8 - Si me tenías

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Acompanha o capítulo a canção Si Me Tenías - Edith Márquez

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Maria se irritou com a petulância de Esteban de responder daquela maneira a Eduardo. Ele não tinha esse direito. Eduardo ficou sem graça, mas tentou apaziguar a situação.

_ Esteban, é só uma dança.

_ Ora você... – Esteban começou a frase com a clara intenção de ofender a Eduardo.

_ Por favor, Esteban! Não há razão para que você constranja meu convidado, Eduardo não disse nada demais. – Maria o repreendeu irritada.

_ Perdão por constranger seu convidado, mas nós somos recém casados, Maria. E Eduardo há de convir que não é de bom tom que você dance com todos os homens do salão como se fosse uma jovem cortejável. Agora você é uma senhora.

_ Por favor, Esteban, que formalismo. – Disse Eduardo sorrindo – Ninguém nesse salão vai se escandalizar que sua esposa dance com um amigo numa recepção em sua própria casa na presença de seu marido.

_ É claro que não vai! – Maria respondeu altiva. – Com licença, Esteban, vou dançar com Eduardo.

Esteban mordeu o lábio exasperado por sentir que, mas uma vez, Maria lhe impingia uma humilhação. E frente a Eduardo, justo frente a ele! Dissimulou sua irritação com um sorriso cínico, aos quais ele já estava habituando a dar e assentiu com a cabeça. Afastou-se e pegou uma bebida sorrindo aos convidados que passavam por ele. Quando olhou para um canto da sala e viu Ana Rosa conversando com Alfredo e com Beatriz, uma amiga dela foi tomado por uma ideia perversa. E se eu pago a Maria com a mesma moeda? Olhou para Maria que dançava sorridente com Eduardo, sem importar-se com como ele havia se sentido com a negativa dela e começou a caminhar firme até onde estava Ana Rosa.

_ Boa noite, amigos! Ainda não os havia cumprimentado.

Alfredo franziu o cenho. E olhou a Esteban irritado. Ainda não havia superado o pouco caso que Esteban fizera da amizade dos dois quando se comprometeu com Ana Rosa mesmo sabendo que os dois, não só tinham um compromisso, como que ele também era completamente apaixonada pela moça e enfrentava as negativas de seu pai para levar adiante aquela relação.

_ Alfredo. – Disse Esteban sorrindo e estendendo a mão. – Há quanto tempo não nos vemos.

_ Sim, muito... – Alfredo respondeu ao cumprimento sem entusiasmo.

_ Beatriz. – Estendeu a mão direita ao que a jovem atendeu ao galanteio dando lhe a mão e sorrindo enquanto a beijava sobre a luva branca que cobria parte de seu braço.

_ Ana Rosa! – se voltou para a ex noiva com um sorriso.

_ Como vai, Esteban? E a vida de casado? – Ela indagou aparentando não guardar mágoas.

_ Vai bem, muito bem como vocês podem ver. – respondeu Esteban tentando sustentar uma conversa antes de executar o que havia planejado.

_ Sim. Você está ótimo! Se nota que o casamento te fez bem, Esteban. – observou Beatriz.

_ Claro! – respondeu Esteban sorrindo. – Ana Rosa, você seria tão amável de me conceder a honra de uma dança?

Ana Rosa olhou para Alfredo indecisa. Ele não alterou sua expressão. Do outro lado da sala, seu pai conversava com outros figurões da política sem dar atenção ao que se passava no restante do recinto. Ana Rosa era uma pessoa com muito pouca personalidade. Todos conheciam sua natureza volúvel e como era fácil manipulá-la. Ainda mais Esteban que havia estado comprometido com ela durante alguns meses.

Em Busca de Teu PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora