4. O Jantar

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Assim que a viu e levantou como um bom cavalheiro e puxou a cadeira para Charlotte sentar ao seu lado como sua "namorada", mas bem lá no fundo queria mandá- la tomar naquele lugar. Calma, faça o jogo da cobrinha e logo tudo não passará de um pesadelo, um terrível pesadelo. Depois que ela se acomodou voltou a sentar em sua cadeira pensando numa forma de se livrar dessa maldita confusão para poder ter um um pouco de paz. Por que o Chris tinha que falar demais? Pensou um pouco ressentido, o loiro era irresponsável e isso poderia custar muito caro.

—Tom!  —Piscou confuso, Charlotte o olhava constrangida com um sorriso amarelo no rosto.  — Mamãe falou com você querido.

—Ah, me desculpem, eu estava pensando em coisas do trabalho. —Se justificou para as pessoas ali. Apesar de Charlotte ser um chorume de ser humano os outros ali pareciam ser gentis e não mereciam ser mal tratados.  —O que a senhora havia dito?

—Eu tinha perguntado sobre vocês dois, —A mulher o olhava minuciosamente, como se o avaliasse. —Como se conheceram hoje e já convidou minha filha pra jantar?

—Ah...  —Nem as aulas de teatro o fariam pensar numa resposta convincente.

—Isso é no mínimo estranho.  —A irmã da cobra disse, praticamente resumindo o que a mãe disse.

—Fica na sua Cindy. —Charlotte disparou ríspida.

—Meninas, por favor.   —A mãe ordenou e ambas olharam para baixo envergonhadas enquanto a mulher continuava a falar.   —O que Tom pensará desses modos? Não foi essa a educação que dei a vocês.

—Guerra e glória terá sequência?  —A amiga de dona Sophia perguntou ansiosa, mudando o rumo da conversa para seu total alívio. O entusiasmo estampado em seu rosto dava a entender que ela era uma grande admiradora do seu trabalho, Talvez o jantar não seja tão ruim assim.   —Amei esse filme, mas fiquei arrasada pelo capitão Wilson acabar sozinho.

—Ah, todo mundo odiou isso.   —Forçou um sorriso, relembrou do filme, nas telas o romance com final infeliz entre Wilson e Elisabeth ficou perfeito e tinha um incrível torcida vinda dos fãs. Mas aturar Megan Watson e seus chiliques nos bastidores o fez quase desistir do papel.   —Isso quem decide é o estúdio, e bom... Ah... Não sei se uma sequência seria uma boa ideia. O filme foi bem completo, sem pontas soltas, uma sequência pode arruinar todo o trabalho já feito.

—A Megan ficou muito gostosa naquela roupa de enfermeira.   —Um rapaz pardo de óculos ao lado da mulher afirmou quebrando a seriedade da assunto.

Os outros riram enquanto Charlotte revirava os olhos com raiva, algo o dizia que ela odiava àquele garoto com todas as suas forças. Mas no fim das contas ele ficou grato pois a pergunta de Sophia logo foi esquecida depois desses comentários aleatórios.

—Não me envergonhe Willyam, e fique em silêncio se não tiver nada de útil para falar.   —A mãe do garoto não ficou feliz com a pergunta ao contrário dos outros que riram.

—Foi mal mãe. —Ele respondeu apoiando a cabeça num dos braços e dirigindo um olhar para a garota mais velha.

Tom observou os outros na mesa, notou que o pai de Charlotte estava um pouco calado apenas rindo e reagindo ao que era dito. Para sua sorte, ou azar quando topou com alguém e pediu informações sobre a garota a pessoa era ele. Com educação e elegância, duas coisas que faltavam a sua "affair" ele o conduziu a mesa e o apresentou aos demais, fazendo o ator se sentir menos pior com toda aquela humilhação.
Simpatizou com ele desde o início.

—E você,   —Começou olhando para o homem que bebia em silêncio, ele levantou o olhar.   —Trabalha com o quê?

—Bom, sou administrador e sócio de minha adorada Sophia no ramo dos cosméticos. — Balançou a cabeça ficando convencido, sua mão deslizou sobre a toalha da mesa e encontrou a da esposa enlaçando seus dedos nos dela. — Lógico que bonito como sou também sirvo de garoto propaganda.

Os Segredos de TomOnde histórias criam vida. Descubra agora