Capítulo 16

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TERESA

Abro meus olhos mas eles se fecham de novo por causa da luz forte. Depois que minha visão
acostuma, percebo que estou na sala de um hospital, e uso uma máscara para me ajudar a
respirar.

Me levanto e meu corpo está leve, como se eu tivesse tido um bom sono, tiro a marcará do
meu nariz e suspiro alto.

Lembro de tudo o que aconteceu. Christofi afogou e me afogou junto, bom... Pelo menos ele
não teve culpa, e eu não sabia que ele não sabia nadar.

Coloco os pés no chão gelado e meus dedos se encolhem, logo saio da sala vazia e percebo que
não estou no hospital, mas sim na mansão de Christofi.

- Ele tem mesmo um hospital dentro de casa? Que loucura! - falei pra mim mesmo

Paro em um corredor que eu nunca vi, então percebo que eu pelo menos poderia tentar
explorar a mansão. Parece que o corredor é no andar de baixo, e aqui é muito silencioso.

Paro na frente da porta de um quarto, ao lado dele tem uma placa pequena escrita não entre,
penso em não entrar mas a curiosidade fala mais alto, então giro a maçaneta.

É um quarto limpo, e com os móveis que aparentam ser antigos. Fecho a porta de imediato e
fito tudo, a decoração é branca e marrom por causa dos móveis

Provavelmente o quarto deve ser do pai e da mãe do senhor Christofi, e parece que alguém
ainda dorme aqui porque está bem limpo. E o cheiro não é de mofo, lá fora consigo ver um
pedaço do jardim que nunca fui, a casa do senhor Christofi é enorme, daqui consigo ter a
certeza disso.

Ando mais a frente e vejo algumas fitas empilhadas em cima da outra organizadamente, não
ah nada escrito, e o video cassete está aberto pronto para colocar uma fita, sem pensar duas
vezes coloco e espero carregar, logo vou até a cama e fito a televisão antiga porém sofisticada
pra época.

Na tela aparece "carregando..." mas logo aparece alguém ajustando a câmera no video, franzo
a testa para entender melhor a imagem e abaixo o volume da televisão e me sento na cama de
novo. Um garoto aparece, ele se senta na cama, exatamente no lugar onde estou, no mesmo
quarto, ele aparenta ter 15 anos, é moreno, tem o cabelo louro escuro, e olhos claros, que
estranho, parece até...

- Oi. Meu nome é Christoffer. - ele fala e eu arregalo os olhos - atualmente tenho 15 anos, e
estamos em 2005. - ele encara os dedos enquanto esfrega depois suspira alto e olha para a
câmera, seus olhos estão vermelhos como se ele tivesse chorado muito, e seu semblante triste
- eu estou gravando esse vídeo porque não consegui contar pra ninguém o que eu vi na morte
do meu pai, e acho que nunca vou conseguir. Gravo esse vídeo porque esse é o único método
de vocês ficarem sabendo, porque hoje... - ele tira uma arma de dentro da jaqueta - eu vou
tirar a minha vida!

- O que faz aqui?! - Christofi entra no quarto e eu me levanto num pulo - quem deu permissão
pra você entrar aqui?! E mexer nas minhas coisas?!

Ele tira a fita do vídeo cassete e coloca no mesmo lugar onde estava e desliga a televisão

- M-me desculpe... - cruzei os braços - realmente, eu não devia...

- Não devia mesmo! O quarto estava escrito para não entrar! Você não sabe ler? - desvio os
olhos dele e encaro o chão - me desculpe. - ele fala e eu o encaro

- Não você está certo. Eu realmente não devia entrar - suspiro alto - tenho que mudar esse
meu jeito curioso, as coisas... Acabam saindo mal, ainda mais o vídeo e esse quarto que não
tem nada a ver comigo e parece ser tão importante.

O Ceo E A Roceira + 18Onde histórias criam vida. Descubra agora