A Garota da Fita

Cecília

Para os mortais a história da seda é uma. Mas para mim... Muito antes dos homens descobrirem os bichos da seda e usarem seus fios na fabricação de tecidos, uma mulher já os usava para magia.

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- Cecília venha me ajudar. Aqui tem muitos.

- Estou indo mamãe!

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Cecília jovem e delicada nasceu fraca dos ossos. Mal podia ficar em pé por muito tempo. Já sua mãe era a feiticeira mais poderosa que ja vi, mas tamanho poder trouxe medo a população de uma Vila vizinha.

Numa noite de lua cheia os aldeões atearam fogo na casa delas. Antes que o fogo consumisse tudo a feiticeira reuniu todas sua magia para salvar sua filha.

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- Cecília preste atenção. Essa fita tem todo o meu poder. Enquanto vc a usar ninguém, jamais podera ferir vc.

- Mãe...

- Corra para bem longe. Sem olhar para trás. Eu sempre estarei com vc.

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Assim que Cecília fugiu, a feiticeira teve uma visão, um futuro sombrio está por começar e a culpa era sua. A magia proibida que ela usou na criação da fita traria um grande sofrimento.

Mas para quem? Isso ela não viu. Enlouquecida com o deslumbre do futuro ela pegou usa adaga de pedra e perfurou seu coração e seu corpo queimou junto com a casa.

Já Cecília, alguns dias depois ela estava correndo por um lindo bosque. Correr era uma nova sensação para aquela garota frágil.

- Mate-os

A primeira fez que ouvi essa voz, me senti com medo. Ate mesmo eu que só conto o que vi.

Cecília pensava em sua mãe e nos gritos dos aldeões que cercavam a casa.

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- Espero que a mamãe esteja bem

- Morta. Morte. Vingança!

- O que? quem está aí?

- Calma nobre donzela. Me deixe entrar em sua mente.

- Mamãe? É a sua voz! mas pq sua voz está dentro da minha cabeça?

- Apenas diga sim. Posso entrar em sua mente?

- Sim ...

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Observei Cecília sair do chão e um vento forte envolver seu corpo num redemoinho, o vento passou e quando os pés dela tocaram o chão seus olhos tinham mudado de cor e seu cabelo estava preso com um laço de fita. Uma fita branca de seda.

Por mais alguns dias ela vagou sem saber ao certo onde estava indo. Quando reparou Cecília estava pisando cinzas, as cinzas do que um dia fora sua casa.

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- Eles fizeram isso com a minha mãe, com a minha casa. Não os deixarei impunes. Irão me pagar, um por um.

***

E assim ela começou sua vingança... Entrava nas casas a noite e com uma adaga de pedra que encontrou junto os ossos de sua mãe, matou todos os aldeões daquela vila.

Pessoas de vilas ao redor ouviram falar de um assassino que matava sem deixar sangue para traz. Mas isso nem mesmo a Cecília sabia explicar.

Após matar todos ela foi embora. Se isolou nas montanhas, perto de um lago. Ali ela morou por muitos e muitos anos.

Entre o povo surgiu a lenda de um ser que bebia o sangue das pessoas e depois as mata. Puro mito, o que ninguém viu foi que a fita Branca ficava cada vez mais vermelha a cada morte.