Unidas pelo tráfico

🥀- Capítulo cinco

POV'S CAROL

- Cuidou bem da sua donzela Carol?- Shariin perguntou e Thaiga riu descaradamente.

- Você acha que eu não vi você encarando o amigo dela a noite toda Shariin? E você Thaiga, não tirou o olho um segundo daquela morena alta.

- Quem, eu? Claro que não.- Shariin disse mentindo, em tom de brincadeira.

- Eu não vou mentir, a Mi é linda demais, porém oque tem de linda tem de surtada.- Thaiga diz  nos fazendo rir.

POV'S BABI

Já se passaram alguns dias desde que a loira botou o babaca que estava me assediando pra correr naquela noite e me trouxe para casa. Eu juro por Zeus que por mais que eu tente, não consigo tirar ela e aqueles olhos verdes  da cabeça.

Faz um tempo que ela sumiu da rua, eu queria agradecer e estou sentindo uma vontade fora do normal de vela mais ela simplesmente desapareceu.

Acordei no meio da noite e meus pensamentos não me deixaram voltar a dormir. Fechei os olhos com força sentindo o incômodo da luz refletida pela tela do meu celular, vi que eram quase 6:00 da manhã e resolvi me levantar, tomar um banho e ir comprar umas coisas na padaria aqui da rua, estou afim de conhecer mais o bairro.

Anda não tinha ninguém na rua, estava deserta a não ser pelo grupo de traficantes. Quando passei por eles percebi que atrai olhares do grupo, tentei andar mais rápido mas foi envão, três dos homens disseram alguma coisa para a as duas mulheres que riram e olharam com sorrisos maliciosos para mim. Os três homens começaram a se aproximar e pensei na possibilidade de talvez tentar chutar as partes íntimas de algum deles, já que o medo tomou conta de mim e eu não tinha para onde correr. Mas de nada iria adiantar, eu nunca conseguiria dar conta de dois brutamontes sozinha.

- Olha quem temos aqui, a gatinha novata, está gostando da estadia amor?- Disse um deles sorrindo sem nenhum pudor. Antes que eu pudesse responder um moreno me puxou para dentro de um beco escuro, tentei gritar mas o homem tapou minha boca.

- Você é bem gostosinha, sabia?- O moreno disse próximo ao meu ouvido.

- E essa carinha de santa? Não engana ninguém.- O loiro cheio de tatuagens diz e segura meu queixo sorrindo.

Só conseguia sentir nojo é pavor enquanto eles passavam a mão pelo meu corpo, até tentei me debater e fugir, mas eles estavam em três e eram mais fortes do que eu. Quando consegui uma brecha mordi a mão do cara que estava tapando minha boca e gritei desesperadamente por socorro, o mais alto que consegui.

Quando um tapa forte foi desferido em meu rosto me fazendo cambalear para trás, antes de colidir com o chão senti dois braços pálidos e delicados me segurarem.

- QUE MERDA TA ACONTECENDO AQUI?- Uma voz bem conhecida por mim tomou o local em um tom rude causando medo naqueles homens.- FICARAM MUDOS? QUE PORRA TA ACONTECENDO AQUI? ME RESPONDAM!- Ela disse dominada pelo ódio enquanto segurava meu corpo, já que eu só conseguia chorar.

- Calma chefia, a gente só tava se divertindo.

Os sorrisos maliciosos que antes dominavam o rosto dos homens agora davam lugar ao medo estampado na expressão facial dos três. Eles temem com oque ela é capaz de fazer.

- SE DIVERTINDO UMA PORRA!- Me assustei com o grito, e a loira parcebeu e fechou os olhos tentando controlar sua respiração.- Se algum de vocês tocar nela de novo vou fazer com que desejem a morte, entenderam?

Os homens apenas confirmam com a cabeça e a loira colocou todos para correr, oque me faz pensar como ela conseguiu todo esse respeito? Se ser mulher já é difícil, imagina ser mulher no mundo do crime, rodeada de homens.

- Você está bem?- Ela me ajudou a ficar em pé novamente e olhou fixamente pra mim.

As lágrimas ainda insistiam em cair e meu rosto com certeza estava vermelho pelo tapa, minha boca ardia, limpei a mesma com as costas da mão, quando vi o sangue percebo que cortou quando o homen me bateu,  um daqueles inúmeros anéis que ele carregava nas mãos deve ter cortado minha boca.

- Vem, acho melhor te levar para casa.- Apenas concordei com ela que me levou até o meu apartamento. Me sentei no sofá e abraçei meu corpo tentando esquecer aquela cena horrível que não parava de se reproduzir na minha cabeça, infinitas vezes.

- Acho que você já está melhor, eu preciso ir.- Ela disse friamente enquanto olhava pro chão e assim ela simplesmente saiu em passos largos.

Meu corpo permanecia paralisado,  eu estava com nojo de mim. E quando me dei conta de que ela saiu, sai para tentar alcançar a mesma.

POV'S  CAROL

Quando desci o primeiro degrau da escada ouvi Bárbara gritar para que eu espera-se. Parei de tentar fugir dela e me virei para olhar os lindos olhos de chocolate que tanto haviam me ganhado em tão pouco tempo.

- Obrigada, por me salvar...Outra vez.- Ela disse e sorriu tristemente pra mim, limpando o próprio rosto que segundos atrás estava marcado pelas lágrimas.- Não vai mesmo me dizer seu nome?

- Já disse que não precisa saber!- Falei rude como sempre, eu não quero que oque estou sentindo por ela cresça, por isso sempre tento ser o mais fria e babaca possível. Mas Bárbara parece não se importar, oque é novo pra mim, ela não demonstra medo algum e isso sim me surpreende.

- De qualquer jeito, obrigada por ter me salvado.- Ela mordeu o canto do lábio inferior oque fez meus olhos se perderem em sua linda boca. Maldita!

- Por nada.- Me virei para continuar descendo as escadas mas antes de ir senti uma estranha necessidade de dizer a ela meu nome, fechei meus olhos sabendo que alguns minutos depois eu me arependeria e então as palavras saltaram da minha boca.

- Carolina Voltan, esse é meu nome.- E antes que ela tivesse a chance de responder sai com pressa sem olhar para trás.