poesia em texto.
4,5 bilhões de anos. Inúmeras gerações e descobertas mirabolantes; evolução de tudo e todas as coisas, e ainda assim tive sorte de nascer no mesmo século que você. Na mesma década. Você foi crescendo, e eu também. Descobrimos que na verdade as nuvens não são feitas de purê de batata e que uma bolha de sabão nunca durará por muito tempo sem estourar. Você foi ao parque, e eu também, mas nunca no mesmo instante. Frequentamos os mesmos lugares, talvez, mas, não nos conhecíamos. Um belo dia, coincidentemente, resolvemos estar no mesmo ambiente, na mesma hora, no mesmo minuto e segundo. Os nossos olhares se encontraram e então finalmente nos conhecemos, foi a primeira vez que te vi. E aquilo foi o suficiente. Jamais iria esquecer daquele rosto, embora não soubesse a importância que aquilo teria depois.
Não direi que me apaixonei ali, mas algo em você me chamou a atenção e ao mesmo tempo eu não liguei muito para isso.
Vieram outros dias e todas às vezes em que eu via você sentia exatamente a mesma sensação da primeira vez, mas, o que era aquilo? Certas vezes você me cumprimentava e então trocávamos um sorriso simpático, mas as minhas mãos vacilavam tremer quando sabiam que iriam encontrar com as suas. E então, sem querer, eu estava te observando. Observava o jeito que você andava ou como gesticulava enquanto contava algo. Observava a sua risada e me esforçava ao máximo para saber quem era você de verdade enquanto estávamos conversando na nossa roda de amigos, eu queria ter todas as informações em mente, mas não queria que você soubesse que da minha parte havia um certo interesse, porém, eu queria que você fosse importante pra mim e talvez isso tenha pesado nas minhas palavras aqui agora. E de alguma forma aquilo parecia loucura pois ao mesmo tempo sentia que deveria recuar, afinal, tudo o que tínhamos era quase nada. Tudo isso durou muito tempo até que finalmente ficamos próximos, mas eu já sabia controlar os meus sentimentos e um tic-tac interior me dizia que embora ainda sentisse algo, era impossível, então, esquece. Você foi legal comigo. Assim como era legal com todo mundo, e por isso jamais imaginei que da sua parte pudesse haver um interesse especial ao perguntar se eu estava bem. A questão é que uma coisa eu amava: conversar com você. Parecia que os problemas, como num passe de mágica, desaparecessem para sempre e o som da sua voz era o suficiente para me trazer a paz. Além de você ser muito, mas muito bonito, a sua inteligência me fascinava e os seus detalhes me prendiam. Eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo e no intervalo delas eu pensava: porque você não pode ser meu?
Outras toneladas de meses se passaram e então me distraí, mas tudo isso que sentia ainda estava guardado e somente você podia reativar a hora que quisesse. Agora sei que estava no modo de alta defesa, e pelo meu próprio bem não queria acreditar em algo distante demais.
Então caiu na rotina estremecer todas as vezes em que nos víamos ou ter palavras inteligentes para te impressionar a cada conversa que tínhamos.
Mas algo mudou novamente quando decidimos ler o mesmo livro juntos, e eu vi e ouvi coisas que talvez nenhuma outra menina presenciou, e isso me fez sentir tão única na sua vida que de repente a esperança bateu na minha porta e então decidi deixá-la entrar. Gostava do fato de sermos amigos, pois pelo menos era fácil conseguir informações sobre você sem que eu tivesse que dar um jeito de descobrir sozinha. Eu estava lá, podia conversar, podia te ajudar, podia ser útil e podia ocupar um lugar de importância no seu coração. Então os meus sentimentos voltaram á vida, e eu aceitei que estava apaixonada.
Você, para a minha surpresa e espanto também, exercia os mesmos sentimentos. Descobri isso muito depois e confesso que ainda estou digerindo que na mesma época que sentia aquele frio na barriga quando estávamos juntos, você também sentia. Isso significa que eu nunca estive sozinha.
Você deveria ter no mínimo um pingo de noção do quanto fiquei feliz quando proferimos as palavras exatas que se resumia no que sentíamos um pelo outro. E, se hoje fosse algum dia comum só que há um ou dois anos atrás eu jamais imaginaria estar escrevendo uma coisa dessas. Mas estou. Esse texto é para o meu namorado, dono do sorriso mais lindo desse mundo. Não foi fácil chegar até aqui, mas chegamos, e agora que te tenho jamais deixarei você partir. É por isso que você precisa acreditar quando digo que te amo: foi algo construído e fortalecido com o tempo.
Eu tenho orgulho de ser sua e quero construir uma vida ao seu lado. Você me conquistou sem que precisasse se esforçar e tem feito isso todos os dias.
Sabe, eu faria tudo de novo. E se fosse ainda mais difícil eu faria também, pois se a recompensa final significa ter você eu vou até o fim. É para você que a partir de então eu vou dedicar toda a poesia que fluir, pois a fonte da inspiração é você e o motivo do meu sorriso bobo também. Obrigada por ser indesistível.
Gostaria de dizer novamente que te amo. Mas que te amo de verdade. Nesse tempo que estamos juntos aprendi desde a lona até as luzes de um circo.(...)