Sobrenaturais - Relatos Reais

Relato Cinco

Vou intercalar duas histórias bem parecidas, mas que aconteceram com um ano de diferença. Se não me engano, já era Setembro de 2014 e minha família tinha voltado a se reunir, fazer churrasco aos domingos, além de ter visto alguns jogos da Copa do Mundo juntos. E com isso um tio que estava quase que totalmente afastado de nós, aos poucos foi voltando. Esse tio é pastor em uma igreja daqui da cidade e a esposa dele sempre foi uma pessoa bem rígida, nem conversava conosco direito ou ria. Sempre achei ela um pouco maldosa pelo jeito que me olhava.

Naquele ano, ela começou a pegar ônibus no mesmo ponto que a minha mãe e elas conversavam direto, até se aproximaram, apesar das diferenças religiosas e tals. Contudo, eu não me sentia bem com essa tia. Um dia, voltei da escola às seis e meia da tarde e fui ajudar minha mãe a lavar louça pra depois ir jantar, e foi nesse momento que ela disse "vc está saindo escondido?", o tom de voz dela me assustou e sempre que ela falava assim comigo, eu sabia que iria ser xingada e já abaixei a cabeça com medo. De novo, ela perguntou "você saiu escondido? matou aula?", e eu olhei pra ela muito brava, respondi que não, então ela disse "sua tia viu vc e mais alguns meninos saindo da escola, viu vc com o uniforme, a mochila e tudo". Eu comecei a ficar muito brava, lembro de apertar o guardanapo nas mãos com força, e eu falei "eu nunca matei aula, pq eu faria isso, não sou dessa laia", e ela insistiu. Eu passei a sentir muita raiva da minha tia e pensei pq ela mentiria apenas para me prejudicar. 

Umas semanas depois, encontrei essa tia e ela tocou no assunto dizendo que me viu matando aula com uns meninos e inclusive me chamou, disse que eu olhei pra ela e ignorei. Eu disse que aquilo nunca aconteceu, pq naquela época eu fazia tudo certo pra não desagradar meus pais, principalmente meu pai, então eu mantive a calma e falei que ela tinha me confundido. Assim como minha mãe, ela insistiu. O tempo passou e essa história morreu, não foi mais falado nisso entre a família.

Em 2015, entre os meses de Abril e Agosto, eu fiz curso de teatro no Centro Cultural da cidade, meus amigos faziam e pediram para eu ir também, assim teríamos mais tempo juntos fora da escola. As aulas eram incríveis, mesmo eu ainda ter certa timidez, conheci pessoas incríveis, inclusive uma menina de lá me emprestou A Seleção para eu ler e então quando fui devolver o livro para ela, a menina perguntou "vc é da paróquia?", eu estranhei a pergunta, mas disse que sim, fui batizada na igreja católica, fiz dois anos de catequese e até fiz curso para ser coroinha, mas minha mãe largou a igreja em 2011 pois não aguentava mais a hipocrisia (aquariana vibes), e então a menina falou "mas eu te vi domingo na igreja, vc estava sozinha, mas só olhava para o padre, eu fui te cumprimentar e vc me ignorou". Na hora, eu me arrepiei, pensando "de novo não", eu falei que ela deve ter me confundido, e depois ela nunca mais falou comigo.

Após essa segunda vez que alguém me fala que me viu em algum lugar, eu procurei saber o que seria, eu acreditava que estavam me confundindo e então lembrei do termo "doppelganger", eu sempre achei que era somente uma mitologia e eu via Vampire Diaries, achei absurdo ser isso até que li mais relatos sobre e um vídeo do canal Assombrado. Eu concluo que eu tenho um doppelganger que está andando por ai, se passando por mim. Tudo bem, contanto que eu não veja, tô tranquila.