Eu te amo tanto que esse amor se torna insano. Esse 'amor' me faz questionar toda a minha sanidade. Estou enlouquecendo.
Em todas as noites eu te imaginava ao meu lado dormindo calmamente enquanto eu afagava os seus cabelos mas isso nunca deixou de ser uma das milhares ilusões que eu criava para saciar essa sede do afeto. Eu me sentia enganado, confuso. Minha mente se perdia nas milhares de falsas memórias que eu criei ao longo desses três anos. Me sentia louco, muito louco.
Eu queria me livrar deste sentimento, queria me livrar de você. Ainda quero apagar cada pegada que você deixou na neve das montanhas geladas da minha mente. Lembro-me de quando chegamos ao ponto mais alto dessas montanhas. E hoje eu volto naquele mesmo lugar sozinho e grito toda a dor da despedida. Talvez eu nunca tenha percebido que você tinha se tornado a montanha mais alta, e que eu não tinha forças para mover montanhas e te tirar dali. Ainda subo no topo e grito. Dessa vez eu grito 'ADEUS!', na esperança que você não volte nunca mais. Nunca te disse o último adeus, nunca te disse o último eu te amo mas também nunca olhei nos seus olhos e disse que te amava.
Como nós chegamos a esse ponto? Como deixamos de existir tão rapidamente? Agora somos dois estranhos inexistentes. Meu coração já se quebrou, e se enfiou em esparadrapos e por fim se curou, mas as cicatrizes nunca vão embora. E elas me lembram do momento mais doloroso da minha vida. Sim, o que aconteceu entre a gente foi a coisa mais triste e infeliz que eu já senti em todo o meu pequeno período existencial. As dores, as lágrimas, os cortes, as pílulas e os cigarros mais triste da história. Não pense que eu só estou me fazendo de vítima, é que dessa dor eu tiro as minhas melhores poesias. Eu lembro dos bons momentos, dos sorrisos, das risadas, dos abraços e das cartas de amor. Foram os melhores mas a queda foi maior que todo sorriso.
Vamos falar dos bons momentos. Vamos falar daquele dia no parque de diversão. Nesse dia você estava linda, adoro o seu estilo, foi um lindo dia. Todos aqueles brinquedos que causavam um frio na barriga, e você me causava borboletas no estômago. Lembra quando a gente foi no elefantinho? Era um brinquedo infantil mas quem se importa? Parecíamos duas crianças. Tiramos as fotos mais lindas na roda gigante. E viramos de ponta-cabeça na montanha russa. Comemos um algodão doce gigante, acho que ainda tenho essa foto. Giramos e giramos no crazy dance. Lembrar disso machuca, porque sei que isso nunca mais se repetirá. Nesse dia parecíamos crianças, tão felizes. Agora somos grandes demais para brincar de ser criança novamente.
Lembra dos dias em que a gente só andava sem rumo algum? A gente ia em uma pracinha ou em um bosque e as vezes só andávamos pelas ruas até o sol se pôr. Hoje eu me pergunto se você em alguma dessas vezes realmente quis sair de casa? Acho que muitas vezes eu insisti para você ir. Mas sempre que você me queria na sua casa eu ia correndo. Porque eu era um cachorrinho domado que não precisava de coleira.
Hoje não temos nada, só lembranças. Fotos apagadas que não existem nem na lixeira deste celular. Somos estranhos novamente, e com lembranças de uma velha infância.