Um

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No dia em que Jennie se tornou um membro da Park House, alguém roubou suas roupas.

Quando ela chegou na lavanderia, com surradas máquinas de lavar-roupa, ela não encontrou nada mais que o piso molhado, escorregadio como os tambores da máquina, e - como uma brincadeira de mau gosto - a pior calcinha que ela tinha e uma meia. Ela estava frustrada, naturalmente, havia apenas duas máquinas sobre este último piso no Howard Hall, o menos valorizado e mais rodado dos dormitórios, a maioria dos dormitórios estava em condições precárias. Duas máquinas de lavar-roupa, dois secadores e, com sorte, se você fosse um destes que trabalham em qualquer dia e não come nos seus aposentos. Ela nunca tinha visto nada deste tipo, não nas últimas seis semanas desde que tinha chegado à faculdade.

"Não", ela disse em voz alta e se equilibrando, na beirada da máquina, enquanto olhava para baixo, um lugar escuro, o interior parcialmente enferrujado. Elecheirava a mofo e detergente barato. Um olhar mais atento não iria ajudar. Um par de calcinhas desgastadas na costura. Uma meia.
Ela estava dando falta de cada peça de roupa desgastada pelas ultimas duas
semanas. Cada peça que ela atualmente desejava usar.

 "Não!" Ela gritou para a máquina, onde sua voz em eco voltou para ela, e
escorregou para baixo, em seguida, chutou a lavadora violentamente na mossa feita por outros alunos desapontados antes dela. Ela não podia
respirar. Ela tinha algumas outras roupas – poucas – mas elas eram as roupas de última hora, Oh-meu-Deus-não gostaria-de-ser-pega-com roupas fora de moda. Calças que eram muito curtas e faziam ela ficar parecida com um lavrador, camisetas que eram muito grandes e bastante estúpidas, e parecia que sua mãe quem as havia escolhido. E tinha sido.

  Jennie possuía cerca de trezentos dólares esquecidos por ela, bem por meses, depois da última rodada de pizzas entregue e compra de outro livro para o
Professor Clueless Euliss, o qual ainda não tinha sido visto na matéria que estava ensinando.

Ela supõe que pudesse encontrar alguma roupa, se ela procurasse em volta, algo que não explodisse seu orçamento totalmente. Afinal de contas, o centro de Morganville, Texas, era a fugaz capital de lojas do mundo. Supondo que ela poderia achar algo que pudesse vestir.

A mãe dizia que isso iria acontecer, ela pensou.

Eu só precisava pensar. Me manter bem.

Jennie se jogou em uma cadeira de plástico laranja, despejando sua mochila sobre o piso de linóleo arranhado, e colocando suas mãos na cabeça. Sua face estava vermelha, ela sentia o rosto quente, e estava tremendo, e ela sabia, apenas sabia, que estava prestes a chorar. Chorar como um bebê, todos diziam isso dela, que era muito nova para estar aqui, muito nova para ficar longe da Mamãe.

É preciso ficar esperta, porque isso é o que vão fazer com você. Ela respirou
fundo, úmidas respirações e sentou direito, esperando que ela mesma não gritasse (porque eles desejariam ouvir), e imaginando se podia ligar para o pai e a mãe para receber um adiantamento, ou usar o cartão de crédito que era "só para emergências."

Depois, ela viu a nota. Não era bem uma "nota" eram pichações, mas foi dirigida
a ela, pintada na parede de cima das máquinas.

CARO TROUXA, ela leu, NÓS ACHAMOS LIXO NAS MÁQUINAS E JOGAMOS PELO CANO ABAIXO. SE VOCÊ QUISER DE VOLTA, MERGULHE NELE.

"Merda", ela respirou, e havia lágrimas de volta, por uma razão completamente
diferente. Monica.

Bem, Monica e as Monickettes, de qualquer maneira. Porque com "nós" explícito na nota, significa as garotas que sempre andam em bandos, como hienas, ao redor dela. E por que, com todo aquele cabelo escovado e pernas torneadas e longas e mais o dinheiro do seu pai da sua empresa de contabilidade, elas haviam se focado nela? Não... ela sabia a resposta para isso.

Park House ⚜️ Adaptação Jenlisa➰OneOnde histórias criam vida. Descubra agora