Quando Duas Realidades Se Chocam...

Encarando o Seu Pior Medo...

               Mason entrou na caverna... era fracamente iluminada. Ele podia visualizar uma luz ao fundo. Com determinação, Mason avançou em direção a ela e logo percebeu que entrara um salão amplo. Havia uma lareira acesa no fundo e diversos cristais faiscavam a luz difusa das chamas. O local era decorado com objetos estranhos e parecia estar vazio...

             "Olá? Tem alguém aqui?" – Mason perguntou. Um ruído como um sibilar se fez ouvir... e ele percebeu que algo se arrastava pelas sombras.

              "QUEM OUSA ENTRAR EM MINHA CASA?" – uma voz trovejante ecoou. Dois olhos enormes apareceram acima da lareira.

               "Meu nome é Mason... eu preciso de ajuda! Preciso encontrar Madame Guyruda, a curandeira!" – Mason respondeu, tentando não gaguejar.

               "UM CENTAURO, CARREGANDO UM HUMANO MORTO COM UMA FLECHA NO PEITO, VEIO PEDIR AJUDA?" – a voz trovejou.

               "Por favor... eu vim pedir por ele! Esse humano é muito importante para mim! Ele não merecia morrer assim... e a culpa foi minha!" – Mason se ajoelhou e depositou Will com cuidado no chão. "Eu... eu faço qualquer coisa!"

              Mason se inclinou com humildade, enquanto uma enorme serpente o rodeava. A serpente sibilou para ele, mostrando sua língua bifurcada. Mason se encolheu de medo... ele não tinha medo de nada, pelo menos era o que acreditava até o presente momento. Mas, a visão de uma serpente enorme era assustadora. Ele não teria a menor chance. Ele desejou que ela o matasse rápido. A cobra se aproximou ainda mais e abriu sua boca, revelando as presas agudas, Mason fechou os olhos... Era o seu fim!

               "JOJO! Já basta!"- uma voz diferente ecoou. E a serpente se afastou sem hesitar.

               Mason abriu os olhos e viu que o lugar estava mais claro e uma figura, parecida com uma coruja, de olhos enormes e nariz pontiagudo, como um bico, estava na sua frente. As asas cobriam as costas como um manto. Vestia um vestido vermelho curto e calçava sandálias de tiras que eram enroladas até os joelhos. Ela era uma criatura meio humana, meio coruja. Mas, seu rosto exibia um sorriso amável.

             "Madame Guyruda?" – Mason indagou, surpreso.

              "Eu mesma..." – ela fez uma mesura, abrindo as asas. "Você teve coragem de vir e passar no teste da verdade. Apesar de suas atitudes serem condenáveis, você demonstrou humildade e honra ao assumir sua culpa. Você causou a morte de um jovem inocente por causa de sua raiva e seu ego inflamado. Mas, merece uma segunda chance... se estiver disposto a pagar o preço!" - Ela falou com severidade.

               "Eu pago... diga-me o que devo fazer, por favor!" – Mason implorou. "William era inocente... a culpa foi toda minha! Eu fui um ser desprezível! Quem devia morrer era eu, e não ele!"

              "Existe um modo de trazer ele de volta..." – Madame revelou. "Está disposto a arriscar tudo, inclusive a sua própria vida, por ele?"

              "Sim, sim... eu faço qualquer coisa! Até troco a minha vida pela vida dele! Eu ficaria feliz em morrer, se isso garantisse que William seria livre!" – Mason respondeu.

              "Então, coloque ele sobre aquela mesa, ali..." – Madame apontou para uma mesa baixa. "Eu vou pedir para Dipper e o caçador Bill entrarem também! Você precisará de ajuda..."

              Mason assentiu e fez o que a curandeira mandou. Com delicadeza, ele colocou Will deitado sobre a mesa, tentando não piorar ainda mais o seu ferimento. Logo depois, Dipper e Bill estavam ao lado dele. Dipper se aproximou da curandeira e beijou a sua mão com respeito.