quanto quer e eu...

👤 — Não, não precisa pagar. Tudo bem, mas vou pedir que não faça nenhum som, ninguém pode saber que esteve aqui.

Abri o portão e ela passou.

A levei até o túmulo,

O mais recente,

Todo em marmore negro azulado.

Se aproximou devagar,

Tremia ao se mover.

Roçou a ponta dos dedos no 

Tampo de marmore

 E de repente desabou,

Caida no chão ao lado

Do túmulo ela enfiou 

Pano da manga do vestido 

Na boca e chorou assim

Para que seu lamento 

Não pudesse ser ouvido.

Após muito pranto ela 

Me pediu para abrir o túmulo.

Era um tanto absurdo,

Pensei em negar pois

Não era coisa normal de se fazer.

Mas então me lembrei que ela

Contos dos Maridos da Lua Onde histórias criam vida. Descubra agora