CAPÍTULO 19 - PARTE III

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Quem tiver interesse em acompanhar minha rotina de escrita e saber mais sobre o processo de lançamento desse livro (pois vai virar livro físico ><), me segue no insta: diario_deumaescritora_

BOA LEITURA! ><

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- Movimento suspeito na entrada pela direita! - Outro disparo soa.

- Entendido. - Hera responde. - Precisamos encontrar um lugar seguro, essa casa tem algumas vantagens, mas não adiantará nada se mais de vinte pessoas nos encurralarem.

- Sair daqui não é uma opção. - Jeremy diz olhando para os lados.

- Essa casa não tem um porão com paredes de aço e porta com sistema de segurança? - Pergunto incrédula. Hera e Jeremy me olham com o cenho franzido. - Muitas casas desse bairro tem uma espécie de cofre que serve como abrigo em caso de ataque, somente aristocratas costumam ter esse tipo de proteção. - Hera e Jeremy se encaram brevemente, e vejo a conversa que tem somente com a troca de olhares.

- Não que alguém nos tenha dito. - Hera se volta para a maleta de armas apressadamente.

- Vou ligar para Lucas para saber sobre isso. - Jeremy alcança o celular novamente, e enquanto se afastava para fazer a ligação outros disparos soam do andar de cima.

- Vamos para o andar de cima fazer uma barricada. - Hera diz colocando um colar de bombas digitais no pescoço como se fossem um colar de flores. Ela agarra mais cartuchos de balas e mais armas: facas e estrelas ninja, as colocando num coldre específico que também havia tirado da mala. Ela grita ordens para os Guardas que estão nas janelas a procura de movimentos ao redor da casa, e me dirijo para Anna que ainda estava sentada no sofá, torcendo as mãos nervosamente no colo, com uma expressão assustada no rosto, a pistola 9mm que o Supremo havia pego para ela estava ao seu lado no sofá intocada. Em outro momento teria rido da cena. Os tiros pararam por alguns segundos deixando um silêncio estranho pela casa, a única voz vinha do Supremo no telefone e de Hera dando instruções para os Guardas Reais que estavam espalhados pela sala. Mordi o lábio incomodada com o silêncio causado pela ausência dos sons ensurdecedores dos tiros. Em meu pouco tempo de vida e na minha curta experiência na Equipe de Segurança, posso afirmar com certeza que quando os tiros cessam pela primeira vez num confronto, não é porque alguém venceu, e sim porque o inimigo está se reorganizando.

- Tudo bem? - Pergunto ao me aproximar de Anna, e me sento ao seu lado. Pego a pistola 9mm e primeiro confiro se está travada e depois carregada.

- Pergunta curiosa. - Um sorriso trêmulo deixa os lábios de Anna, que não tirava os olhos do Supremo um segundo sequer. Assim como eu, Anna também vestia um roupão, seu cabelo estava preso em um coque assim como o de Hera, e sua pele já branca demais havia se tornado terrivelmente pálida. 

- Realmente, me desculpa. - Só então Anna volta seu olhar penetrante para mim. Ela põem sua mão em cima da minha dando um leve apertão, para em seguida voltar a olhar o Supremo.

- Você está tão calma, gostaria de ter essa tranquilidade.

- Só por fora. - Olho ao redor na grande sala de estar. A parede que fica de frente para a rua é quase que completamente de vidro, do chão ao teto, nessa parede os Guardas fecharam as cortinas e espiavam pelas brechas que abriam com as mãos para olhar do lado de fora. A única luz dentro da sala vinha dos postes de luz da rua, os feixes entravam por uma pequena parte aberta da cortina onde um Guarda Real se posicionava em frente, de costas para todos nós.

- Vamos subir. - Hera aparece de repente e outra série de ordens dispara da sua boca aos Guardas. Anna e eu subimos na frente, segundo Hera e Jeremy somos prioridade, segurei a língua para não soltar nenhum comentário escandaloso. Já no segundo andar fomos para o último quarto no final do corredor. Hera, Matheus, Igor, o Supremo e mais quatro Guardas Reais começaram a tirar os móveis dos outros quartos e os amontoar no topo da escada, bloqueando a saída para o andar debaixo, enquanto os outros Guardas Reais tomavam as posições demarcadas por Hera em frente às janelas do cômodo. Anna se ajoelhou em um canto do quarto e começou a proferir um cântico, e apesar de não conhecer o cântico assumi ser uma oração para os deuses. A lembrança do ataque que sofri no começo da semana voltou a minha memória, fiz uma oração, uma promessa naquele dia e olha a confusão que minha vida está. Empurrei os pensamentos para o fundo da mente tentando me concentrar no presente, por mais que não goste da atual confusão que minha vida se tornou, estou viva, e isso é o que importa.

Revelação -  Série One WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora