Os pés de Caio

Intimidade, Prazer e Caminhos separados.

No domingo acordei bem cedo, tentei dormir novamente, mas não consegui. Eu estava mesmo bastante inquieto. Acho que ainda estava processando as palavras de Caio e tudo o que havia acontecido aqui no quarto. Tomei café e tentei estudar um pouco. Comecei a ler um livro e por mais ou menos uma hora consegui tirar os pés do meu amigo do meu pensamento.

Com a leitura acabei me desligando do mundo e esquecendo o jogo. Quando lembrei já estava em cima da hora e eu não sabia o que fazer. Uma parte de mim não queria ir, ainda me sentia um pouco estranho por conta da nossa experiência, fora que eu também precisava muito continuar estudando. Mas outra parte (a mais forte e descontrolada) estava inquieta, querendo sair correndo para o estádio o mais rápido possível (e eu fui, né?! haha).

Cheguei correndo, falei com o pessoal da equipe e fui para arquibancada. Vi alguns amigos sentados mais à frente, mas resolvi ficar sozinho. Logo avistei o Caio no meio do campo mostrando toda a sua habilidade, dominando a bola com os pés e dando um verdadeiro show. O time estava bem, fizeram dois gols ainda no primeiro tempo.

Durante o intervalo fui falar com meus amigos e pude ver o Caio caminhando para o vestiário. Ele acenou para mim e eu acenei de volta. No segundo tempo ele fez um gol. Um belo gol! O outro time também marcou um, mas o jogo já estava ganho. O placar final foi de 3 a 1 para o nosso time. Assim que o juiz apitou o fim do jogo desci a arquibancada e fui para o vestiário me encontrar com o pessoal do time. Eu tinha acesso liberado ao vestiário, era algo comum. O técnico costumava brincar e dizer que eu fazia parte da equipe técnica, pois estava sempre com eles, acompanhando e torcendo.

Cheguei lá e estavam todos comemorando a vitória, brincando, falando alto... Uma confusão! Sentei em um banco e fiquei conversando com uns colegas que faziam parte do time. O Caio estava tomando banho. E nesse meio tempo fiquei praticando a minha atividade favorita: observar os pés dos garotos. Engraçado que dessa vez tudo estava estranhamente mais interessante, acho que por conta da minha experiência com os pés do meu amigo.

Quase babei quando vi um cara tirando as chuteiras. Ele ficou um tempo andando só com os meiões, de um lado para o outro, bem ali na minha frente. Conversou com os outros jogadores, depois sentou no banco bem ao meu lado e tirou os meiões. Disfarçadamente olhei para os pés dele. Ele tinha os pés bem grandes e brancos. Dava pra ver todas as veias neles. Fiquei imaginando que deveriam estar quentes, suados e fiquei com um tesão louco. O mais estranho era que eu não conhecia esse jogador. Ele só podia ser novo no time, nem sequer o vi no campo naquela manhã.

Fiquei curioso e cumprimentei. Ele não estava com uma cara muito boa e apenas me deu um "oi". Depois disso, tirou a blusa e foi tomar banho. Fiquei intrigado, mas voltei a prestar atenção no papo que estava rolando entre todos naquele momento.

Uns dois minutos depois o Caio veio falar comigo. Gaiato como sempre, já chegou se vangloriando pelo belo gol que havia feito. Sentou ao meu lado e ficamos conversando com todos que estavam lá. Ele estava usando Havaianas de brancas, seus pés estavam molhados por conta do banho. Enquanto eu fazia essa rápida análise em seus pés senti seus olhos me fitando. Fiquei sem graça, ele percebeu e deu um sorrisinho provocador.

Não demorou muito e o pessoal começou a ir embora. Caio me disse que também já estava para sair e disse que poderíamos ir juntos, caminhando. Concordei. Assim seria bom até para conversar um pouco sobre o que havia acontecido, pensei.

Na saída do estádio pude observar que o jogador do pezão bonito e da cara fechada, que havia sentado ao meu lado no vestiário, estava no ponto de ônibus intermunicipal, logo deduzi que ele era de uma cidade vizinha. Não resisti e perguntei ao Caio sobre o rapaz. Ele então me disse que o rapaz se chamava João, que era o novo lateral esquerdo do time, mas que ainda estava no banco de reservas.