I'm going back to 505

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-------Londres--------

*POV narrador*

Cá estava ele, de volta a linda Londres. Já haviam se passado dois anos desde que tinha sido transferido para Sheffield, mas suas melhores lembranças se passavam em Londres...e as piores também. Afinal, havia nascido e crescido ali, e agora não sabia dizer se sua vinda o traria momentos bons ou ruins, ele apenas sentia-se estranho, pensamentos embaralhados.
Alexander Evans era um reconhecido,porém solitário, detetive. Seu trabalho e dedicação eram sempre notáveis, tendo resolvido diversos casos durante sua carreira, e era esse o motivo pelo qual havia sido convocado de volta a Londres: um caso estranho e complicado demais para ser resolvido por qualquer pessoa.
Ele,filho único, havia perdido seus pais muito cedo, e desde então aprendeu a lidar com a vida sozinho, talvez com certa amargura. Não foi diferente em relação a amigos, não era de muitas amizades nem relacionamentos, não tinha muitas oportunidades para esse tipo de coisa (que para ele eram sem relevância), focado somente no trabalho, e quando havia uma chance, tratava de afasta-la.
Apesar de tudo, era bastante respeitado pelos colegas de trabalho, pelo seu talento e foco. Até então, não houve um caso em que ele não havia resolvido com agilidade, rapidez, e acima de tudo, seriedade.
Talvez as coisas estivessem prestes a mudar para ele... essa vinda a Londres viria a tirar seu foco do trabalho? Conheceria alguém? Viria a fazer com que ele passasse a ver as coisas de uma forma diferente? Ele ainda não tinha ideia de nada disso, mas algo iria acontecer logo.

Assim que chegou a cidade foi levado diretamente a uma cena de crime. Uma cabana distante de outras casas, com certeza havia sido abandonada, ou pelo menos alguém não vivia ali a algum tempo.
Ja havia  3 homicídios, todos praticamente da mesma forma.
Alexander encontrou Greg Jones, um antigo colega, a qual foi a pessoa que chegou mais próximo de ser um amigo, que recebeu-lhe com alegria.

-"Alex! Seja bem vindo de volta, é bom tê-lo por aqui."- o homem,pouco mais baixo e rechonchudo tratou de se aproximar e surpreeder Alexander com um abraço, que o mesmo retribuiu, apesar de sem jeito e de não estar acostumado a este tipo de ato.
-"É bom vê-lo também, Jones."- saiu do abraço coçando a garganta, com um leve sorriso para o colega, que respondeu com simplicidade:
-"Sabe que pode me chamar somente de Greg."

Greg passou todas as informações que tinha até então sobre aquele caso, e em seguida entraram no local.
Alex prestou atenção em todos os detalhes, mas era impossível não observar de cara os símbolos nas paredes, pintados com sangue. No centro da pequena cabana havia um corpo em cima de uma mesa, com um corte extenso em seu tórax. Greg comentou que os corpos anteriores foram encontrados exatamente da mesma forma.
Não haviam muitas pistas, quem quer que tivesse cometido aquilo teria sido bastante cuidadoso,apesar do sangue por todo lado. Os corpos também não tinham um padrão certo. Não somente homens, nem somente mulheres... Até então estavam de forma aleatória. Ninguém havia visto nada nem ouvido, não havia residências próximas,então era difícil que tivessem visto, o corpo só foi encontrado pois um velho caçador passou pela cabana.
Alexander anotou tudo que pôde. Desenhou em seu bloco de notas todos aqueles símbolos das paredes.

-"Acha que teria sido algum tipo de ritual satânico?"- perguntou Greg,confuso com tudo aquilo.
-"Deixe disso. Você sabe que não existem essas coisas."
-"Mas e quanto a esses símbolos? Realmente parecem satânicos,ou algo do tipo..."
-"Devem ter sido colocados aqui para causar medo, nada além disso."

Greg calou-se, até porque esse assunto não era algo que lhe causasse total conforto. Apesar de fazer parte da polícia, ele não era um dos homens mais corajosos. Também sabia que Alex continuaria a negar sobre aquilo, e talvez ele devesse fazer o mesmo.
Após seguirem todos os procedimentos, ausentaram-se do local. Na delegacia, tentavam procurar por alguma coisa que pudesse leva-los a algum suspeito, ou ao menos a alguma pista,oque até então não tinham nada, nem ao menos dos outros homicídios, apenas sabiam quem eram as vítimas.
Alex se perguntava se realmente não haviam pistas, ou se a polícia teria sido irresponsável em não encontra-las, afinal poderiam ter seguido os passos que as vítimas teriam tido antes de serem mortas. Poderiam ter tentado qualquer coisa. Porque não?
Tudo oque tinha era uma jovem,uma senhora,um jovem adulto, e um homem de aproximadamente 40 anos. Todos vítimas, mortos da mesma forma.
Estava tarde, Greg sabia que Alex poderia estar cansado da viagem, mas ele insistia em continuar com aquilo, que não teria muita serventia no momento.

-"Você precisa descansar, pode continuar com isso amanhã."
-"Quanto mais tentarmos, mais cedo resolveremos."- ele tornou sem tirar os olhos da papelada.

Greg pensou de cabeça baixa, até ter uma ideia:
-"Vamos, vá pra casa. Amanhã haverá uma grande festa, com diversas pessoas de alta classe social, e acredito que alguém que pode nos ajudar nesse caso estará lá."
Alex desviou seu olhar, olhando para Greg.
-"Se essa é mais uma de suas tentativas de 'me tirar da zona de conforto',pode esquecer."

Ele tinha razão em suspeitar. Diversas vezes Greg tentou dissuadi-lo a sair, a encontrar pessoas...Alex nunca aceitou isso, mas dessa vez, não era o caso, Greg não mentira.
- "Não, de jeito nenhum...realmente há alguém que possa nos ajudar, acredite. Vamos, você não vai morrer por ir a uma festa!"

Alex pensava inquieto...deveria ir? Quem poderia ajudar em algo assim?
Com um suspiro longo, tomou sua decisão:
-"Tudo bem, tudo bem...eu vou. Mas espero que realmente esteja falando a verdade!"

Greg não pôde deixar de comemorar discretamente. Ele sempre tentou ajudar o amigo, por mais que na maior parte das vezes falhasse.
Os dois saíram da delegacia, e dirigiram-se a seus destinos. Greg foi para casa, já Alex foi hospedar-se em um hotel próximo, a qual já teria passado um longo tempo hospedado quando ainda vivia em Londres, e para a sua surpresa, acabou ficando com o mesmo quarto de antigamente. O quarto 505.
Assim que entrou no quarto sentia seu corpo pesar, e dormiu assim que deitou-se. Estava cansado, apenas não queria admitir isso.

Continua...

No place like LondonOnde histórias criam vida. Descubra agora