3. Soldado Corajoso

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Velas pingando em seu corpo, amor
Isso não é um jogo da verdade
Todo mundo se pergunta:
"Pra onde eu corro? "
Meu corpo em seu corpo, baby
Penetrando como um pouco de cola
Perversos, vamos ser perversos, gata
é apenas um ou dois
O fervor do caralho corrida, sinto o calor entre nós dois!

Point Of View's Ashley Russell
Estados Unidos - Nova York, Manhattan.

De volta ao quarto, busco em meio a tantos biquínis um que realça minhas curvas, ao mesmo tempo, que seja simples e bonito.

Eu não tinha pudor em exibir meu corpo. Disseram-me um dia que, o que é lindo é para ser mostrado.

Os olhares de desejo elevavam meu ego nas alturas, e tampouco me incomodavam os xingamentos direcionados a mim.

Coloco em uma bolsa; protetor solar, documentos, dinheiro e outras coisinhas que poderia precisar em algum momento. Ou não. Todavia, era bom ser precavida.

Henry não demora muito para buzinar no meu ouvido, denunciando estar no meu aguardo. Sempre tão pontual. Sua pontualidade me irritava.

Pois, eu era o oposto dele. Em tudo. Deve ser por isso que nossos santos se colidiram. Os opostos se atraem.

Dou um abraço em Eleanor, que me deseja juízo, e eu sorrio, garantindo me comportar como a garotinha inocente e inofensiva de sempre.

O caralho.

Dada a situação de mais cedo com Justin e todas as outras, ela finge acreditar. Por ser meramente impossível. Dizendo assim. Impossível eu não ser eu.

Do lado de fora da casa, solto um gritinho exagerado, correndo o mais depressa possível para me juntar a elas. Minhas garotas pulavam dentro do Audi, ao som de "Cold Water" enquanto eu me acomodava no banco da frente, ao lado do meu melhor amigo. Este que era o motorista da vez.

Apesar da cara de ressaca deles, o humor presente não se abalou por nada. Elas tinham um dom de irradiar beleza e bom humor em todos os lugares que estavam.

— Me diga qual é a sensação de ter sobrevivido a mais um dia infernal com sua mãe e um de seus novos namorados, Srta. Russell? – Minha garota indaga, se fingindo de jornalista.

— Ótima. O inferno nos fortalece, estar nele nos dá ótimas lições. – Os dois caem na risada, enquanto Anne revira os olhos.

— Ashley!

— O quê?

— Você é impossível, garota.

— Ouché! O lugar que deveria ser meu lar é um inferno, e eu deveria ter ido embora quando pude. São minhas lições da vida. Agora não tenho muitas escolhas a não ser contar os segundos para me tornar de maior. Por enquanto, eu infernizo o mundinho belo dela e aprendo com as consequências dos atos deles.

— Você sabe que a qualquer momento sempre será bem acolhida no nosso apartamento. Você tem as chaves de um dos quartos e da porta principal, é da família. O que falta para te convencer? – Repete o que vem dizendo desde que soube o que acontece entre minha mãe e eu. — Você vive mais lá do que na sua própria casa, se sente bem com nós e nós também. Não é anormal a ideia.

Dou de ombros e finjo não ouvir. De novo.

Henry insistia nessa loucura há meses. Eu tinha lá meus motivos e eles não entendiam. Além da falta de privacidade que eu iria lhes causar se concordasse com a loucura deles, os dois iriam fácil se cansar de mim e me colocariam para correr.

Ousada AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora