CAPÍTULO 19 - PARTE I

1.8K 170 92
                                    

Quem tiver interesse em acompanhar minha rotina de escrita e saber mais sobre o processo de lançamento desse livro (pois vai virar livro físico ><), me segue no insta: diario_deumaescritora_

BOA LEITURA! ><

*********************************************************************

Fugir daquela forma foi ridículo, mas não tive energia e paciência para discutir com o Guarda Real na porta do quarto. Até porque discutir com ele seria inútil, afinal ele só segue ordens, ordens que foram dadas por Hera. Ligar para Hera é inviável, ainda não tenho o número dela. Podia ter pedido ao Guarda Real? Podia. Mas não quis. Mostrar para Hera que ela não pode me controlar e me dar ordens, como se fosse minha dona foi o principal motivo do ato. Hera é uma princesa, filha do Supremo Alfa, e manda nas coisas, como minha líder, princesa e filha do Supremo, devo obedecê-la. É a hierarquia da alcateia. Mas como companheira ela não vai me tratar como uma inútil, que vai seguir todas suas ordens e ficar trancada dentro de casa, por medo de ser atacada a qualquer minuto. Essa lógica faz sentido quando a pessoa em questão é como a Suprema, frágil, indefesa e delicada. Não sou nenhuma dessas coisas, sei me defender, tenho um trabalho, tenho uma vida, não vou ficar trancada dentro de uma casa que para início de conversa não é minha, no meio de uma família que não conheço, protegida, como se eu não pudesse me virar sozinha se algo acontecesse.

"Até parece... Até parece que vou ficar trancada naquela casa..."

Andando apressadamente na rua, noto as pessoas parando e me olhando curiosas. Me pergunto o que elas sabem de mim. Sabem que minha companheira é a Hera? Sabem do homem que matei a alguns dias atrás? Sabem que matei esse homem com um poder que desconheço? O que elas sabem para ficar me olhando dessa forma?

"Foda-se! Fodam-se todos vocês..."

Depois de alguns minutos andando sem parar para respirar, paro em frente a casa da Profeta Miranda. Não sei se ela está, mas não me importo, não quero falar com ela e sim com Elisângela.

Toco a campainha repetidamente quando reparo que ninguém me atenderia, depois de muita insistência o interfone soa.

- Quem é? - A voz sonolenta e abafada de Elisângela ressoou no interfone.

- Lorena. - Um minuto de silêncio se passa.

- Hera sabe que você está aqui?

- Não.

- Ela vai ficar puta... Você sabe, né?

- Sei perfeitamente.

- Eu não quero ter nada a ver com isso.

- Você não tem. Vai me deixar entrar? - Pergunto impaciente. Pessoas demais já me viram no caminho para cá, será questão de segundos até alguém dar com a língua nos dentes para Hera.

Um bip é ouvido e o portão destrava. Entro na residência já familiarizada com a casa. Subo as escadas que dão para os quartos e enquanto me perguntava qual deveria abrir primeiro para encontrar Elisângela, ela abre a porta no final do corredor pondo a cabeça para fora do quarto. Quando entro no quarto ela fecha a porta, reconheci o quarto pomposo e delicado do dia em minha vida mudou drasticamente.

- A que devo a visita da vossa alteza. - Ela diz debochada e eu bufo.

~*~

Depois de algumas horas conversando com Elisângela e tendo despistado o Guarda Real que apareceu em meu encalço, decido ir embora. Nunca pensei que fosse sentir tanta falta da minha casa, e depois de quarenta minutos caminhando, paro em frente à minha kitnet de três cômodos. Adentro a casa temerosa de encontrar Hera me esperando ali, mas o silêncio que me recebeu mostrou que estava sozinha.

Revelação -  Série One WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora