Ousada Atração

4. Cenas Pecaminosas

Nem todo mundo
Sabe como mexer com o meu corpo
Sabe como me fazer querer
Mas, cara, você nunca para
Você tem algo
Que me faz perder o equilíbrio
Baby você é um desafio
Vamos explorar o seu talento

Point Of View's Ashley Russell
Estados Unidos – Nova York, Manhattan

Minhas suspeitas de que havia mais pessoas na casa foram confirmadas assim que coloco meus pés para dentro do meu karma infernal e escuto as risadas altas das "amigas" da minha mãe, que eram tão falsas quanto ela.

Percebendo, que o barulho se concentrava na área externa da mansão, eu finjo estar distraída e não notar a presença delas, para assim, atravessar o corredor que dava para o segundo andar, sem ser interrompida. 

No entanto, eu tive o prazer de cometer o erro de não prestar atenção ao meu redor e ter a imensa sorte de me deparar com um Justin de braços cruzados e com as sobrancelhas franzidas diante de mim. 

Por breves segundos, eu amaldiçoou todas as minhas futuras e antigas gerações pela minha falta de sorte, justamente hoje, quando tinha aquelas invejosas tão perto de destruir meu dia com seus comentários do quanto minha pele estava ressecada ou meu cabelo com pontas duplas, antes de forçar um sorriso.

— Nossa. Que cara é essa de quem está devendo, Ashley? – Ele indaga, o tom risonho em sua voz me irritando. 

Justo agora que o que eu mais queria era uma ducha de rainha, ele resolve dar uma de Justin "amigável".

— Estou te devendo um chute nas bolas. Quer com juros ou no débito? – Seu sorriso se desfaz em milésimos, talvez pensando que eu tentaria contra seu membro frágil se me provocasse ainda mais, e eu comemoro mentalmente, atingindo meu objetivo.

— Está nervosinha por qual motivo? Minha presença não é agradável?

— Muito pelo contrário. É tão agradável que minha animação desceu pelo ralo e se encontra nas profundezas do oceano. – Ironizo, as mãos no quadril mostrando minha impaciência.

— Bom saber que minha humilde presença causa esses efeitos na senhorita.

Bieber fitava-me de um jeito ridículo, como se implorasse para que eu discutisse com ele, apenas para dar mais prolas para conversa. Mas, não. 

Não estava, a fim de, prolongar o diálogo e sem mais nem menos eu lhe dou as costas e volto a caminhar em direção ao meu quarto, sem dar-lhe satisfações.

Eu não devia nada a ele.

Tinha jurado pra mim mesma que Justin me trataria com indiferença, que evitaria me tocar depois da situação de manhã e por ora, havia desistido de insistir.

— Sua falta de educação é motivo para aplausos, Srta, Russell. 

— Vá se foder, Bieber. – Rosno baixinho,

genuinamente surpresa com suas gracinhas sem sentido.

No banheiro, afundo minha cabeça na banheira e me distraio por uns instantes do mundo, querendo poder sumir num piscar de olhos ou apenas me tornar invisível quando eu quisesse. 

Entretanto, as coisas não são como nós mais queremos e eu me contento com a minha realidade. 

Até ter o poder de controlá-la. 

Ter as rédeas da situação nas minhas próprias mãos.

— Querida!

Por enquanto, eu finjo ser a "filha perfeita" que Angel sempre sonhou. Apesar de estar longe de ser, ela mostra pra quem quiser que sim, quando por trás mal olha nos meus olhos ou me considera alguém importante na sua maldita vida.