31. Maldito Willy

14 7 0
                                    

Foi tão fácil enganá-lo por um simples motivo: não precisou dizer nada, a mente carente e burra dele criou uma narrativa e ele simplesmente tomou aquilo como verdade universal. Willyam acreditava cegamente que ela seria sua namoradinha perfeita, que viveria uma vidinha perfeita ao lado dele para sempre numa relaçãozinha perfeita, que piada. Charlotte nunca entendeu como um garoto de apenas 15 anos poderia ter aspirações tão bobas como encontrar um amor, porém guardava seus questionamentos para si já que precisava de algo dele. Ela queria se tornar uma mulher, queria perder sua virgindade e o único em que ela confiava para entregar seu corpo ela o filho da vizinha que usava óculos horríveis e ficava atrás dela como um cachorrinho. Sempre ouvia as outras garotas do colégio falando sobre os traumas da primeira vez, como fulano tinha sido bruto ou ciclano que forçava outra coisa. Com ela não iria acontecer nada disso, planejou para que tudo fosse menos traumático possível.

Entrou no quarto de Willy o seguindo, não tinha ninguém em casa assim como não havia ninguém na sua. Cindy estava na aula e torcia para ela não perceber que a irmã havia fugido antes da hora. Sua mãe e seu padrasto estavam trabalhando o que deixava ela livre para fazer o que queria e sem correr o risco de ser pega na casa ao lado. Não suportava a ideia que sua mãe soubesse que ela teve qualquer coisa com Willy, já bastava dona Sophia 'combinar' com Wendy futuro pata eles dois, como se fosse algum cupido.

— Espero que você goste. — Ele disse sem jeito se virando para ela sem coragem de encará-la nos olhos. — Eu não sabia se você realmente vinha, eu não arrumei tudo...

— Não se preocupe, — Tirou a mochila de suas costas a jogando no chão sem vontade de prolongar o assunto. — eu achei perfeito.

Sorriu esfregando as mãos.

— Charlotte, eu... — Ele se aproximou dela, o olhar cheio de paixão finalmente parando em seu rosto. — Eu sempre gostei de você, e agora que estamos juntos nem sei como agir.

Tomou uma das mãos dele nas suas e acariciou.

— Apenas me beije. — Ordenou sem cerimônias. — Você não me chamou para vir aqui para ficarmos parados olhando um para a cara do outro, não?

— Verdade. — Ele concordou dando uma risada.

Willy a puxou para junto dele e a beijou afoito, o beijo não poderia ter sido pior. Sua língua era áspera e sem ritmo, ele não tinha qualquer habilidade, no fim era mais inexperiente que ela. “Faça de conta que ele é o Tom Miller”, pensou se esforçando para não desistir da sua ideia.

—Te adoro. — Ele disse a guiando para sua cama.

— Que bom. — Respondeu ao cair deitada sobre a cama que cheirava a chulé.

O rapaz retirou sua camisa e deitou sobre ela a amassando como um pão voltando a beijá-la do seu jeito. Na parede do quarto dele haviam vários pôsteres de filmes, e um pôster de um filme de ação chamou a atenção de Charlie, ele tinha seu astro favorito estava estampando a imagem. Fez de conta que era ele ali, a tocando na sua primeira vez.

“Finja que é o Tom Miller e logo isso acabará, apenas finja que é o Tom Miller.”

                               • • •

Os Segredos de TomOnde histórias criam vida. Descubra agora