CAPÍTULO 46

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Any’s POV
                
- Não sei se isso deveria ter acontecido... – falei, eu realmente não sabia o que pensar.
               
- Não? Foi ótimo, Any. Era tudo o que eu precisava.
               
- Eu gostei, Josh. Mas e depois? A gente ficou, e aí? Não é como se eu tivesse ficado com alguém na festa. Foi você. – dei ênfase no “você”.
               
- Eu sei. Foi especial, Any. Agora eu já não tenho mais tanta certeza se te superei desde quando ficamos aquela vez, no fundamental.  – falou, olhando para o chão.
               
- No meu caso, não sei explicar o que senti aquela vez, Josh. Não foi tão sério, eu só fiquei emocionada por você ter se declarado pra mim daquele jeito... E já nos conhecíamos há tanto tempo...
               
- Sei que não era apaixonada por mim. Mas eu era por você, e já fazia um tempo. Mas eu só tive coragem de falar naquela vez.
               
- Olha, talvez eu até era, sim, apaixonada por você. Só acho que não cheguei a te amar. Amor e paixão são coisas diferentes.
               
- São? – franziu o cenho.
               
- Sim. A paixão é muito intensa e cega as pessoas às vezes, porque nos faz enxergar o outro como alguém perfeito, ignorando todos os seus defeitos. Já o amor, que pode vir da paixão, não é tão “tóxico”, porque conseguimos ver tanto as qualidades quanto os defeitos, mas mesmo assim, a pessoa parece ser perfeita para nós... nos faz rir, chorar, ficar irritado, mas o amor está ali, presente, e supera tudo. – filosofei.
               
- Entendi... Então quer dizer que você se sentiu “cega”, quando se apaixonou por mim?
               
- Não, na verdade, é como eu disse: o amor pode vir da paixão. O que aconteceu comigo foi que eu não cheguei ao ponto de te amar, porque ao mesmo tempo que eu gostava de todo o seu carinho e afeto, por algumas horas eu não queria te ver, eu já tinha cansado de tudo aquilo.
               
- Aquilo o quê, Any? Eu quero muito te entender. – suspirou, e foi aí que eu percebi que, aquela vez, tudo terminou sem explicação nenhuma de minha parte.
               
- E eu quero que você entenda, mas às vezes é difícil de explicar...
               
- Tenta, por favor...
               
- Digamos que eu cansava de toda a... melação. Não me leve a mal, Josh, mas todo o tempo que ficávamos juntos era sempre a mesma coisa, muito grudento. Não éramos um casal que falava de coisas aleatórias e engraçadas. Não saíamos com os amigos para descontrair. Era sempre nós – enfatizei o “nós”, suspirando ao lembrar dos momentos – E isso me fez sentir sufocada, de tanto amor... paixão...? Nem sei dizer o que era.
                
- Ah. Agora tudo faz mais sentido. Eu senti muito a sua falta, Any...
                
- Eu não quis te magoar, juro. Mas a nossa promessa foi longe demais quando você mentiu para nossos amigos na cara dura, me fazendo parecer uma idiota iludida.
                
- Eu só fiz aquilo porque eu não queria me sentir um “idiota iludido”... Mas me desculpe por isso, e me desculpe também por ter feito com que isso estragasse uma amizade tão antiga e... incrível.
                
- Claro que eu te perdoo, Beauchamp. Mas e agora? Nos beijamos, não só reatamos a amizade.
                
- Nem sei o que te dizer. Acha que devemos... tentar algo?
                
- Acho que precisamos voltar a ser amigos. Depois vemos o resto.
                
- E o beijo? O que achou?
                
- O beijo foi ótimo, Josh, adorei te sentir de novo. Mas é muito cedo para decidirmos algo.
                
- É, tem razão. Agora vem cá. – me puxou para um abraço, o qual adorei, por ser super carinhoso. Foi bom ter meu amigo de volta.
              
Josh acabou me dando um beijo roubado, que foi ótimo e nos fez rir, por eu ter sido pega de surpresa. Ficamos ali sozinhos conversando por umas 2h, se não me engano. Depois precisei voltar para o pessoal, que provavelmente se perguntavam onde eu estava. Nos despedimos, já que não sabíamos se nos veríamos ainda naquela noite. Passei o restante da festa lembrando de tudo o que houve, com um breve sorriso estampando o rosto. Não sei o que somos agora, mas acho que vou gostar de ter esse tipo de relação com ele.
               
Ainda tenho consciência de que tudo o que aconteceu, toda a nossa conversa, rolou enquanto Joshua não estava sóbrio. Mas senti a sinceridade em seu olhar. Não acho que o que rolou hoje será esquecido por uma ressaca. Pelo menos eu espero que não.
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Então... Que o Josh não fique de ressaca, né?!
KKKKKK, AHAM CLAUDIA, SENTA LÁ (ele neeeem bebeu pra ficar de ressaca né *contém ironia*)

𝙄 𝙃𝘼𝙏𝙀 𝙇𝙊𝙑𝙄𝙉𝙂 𝙔𝙊𝙐Onde histórias criam vida. Descubra agora