Ada Donb pt.2

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Depois de alguns segundos, que para ambos pareceram longos minutos, soltaram as mãos um do outro e Ada acrescentou, com sua forma ousada e atraente:

-Então é um detetive? Devo admitir que de fato esta é uma profissão que eu muito admiro. Se em algum momento eu me prestasse a exercer um outro cargo, certamente seria este.

Alexander estava admirado, e cada vez sentia mais curiosidade em conhecer aquela enigmática mulher, apesar de parte dele querer lutar exatamente pelo contrário.

-Mesmo?-perguntou ele, sobrancelhas arqueadas- Teria algum motivo para tal interesse? Oque faria uma mulher como você desejar ser detetive, por exemplo? Se me permite perguntar.

Ada arqueou uma de suas sobrancelhas com um leve sorriso de canto, absorvendo as reações e questionamentos de Alex.

-Uma mulher como eu? O que o faz questionar isso, senhor Evans?

-Bom, certamente você não é uma mulher...digamos, comum como as outras.- disse Alex de forma distinta, dando levemente de ombros.- Não que seja um problema, admiro isso.

-E de certa forma não seria exatamente por esta razão que eu me interessaria profundamente por tal assunto?- ela disse arqueando ambas sobrancelhas, pegando Alex de surpresa com seu comentário- Mulheres comuns como as outras não se atrairiam pelo mistério, a curiosidade de deslumbrar-se com vestígios em uma cena de crime, ou a verdade por trás de um assassinato... Eu imagino o quanto seria satisfatório coletar tantas informações, pouco a pouco, e por fim montar um grande quebra-cabeça, descobrindo um culpado. Isso me encanta.

Alex encontrava-se estupefato, graças ao modo como Ada expressava suas opiniões e pensava de forma irregular, e assim não pode evitar um leve sorriso. Greg, que até então apenas observava a conversa, de certa forma também sentia-se surpreso sobre como Ada teria feito seu colega sentir-se a vontade em uma conversa de forma tão vertiginosa já que ele mesmo teria tantas vezes tentado ajudar nisso, o apresentando a tantas pessoas, porém o mesmo apenas fechava-se, sem interesse em manter uma conversa com ninguém. Com Ada isso parecia ser diferente pela primeira vez desde que o conhecera, então ele, empolgado, resolveu adiantar sobre o assunto em questão: o caso.

-Senhorita Ada, perdão por incomoda-la, mas eu e meu colega resolvemos procura-la afim de conseguir alguma ajuda sobre um caso em que estamos trabalhando...

-O caso ao qual todos estão comentando sobre? A sequência de mortes estranhas... - ela respondeu para Greg, de imediato, ficando levemente confusa em seguida- Mas porque precisam de minha ajuda?

-Bem... deve ter ouvido falar sobre  as suspeitas dos cidadãos de que possam ser sacrifícios, ou algum ritual satânico... sei que entende disso e poderia fornecer algum apoio.

-Não é nenhum sacrifício ou ritual! - interrompeu Alexander.

Ada esboçou um ar um pouco sério perante Alex, o observando.

-Não acredita, senhor Evans? Acha que não pode haver nada além de nosso entendimento?

Por um momento, aquelas palavras fizeram com que ele se lembrasse de momentos de sua infância. Momentos que não fazia questão de lembrar-se. Recordou-se de flashs do passado, que por muito tempo ficaram guardados, escondidos em sua memória. Flashs daqueles momentos quando ainda era somente um garotinho, quando ainda tinha seus pais ao seu lado. Aquelas várias noites em que jurava ter visto um fantasma ao lado de sua cama, ou as tardes de brincadeiras em que via um monstro no campo.

Tudo isso, ele fez questão de esquecer. Lembrava-se de sua mãe tentando fazê-lo compreender estes fenômenos, mesmo que nem ela mesma os entendesse por completo. E por outro lado, havia seu pai fazendo questão de tirar isso da mente do pequeno Alexander, dizendo que não passava de imaginação, nada disso existia. Com o passar do tempo e de seu crescimento, optou por seguir o pensamento do pai, e nunca mais pensou nesses momentos, e nem no assunto em questão.

 Com o passar do tempo e de seu crescimento, optou por seguir o pensamento do pai, e nunca mais pensou nesses momentos, e nem no assunto em questão

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