CAPÍTULO 20

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Joshua's POV
            
Um momento depois de a enfermeira sair, Any rapidamente caiu no sono, vi como ela estava cansada. Fiquei ali a observando, com a respiração pesada, umas mechas de seus cachos no rosto e, mesmo dormindo, com um lindo sorriso.
            
Depois de ter presenciado seu desmaio mais cedo, não saía da minha cabeça a ideia de acabar com todo aquele plano imbecil, e fazer as pazes com ela. Mas tinha um porém: voltar a ser amigo dela já não era mais uma opção, não seria possível para mim. Perceber que aquele sentimento não tinha ido embora era complicado. Além disso, eu é que não pediria desculpas pelo erro que ela mesma cometeu.
             
Esses dois lados estavam num conflito interno, mas eu já sabia qual seria o vencedor.
             
Afastei meus pensamentos quando vi Any se mexer de uma maneira um tanto quanto agitada, acho que ela estava sonhando. Não me contive, me vi obrigado a acariciá-la e dizer calmamente que não havia perigo, que eu estava ali. Felizmente, ela voltou a dormir normalmente. Aquele toque talvez não tenha feito muita diferença para ela, mas em mim, foi como um choque. Já tinha um certo tempo que eu não a sentia, e isso fez falta. Muita falta. Apesar de nem ter durado muito, o que me fez desejá-la ainda mais.
             
Algumas horas depois, um outro médico voltou e me deu todas as informações sobre Any (medicamentos, cuidados e restrições). Uns minutos após ele se retirar, tentei acordar a garota, para que fossemos embora dali (sei que ela não gosta desses ambientes, e eu também não).
            
- Any, Any, acorda... O médico já te liberou.
            
- Hã? – disse ela, ainda sonolenta.
            
- Podemos ir pra casa Any. – repeti e, segundos depois, Any pulou da cama e começou a se ajeitar para sair.
            
- Ei, calma – ri – primeiro deixa eu te explicar tudo o que ele falou pra mim.
            
- Ah, desculpa, é que eu não vejo a hora de sair daqui... Pode falar.
             
Expliquei tudo o que me foi passado, e como eu esperava, Any bufou quando eu falei das restrições, que ela precisaria ficar uns três dias sem fazer movimentos brutos, para que a dor de cabeça não aumentasse, o que incluía dançar e cantar (sim, cantar também).
             
- Ah, não, Josh! Eu não vou ficar sem cantar e dançar por três dias! E as aulas, como ficam?
             
- É para o seu bem, a senhorita pode ficar quietinha, se não eu mesmo venho contar tudo para o doutor! – eu disse, autoritário -  E quanto às aulas, você receberá um atestado médico.
             
- Aff! – bufou.
               
- Tá, chega de reclamar e vamos pra casa logo.
               
- Nossa, vou ter que ligar para os meus pais virem me buscar, acho que as meninas já foram embora... – falou ela, num tom baixo.
              
- Oi? – perguntei.
               
- Que? Nada não. – disse ela, rapidamente.
              
- Any, para de show, eu te dou carona.
              
- Não precisa, Beauchamp, rapidinho meu pai chega...
              
- Vamos logo. – nem liguei para o que ela disse, e a puxei para o meu carro. Por sorte, ela nem reclamou mais.
               
Durante o trajeto, houve um silêncio constrangedor, eu não sabia se puxava assunto, ou se ela preferia não falar nada. Decidi falar, nem que fosse algo sem importância.
              
- Então... Como vão as aulas?
              
- Ah, tudo normal. – respondeu, sem olhar diretamente para mim.
              
- Ah, tá. – murmurei.
               
Com isso, vi que nada adiantaria, e percebi que ela começou a mexer no celular. Até que, para minha surpresa, a mesma falou e, pelo seu tom de voz parecia tímida.
            
- É... Josh...? – começou.
            
- Sim? – respondi, querendo muito saber o que ela tem a dizer.
            
- E-eu... Aquela hora que eu desmaiei... – céus, porque será que ela parecia tão tímida?
             
- Pode falar, Any, não precisa ficar assim. – tentei tranquilizá-la.
            
- Naquela hora eu estava te procurando... Como não encontrei fui pegar meus livros no armário, mas estava tão... preocupada, que acabei esbarrando em você, me desculpe. – explicou ela.
             
- Oh, Any, não precisa se desculpar... Tá tudo bem. Mas, já que estamos aqui agora, me fala porque você estava me procurando.
             
- Eu queria ver como você estava depois daquela coisa toda com o Logan...
             
- Ah, isso... Eu estou bem. Não sabia que tinham te contado sobre isso...
             
- Pois é, cheguei no colégio e todos começaram a me olhar e, pra variar, Sabina soube da história e me explicou tudo.
             
- Ah sim, entendi.
             
- Mas porque você se meteu nisso só por minha causa? – sua pergunta me fez gelar, eu não sabia o que responder.
             
- E-eu... e-eu...
             
- Desembucha, Josh. – ordenou.
              
- Eu não aguentei ouvir o Logan falando de você daquele jeito, não pude deixar barato. – admiti.
             
- Não faz mais isso, Josh... não quero que arranje problemas por minha culpa.
             
- Tudo bem... foi por instinto... Não consigo ouvir alguém falando de você assim e não fazer nada. – essa última parte saiu por impulso e, quando percebi, senti um arrependimento de ter sido tão sincero.
              
- Ah... entendi. – não pude deixar de notar o sorriso ladino que surgiu em seu rosto – Bom, então acho que te devo mais um obrigada.
              
- Não precisa agradecer. – sorri e ela fez o mesmo (confesso que aquele lindo sorriso quase me distraiu do trânsito).
                
Após nossa conversa, chegamos na casa de Any. Nos despedimos brevemente e eu fui embora. Quando cheguei subi para o meu quarto, tomei um banho e em seguida praticamente me joguei em minha cama, não podia negar que estava cansado também. Logo adormeci com meus pensamentos sobre aquele longo e agitado dia.
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Beijinhos e até o próximo capítulo!!

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