Iceberg

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Quando chego em casa, estou furiosa.

Como ele pôde ter feito isso comigo? Ele passou dos limites.

Nem sei o que eu vou fazer com esse abusado, mas com certeza vou fazer ele se arrepender disso.

Quando pego meu celular, vejo que tem uma mensagem do maldito.

09:08 - Arthur: Como foi a corrida, putinha?

Que cara de pau! Não vou responder, ele que lute. Ele bem que está merecendo um gelo, um gelo só não, um iceberg inteiro.

Não vou ficar o final de semana em casa, remoendo o acontecido, decido arrumar uma bolsa com algumas roupas e ir visitar meus pais, no interior do Rio.

Ligo para Clarice, que topa na hora ir comigo. Ter uma amiga sagitariana nessas horas é tudo de bom, nunca tem tempo ruim pra ruim rolê com ela.

Chegamos a Cabo frio exatamente na hora do almoço, estou morrendo de fome.

Sorte minha que minha mãe é uma ótima cozinheira e assim que eu disse que estava vindo, ela preparou meu prato preferido no mundo, Fricassê de frango.

Depois de comermos como se não houvesse amanhã, minha mãe vem com a mesma pergunta de sempre.

- Filha, e o Antônio, tem visto ele?

Minha mãe ama o meu ex, ela não se conformou com o nosso término até hoje. Respiro fundo e olho pra minha mãe com um sorriso amarelo.

- Mãe, acabou, se conforma!

- Inclusive a Malú já está em outra Tia. - Clarice se adianta e eu dou uma cotovelada nela.

- Como eu não estou sabendo de nada disso filha? - minha mãe pergunta ofendida.

- Porque não tem nada pra saber, mãe, não é nada sério. - digo olhando feio para Clarice.

- Filha, seu pai não vai gostar de saber disso. - ela dize repreendendo como se eu tivesse 16 anos ainda.

Reviro os olhos, com preguiça desse papo.

- É só ele não ficar sabendo. - eu digo dando uma picadinha pra minha mãe.

- Malú.... - minha mãe começa, mas eu já prevendo um sermão sobre quanto seria bom eu voltar com o Antônio blá blá blá interrompo me levantando.

- Quem vai comigo pra praia? - eu digo fingindo estar perguntando para um grande público.

- Eeeeeeeu! - Clarice responde fingindo um coro de várias pessoas.

- Vamos também, mãe! - eu falo tentando animá-la e desviar o assunto dos relacionamentos.

- Não filha, vão vocês, tenho algumas coisas pra resolver antes do seu pai chegar, se divirtam e juízo meninas! - ela diz se levantando também e indo em direção a cozinha.

- Ela ficou chateada com você, amiga! - Clarice diz, me trazendo pra realidade.

- Ela vai sobreviver, minha mãe tem que entender que o Antônio, ficou no passado e eu já tenho idade suficiente pra saber o que é melhor pra mim. - Eu digo.

- Que orgulho amiga, fico muito feliz em te ver falando assim, esse Arthur conseguiu fazer um milagre. - ela diz isso me abraçando exageradamente.

- Nem começa Clarice, não estou podendo nem ouvir o nome desse abusado hoje. Isso não tem nada a ver com ele. - digo irritada e pegando nossas bolsas pra saímos.

- Hihihi o casalzinho já está brigando? Que fofo! - Clarice diz fazendo graça.

- Não somos um casal, coloca isso logo na sua cabeça, amiga. Foi só uma trepada, e nem foi tão boa assim. - eu minto pra ela na intenção de encerrar o assunto. Mas rio internamente imaginando o quão irritado ele ficaria ouvindo esse meu comentário.

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