Eu gosto de você, Lara

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- Lara Narrando -

Finalmente eu ganhei, não aguentava mais ficar presa no hospital. Eu tinha ficado mais três dias internada. Assim que eu cheguei tomei um banho pra tirar aquele cheiro de hospital, terminei meu banho e fui pra sala aonde meu irmão estava jogado assistindo tv.

- É tão bom estar em casa - falei me sentando no sofá

- Porra nem fala - meu irmão falou me olhando - Os piores dias da minha vida, papo reto

- Me contaram que você chorou muito - me joguei em cima dele - Meu neném

- Ai, garota - falou rindo e me abraçou - Já tá boa, né? Começou a perturbar

- Ih, pelo visto já acabou o amor, né? Tenho que sofrer outro acidente? - perguntei debochando

- Fala merda não - falou apertando meu nariz

- Um pequeno acidente de trabalho - falei olhando pra ele - Quem nunca?

- Eu nunca - falou simples

- Mas pode - falei dando de ombros

- Não assim - falou óbvio

- É, pode cair um teto na sua cabeça quando você for visitar as obras - falei e ele me deu dedo

- Seu cu - falou e eu acabei rindo - Meus cálculos são maravilhosos

- Mas pode acontecer - falei simples

- O que pode acontecer? - meu pai Fernando perguntou entrando na sala

- Um teto cair na minha cabeça - meu irmão falou

- Que isso, gente? - falou indignado - Deixa isso pro ano que vem porque 2019 já deu - completou e rimos do jeito que ele falou

- Eu só estou falando pra ele que todo trabalho tem seu risco - falei explicando

- Sim, claro que alguns têm um risco mais elevado mas todos tem - concordou

- Mas que seria maravilhoso se você pudesse obrigar sua filha a parar de mexer com cobra você obrigaria, né? - meu irmão falou

- Lógico - falou como se fosse óbvio - Mas não posso, assim como não posso prender vocês dentro de casa pra ficarem longe dos perigos do mundo

- Ter filho deve ser complicado - meu irmão comentou

- Nem fala - falei brincando com a borda da camisa dele

- Deixo bem claro que quero netos - meu pai falou se levantando

- Ouviu, Caio? - falei me levantando

- Espero que você tenha ouvido - meu irmão falou

- Ai ai hein - meu pai falou pegando a carteira e as chaves na mesinha - Vou buscar o pai de vocês?

- Aonde ele foi? - perguntei olhando pra ele

- No mercado, você precisa de comida de pai, palavras dele - falou e eu sorri

- Preciso mesmo - concordei - Vou descansar um pouco

- Vai lá - falei e fui pro meu quarto

Liguei o ar acondicionado, mexi um pouco no celular e acabei dormindo assistindo um filme. Devo ter dormido por umas duas horas quando fui acordando os poucos sentindo algo molhado na minha bochecha, abri os olhos com um pouco e vi a Duda ajoelhada na cama e sorrindo.

- Acoda, tia Lala - falou sorrindo e beijou meu rosto

- A tia acordou, meu amor - puxei a mesma levemente e abracei ela, eu senti tanta falta dessa menina que eu nem sei descrever

- Dominhoca - falou e eu ri

- Igual você - cutuquei levemente a barriga dela e me sentei

- Duda dominhoca - falou rindo

- Duas bobas - Marcos falou e só ai eu notei a presença dele no quarto

- Que susto - falei colocando a mão no peito e ele se sentou na cama

- Nem liga pra mim, só pra minha filha - falou se fazendo de decepcionado

- Eu gosto da Corrêa mais bonita - provoquei e ele me deu língua - Sabe o que eu reparei? - perguntei olhando pra Duda

- O que? - perguntou curioso

- O cabelo dela está torto - falei soltando o cabelo da Duda

- Você é chata com isso - bufou me olhando

- E você não sabe amarrar um cabelo - falei passando os dedos no cabelo da Duda e amarrei o mesmo novamente

- Grandes coisa - falou revirando os olhos

- Idiota - falei e beijei a cabeça da Duda

- Eu estava com saudades até das suas reclamações, sabia? - falou de repente e eu sorri

- Eu quase não reclamo - falei e ele soltou uma risada alta

- Não? Ta bom - falou rindo

- Besta - revirei os olhos rindo - Ela viu o meu irmão?

- Viu sim e parece que gostou - falou me olhando

- Duda, vai lá no tio Caio - falei e ela apontou pra porta - Isso - falei e desci a mesma da cama - Pede chocolate pra ele

- Chocoate? - perguntou animada

- Chocolate - falei me levantando

- Eba - saiu do quarto e eu fechei a porta passando a chave

- Que isso? - perguntou me olhando

- Saudades do seu veio - falei simples e me sentei ao lado dele na cama

- Jura? - perguntou surpreso

- Juro - falei roubando um selinho dele

- Eu queria conversar com você - falou respirando fundo

- É algo sério? - perguntei preocupada

- Pra mim é - falou me deixando pensativa - É sobre nós

- Como assim? - perguntei baixo

- Esses dias que você ficou internada eu percebi que o que eu achava sentir por você estava completamente errado. Pra mim você era uma mulher incrível que eu me sentia atraído em vários aspectos e que eu estava gostando de ficar - falou dando uma pausa - Mas eu senti tanto medo de te perder e eu só consigo pensar em quão doloroso seria perder você sem ter vivido tudo que podemos viver juntos. Eu gosto de você, Lara. Gosto de cada detalhe seu e ter você na minha vida está sendo sensacional. E eu pretendo ter você nela por muitos anos ainda. Lara, eu quero namorar com você, eu quero chegar em casa e te contar tudo que aconteceu no jogo mesmo que você não entenda nada. Eu quero dizer pra todo mundo que eu namoro uma mulher maluca que trabalha com cobras - falou e eu ri limpando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto - Eu quero no meio da nossa foda mais louca ou daquele amorzinho gostoso eu perguntar de quem você é e você responder que é minha mas sendo minha verdadeiramente

- Marcos - falei surpresa pelo jeito que ele falou, ele era muito travado em relação a falar "besteiras"

- Namora comigo, Lara? - pediu ficando em pé na minha frente - Eu não fiz surpresa com quarto enfeitado e nem fiz algo grandioso. Mas tudo que eu falei é de coração.

- Eu aceito namorar com você, Marcos - falei sorrindo - Mesmo você sendo um babaca as vezes eu gosto de você

- Eu não sou um babaca - falou rindo e eu me levantei abraçando o mesmo

- É um pouco - falei sorrindo e ele me deu um selinho demorado

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