Cap.8 - Os vestidos

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Eu tenho a impressão de que ninguém gostou do filme. Particularmente, achei-o bem ruim. Foram duas horas de sangue e gritaria, algo bem genérico para o gênero de terror. Talvez falte imaginação nos filmes atualmente, ou talvez já tenham explorado todas as possibilidades do gênero. De qualquer forma, não gostei, mas ainda assim foi melhor do que ficar sozinho na escola.

"O que vocês acharam do filme?" - perguntou Marcos.

"Eu odiei. Eu disse que deveríamos ter ido assistir a uma comédia romântica", disse Jessica em tom zangado. "Com certeza teria sido mil vezes melhor do que essa gritaria com banho de sangue."

"Eu também não gostei", respondeu Lisa. "Mas poderia ter sido pior. Já pensou se o filme fosse mais longo?"

"Aí eu teria gritado e jorrado sangue", brincou Eduardo, rindo da fala de Lisa.

"E vocês vão olhar os vestidos agora?", completou Eduardo.

"Acho que sim. Está ficando tarde, acho melhor irmos procurar a loja onde está o tão sonhado vestido", respondeu Lisa.

Assim, Lisa e Jessica saíram em busca da loja onde encontrariam o tão sonhado vestido.

"E o que nós fazemos?" perguntou Marcos.

"Não sei. O que vocês acham de procurarmos alguma loja de esportes em busca de uma bola de futebol?", sugeriu Eduardo.

"Por mim, tudo bem", respondeu Marcos.


Fomos a uma loja no primeiro andar, especializada em produtos esportivos. Era um lugar enorme, com uma variedade impressionante de artigos esportivos de todas as modalidades imagináveis: camisas de times desconhecidos, shorts, pesos de academia e muito mais. Enquanto Eduardo e Lucas escolhiam uma bola de futebol, eu e Marcos nos sentamos no primeiro sofá que encontramos. Parecia que Marcos não era tão entusiasmado com esportes como eu. Embora eu goste de jogar, não é algo que eu faça com frequência.

Marcos solta uma pergunta intrigante: "Cara, eu me pergunto como alguém pode pagar tanto por uma camisa feia dessas só porque é de um time e tem um nome nas costas que nem é o seu?".

Eu respondo: "Não faço ideia. Essas camisas devem ter algum significado especial para eles".

Marcos parece indignado e continua: "Eu nunca gastaria tanto dinheiro assim, nem mesmo se eu amasse os jogadores. O Carlos é quem adorava esse tipo de coisa".

Pela primeira vez, começo a questionar por que Carlos não está conosco. "Por que o Carlos não veio com a gente? Vocês são amigos, certo?", pergunto a Marcos.

Marcos parece desconfortável e responde: "A situação com o Carlos é meio complicada. Ele era muito próximo de nós no ano passado, quase como se fosse nosso irmão mais velho. Mas quando as aulas começaram, conhecemos a Jessica e a Lisa, e acabamos desenvolvendo uma grande amizade com elas. Com o tempo, Carlos se apaixonou pela Lisa, e eles começaram a namorar. Mas o Carlos, bem... ele tem muitas amigas, e acho que ele não demonstrava tanto respeito pela Lisa como deveria".

"Então eles terminaram?", pergunto, surpreso. Nunca imaginei que Carlos e Lisa pudessem ter tido um relacionamento.

"Sim", responde Marcos em voz baixa, como se quisesse evitar que alguém ouvisse. "Antes das férias, Carlos foi pego sozinho com uma garota no lago. Mesmo jurando que não tinha acontecido nada, Lisa não acreditou e terminou o relacionamento. Eu entendo a decisão dela. O Carlos agiu de forma muito imprudente, e para evitar que as coisas ficassem ainda mais desconfortáveis, nós chegamos a um acordo com ele para que se afastasse e desse um tempo. Lisa está muito melhor agora. No ano passado, mal a via sorrindo. Ele era muito tóxico para ela".

Lisa + Kevin : É apenas uma questão de tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora