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A luz branca machucava meus olhos, fazendo eu fecha-los com força. Minha cabeça girava, parecendo mais que alguém arrancou meu cérebro e agora, era só um vazio que ocupava minha cabeça.

Tento me levantar, não sabia onde estava, ou o que estava acontecendo. Sinto uma mão pegar delicadamente em meu ombro, fazendo e deitar novamente.

— Masumi! Não se esforce. — Uma voz familiar fala.

Abro os olhos com dificuldade, esperando eu me acostumar com a luz, me deparando um um Ryun preocupado.

— Ah, oi Ryun.

Olho ao meu redor, logo reconhecendo aquele lugar.

Eu estava no hospital.

Como foi que eu vim para aqui?

Merda... Eu bebi demais. Que vergonha!

— O que aconteceu depois que eu bati a cabeça? — Pergunto mordendo o meu lábio inferior de constrangimento.

— Bom... Acho que você se lembra então do que aconteceu antes. — Ele respira fundo. — Tobirama que ajudou a te trazer aqui.

Engasgo com a saliva, tossindo desesperadamente.

— Como assim? — Sinto minha cabeça latejar cada vez que eu tossia.

— Ele tava lá. Você sabe que ele não confia em você, Masumi. — Antes que eu pudesse falar, Ryun continu. — Sim, ele escutou você o chamando por Tobiramazinho.

Escondo meu rosto por debaixo do lençol, eu não quero nunca mais sair daqui.

— Você teve uma concussão, quebrou a mão direita, distendeu o nervo da mão esquerda e seus olhos... Por que você não me contou?

Meu coração falha uma batida.

Havia uma coisa que eu vinha escondendo fazia tempo... Eu realmente não queria que ninguém soubesse.

Quando Tobirama lutou contra Izuna, Madara e eu o levamos para um lugar seguro, mas ele não iria sobreviver, passando assim seus olhos para Madara, que por sua vez passou seus olhos para mim.

Eu não sabia o que estava fazendo, minha família nunca me contou nada, eu só fazia tudo o que Madara pedia para eu fazer. Só a raiva pelos Senju que eu não entendia, só logo após receber seus olhos eu percebi que ele não sentia ódio por eles, mas sim, os temia, mais precisamente, temia a Hashirama.

— Quem mais sabe disso? — Tomo coragem para falar, mas escondendo meu rosto ainda.

— Só o médico e eu... Pedi para que mantivesse sigilo. Mas você sabe, se seus pais pedirem o laudo médico ele não pode mentir.

Suspiro, tomando coragem para mostrar meu rosto.

Olho para minhas mãos, elas estavam boas, não havia mais nenhum ferimento ou dor. Algum médico deve ter me ajudado... Só a dor na cabeça que predominava.

— Arigato Ryun. Eu não sei porquê não te contei antes... Andei tentando usá-los de alguma forma, mas com tudo o que aconteceu. — Me sento na cama. — Sumamasen.

Ele se levanta e me lança um sorriso.

— Tá tudo bem, Masumi... — Ryun para de falar, seu sorriso sumindo de sua expressão. — Tem alguém que quer te ver, e não tá nada feliz.

Me levanto, tentando me sentar na cama, ignorando os protestos que minha cabeça fazia.

— Não diga que são os meus...

— Não são os seus pais. — Ele me interrompe. — Mas outra pessoa, deixarei que você mesmo tire suas conclusões.

Ryun vem até mim, depositando um beijo em minha testa, me dando as costas e saindo pela porta, mas antes que a mesma se fechasse, outra pessoa entra.

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