Grande futuro.

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Amelie Cooper

Pensei em ligar para a polícia.

Impossível, eu estava sendo levada por uma das maiores máfias de toda Alemanha.

O vento gelado de Berlim batia sobre minha face enquanto estava presa naquele carro negro, uma arma de alto porte se localizava encostada em minha costela direita, meu coração batia fortemente e meu corpo tremia mais do que um dos meus vibradores mais fortes.
Era louco pensar que há 2 horas eu era apenas uma gestora de finanças e agora eu devia milhares de reais para a máfia.

Eu nunca me dei bem com meu pai em vários quesitos, sempre estávamos discutindo ou jogando coisas na cara um do outro.

Para muitos um pai tem a representatividade de um herói, mas o meu nunca chegou nem perto desse papel, já minha mãe servia como sua empregadinha, fazendo tudo o que ele desejava, sem ganhar nada e principalmente concordando com quaisquer palavra que ele dizia, até nas quais ele usava para me difamar e humilhar na frente das pessoas.

Sempre se envolvendo em brigas, bebendo extremamente além da conta e principalmente consumindo e vendendo drogas, motivo pelo qual estou aqui.

Nesta tarde recebi uma ligação do mesmo cara que se encontra apontando uma arma para mim, dizendo que meu pai havia morrido e que toda sua dívida era minha responsabilidade. Aquilo me doeu, não pelo fato de que meu pai havia morrido, mas sim porque a minha vida toda eu venho trabalhado com a esperança que um dia pudéssemos ser uma família normal. Mas não podíamos. Nós nunca seríamos uma família feliz. Era meu futuro.

Futuro.

Simples letras que definem tudo o que acontecerá em nossas vidas depois de certo tempo.
Todos tem um futuro por vir, tanto o que planejam pra você tanto quanto o que você planeja para sua vida e tanto o que você terá.
Nosso futuro é construído por cada uma de nossas decisões diárias, inconstantes e incertas, com uma única certeza concreta, a de que um dia morreremos, talvez nos próximos minutos ou daqui a 60 anos.

Nada certo.

E eu apenas esperava que ele fosse legal comigo daqui pra frente....

                                           .

- Você tem muita sorte de ter chegado até aqui garotinha. - um homem alto e loiro dizia em um tom de deboche se direcionando a mim assim que chegamos ao destino final.

Eu estava amarrada em uma cadeira numa espécie de escritório, a casa onde estávamos era bem luxuosa e afastada da cidade, o que me fazia ter quase certeza que era um local de encontro para aqueles homens.

- Eu já disse que não irei me responsabilizar por nenhum real que meu pai deve a vocês - respondi seca, fazendo alguns movimentos bruscos na tentativa de me soltar dali.

- Dylan, chama o Cameron, a garota não quer colaborar - o cara à minha frente falou em um tipo de rádio comunicador.

- Olha, será que dá pra adiantar o processo pra me soltarem? Diferente de vocês eu tenho que trabalhar - disse impaciente.

- Eu te desejaria boa sorte, mas nem isso te ajudaria agora, então, tenha um bom fim - ele disse dando um sorriso de lado e saindo da sala juntamente com os outros homens que se encontravam ali.

Apos alguns minutos sufocantes tentando me soltar dali escutei a porta rangendo, seguidamente de um homem alto, com cabelos claros e os olhos extremamente azuis se aproximando da mesa á minha frente.

- Ah que ótimo que você chegou, agora pode me soltar por favor? Eu preciso voltar a minha vida.

- Hm, acho que sua vida vai ser minha se não colaborar - disse calmo, colocando os pés sobre a mesa depois de se sentar.

- Da pra soltar as minhas mãos? Isso ta doendo. - sugeri.

- Qual o motivo que te trouxe aqui? - ele disse sem dar muita relevância a minha fala.

- Uma dívida de um homem que não me pertence.

- Um homem, interessante, conte-me mais. - me enrijeci sobre a cadeira quando ele se levantou e começou a dar voltas por mim.

- Não quero falar sobre tal. - respondi rapidamente.

- Fala, porra. - ele aumentou o tom.

- Era meu pai, ta bom? satisfeito? não tenho nada haver com os antigos negócios dele. - falei finalmente.

Ele novamente se indireitou me mandando um olhar cruel e saiu da sala.

Ótimo. Eu estava presa.

Dangerous Debt - A grande máfia kook.Onde histórias criam vida. Descubra agora