S/n era uma garota destinada á enfrentar tudo e aqueles que a impedissem de realizar aquilo que mais desejava. Ao seu olhar, tudo era possível de se conquistar e acreditava ser capaz de seguir os seus sonhos. Mais também ao olhar de seus pais que nã...
As coisas estavam mais calorosas do que nunca, minha cabeça não estava em um só lugar, eu me mantinha agitada o tempo todo. E respirar? Bom, essa era a tarefa mais difícil no momento.
Naquele dia de manhã, eu peguei o jatinho com a Demi e seus amigos, como não sou boba. Eu bem aproveitei a carona.
Eu fui distraída o voo inteiro, nem mesmo conversava com alguém ou ousava tirar os fones de ouvido. Minha trilha sonora não me permitia aquilo naquele momento.
Coloque play na música
Coldplay sempre foi meu norte em tantos momentos da minha vida, me trazia clareza em momentos tão sombrios que eu perdi as contas de quando mais precisei e a música foi meu alicerce.
Quando chegamos e eu desci no aeroporto, ele estava vazio, por um milagre. Ao longe bem no hall eu podia enxergar alguém segurando uma placa e ela estava escrita em português? Aquilo realmente estava me deixando estática, mais aquele cabelo grisalho eu passei a conhecer bem. Não só nos meus sonhos, como nas últimas semanas.
Eu só não acredito que ele fez isso. A letra era um garrancho e parecia que teve dificuldade em escrever algo que era desconhecido por ele, seu boné preto já o entregava das suas saídas com a Demi e como fã eu conhecia bem.
Até que fui chegando mais perto e li: "Bem-vinda filha", aquilo, aquela letra, aquelas palavras. Não podia ser real.
- Vai S/a, ele tá te esperando - ouço a Demi atrás de mim e eu só larguei as malas e corri como nunca na vida.
As lágrimas já desciam de maneira desesperada. A tamanha informação que me foi dada, eu só esperava no dia seguinte e de maneira discreta. Mas dessa forma, assim? Aquilo mostrava o quanto ele estava mais angustiado do que eu, como aquilo mostrava que a marca de nascença, descoberta graças a Demi, colocava todas as dúvidas e medos de lado. Como a história começaria a partir deste momento.
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A mala que estava na transversal, eu larguei no chão e me permiti sentir o seu abraço, o seu cheiro amadeirado, a sua barba por fazer que pinicava e demostrava seu cansaço. Em como o seu abraço era um porto seguro. O porto seguro do meu pai?
Quão louco isso é? Como isso é possível de acontecer?
- Eu... eu não sei o que dizer - eu disse me separando do seu abraço e reparando no seu enorme sorriso - Como você fez isso? Por que??
- Por que eu não aguentava mais essa aflição. Eu não aguentava mais esperar - ele disse rindo - O pessoal do laboratório deve estar me xingando de tanto que liguei pra lá e pedi urgência - ele disse coçando a nuca.
