- Lara Narrando -
Até que a dona Alina, mãe do Marcos, estava tentando me tratar bem. Me inseria nas conversas e toda hora perguntava minha opinião sobre alguma coisa ou perguntava algo sobre a minha vida. O Marcos tinha acabado de chegar do treino e eu estava terminando de ajeitar o cabelo da Duda.
- Pronto - falei e ela desceu do sofá
- Mãe, faz aquele bolo de laranja - pediu se sentando ao meu lado e beijou meu rosto
- Claro que eu faço - falou se levantando - Me ajuda, Lara?
- Eu - estava falando e o Marcos me olhou ansioso - Ajudo
- Vamos - falou e eu fui pra cozinha com ela
- O Marquinhos comentou que você trabalha com cobras - falou pegando as coisas no armário - Acho perigoso
- Todo trabalho tem seu risco - falei dando de ombros - Outro dia estava assistindo um jogo com o Marcos e teve um choque entre dois jogadores e um apagou
- Verdade - falou pensativa - Seus pais trabalham com o quê?
- Meu pai Fernando é neurocirurgião - falei e ela me entregou um pote com ovos e um outro vazio - E o meu pai Miguel é chef de cozinha
- Seus pais não acharam ruim você está com um jogador? Por você ser estudada - perguntou e eu comecei a quebrar os ovos
- Não, eles querem me ver feliz e não importa se é com um jogador ou com um dentista - falei terminando de quebrar os ovos
- Que bom então - falou e eu assenti - Você gosta muito da minha neta, né?
- A Duda é uma criança incrível, de cara eu fiquei encantada com ela - falei sincera
- E porquê resolveu ajudar alguém que você nem conhecia? - perguntou e eu lavei as mãos
- Por causa de toda a história - falei e ela entendeu o que eu quis dizer - E o Thiago que sugeriu pro Marcos me chamar e tal, pra ele fazer isso eu sabia que o Marcos estava precisando muito de ajuda
- Minha vontade é de dar uns tapas na Carolina quando ela aparecer - falou com raiva
- E você acha que um dia ela vai aparecer? - perguntei curiosa
- Galinha de casa não se corre atrás não, ela foi embora porquê quis e só ela sabe o motivo - falou encaixando a batedeira - Então acredito que um dia ela apareça
- No início eu fiquei muito triste pela Duda - falei e ela ligou a batedeira
- E agora não mais? - perguntou me olhando
- Por causa da idade ela nem lembra mais da mãe, então ela não sofre com a ausência - falei e ela concordou - Agora esse vai ser o pior castigo da mãe
- Ela sentir toda a dor que causou a minha neta e ao meu filho - falou séria
- Vai sim - concordei
A mãe do Marcos hoje resolveu ir dar uma volta por Paris, mesmo o Marcos não tendo treino eu acabei vindo pra cá depois dele me perturbar muito. Hoje de manhã a temperatura aqui em Paris estava 8° graus, um friozinho bem gostosinho.
- Não entendo como você gosta de frio - Marcos falou saindo banheiro e vestiu um moleton
- Nem tá tão frio, exagerado - falei revirando os olhos
- Não? Imagina - falou se deitando na cama comigo e com a Duda
- Mas não tá mesmo - falei e a Duda beijou meu rosto
- Eu esqueço que você é canadense - falou me olhando e pegou um livro da Duda no criado mudo
- Como você esquece coisas importantes da sua namorada? - perguntei fingindo indignação
- É que você é tão brasileira - falou malicioso
- Ridículo - falei rindo
- Eu estou pensando em colocar a Duda em uma creche, meio período, só pra ela ter contato com mais crianças - falou e eu fiquei quieta - O que você acha?
- Você que sabe - falei passando a mão no cabelo da Duda
- Mas eu estou pedindo sua opinião - falou me olhando
- Marcos, eu te falei naquela vez da chupeta que não iria me meter nas suas decisões com a Duda - falei olhando pra ele
- Mas eu que tô pedindo - falou se deitando de lado pra me olhar melhor
- Agora nós estamos namorando e se um dia você tiver estressadinho, e não concordar com a minha opinião vai logp jogar na minha cara que eu não tenho nada com isso - falei e ele ficou pensativo
- Acho bobeira mas já que você pensa assim - falou e eu assenti
- Penso sim - falei e a Duda beijou meu rosto novamente - Que menininha carinhosa, gente - sorri beijando o rosto da mesma
- Você se dá muito bem com crianças - Marcos falou olhando pra gente
- Eu gosto - falei dando de ombros
- Pretende ter filhos? - perguntou me olhando
- Olha eu me imagino assim - falei dando uma pausa - Vivendo de tudo que eu conquistei, aproveitando minha vida ao máximo, conhecendo novas culturas e ao lado das pessoas que eu amo - sorri e voltei a falar - Não está entre as minhas metas jurar na saúde e na doença diante da igreja e da justiça, muito menos ter filhos, mas se acontecer eu consigo me adaptar fácil
- Então você acha que não vale a pena casar? - perguntou parecendo bem interessado naquele assunto
- Não é assim - neguei - Creio eu que quando alguém termina qualquer relacionamento independente da duração, aquilo valeu a pena, a pessoa cresceu e amadureceu ao lado de outra - falei e ele assentiu - Não é que eu não quero de jeito nenhum casar ou ter filhos mas não me vejo fazendo isso tão cedo
- É um bom ponto de vista - falou sorrindo de lado - Apesar de tudo eu não me arrependo de ter me casado com a Carol. Com ela eu vivi muitas coisas que foram importante para o que eu sou hoje e acima de tudo tivemos a Duda
- Não deve se arrepender mesmo - falei sorrindo e eu percebi a Duda mexendo no celular dele - O que ela está fazendo?
- Fuxicando nossa conversa - falou rindo e eu me estiquei vendo que ela mexia no wpp dele e realmente estava na nossa conversa
- Cuidado pra ela não ver o nudes que eu te mandei - falei me fazendo de séria
- Nudes? Que nudes? Não recebi nenhum - falou sério e pegou o celular
- Não? Devo ter mandado errado então - falei segurando uma risada
- Você é louca, Lara? Já pensou essa porra vaza? - falou nervoso e eu soltei uma gargalhada fazendo a Duda rir também, mesmo sem entender nada
- Não mandei nada, garoto - falei rindo
- Você é louca - afirmou e a Chanel se levantou da cama, ela estava deitada nos nossos pés - Minha mãe chegou
- Oba - falei fingindo animação
- Ela tá tentando - falou me olhando e eu sorri
- Eu sei - falei e me estiquei dando um selinho demorado nele
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Ohana
FanfictionA vida de Lara era normal, para uma jovem bióloga, após visitar um amigo sua vida toma um rumo que ela jamais imaginou.