Decimo quarto passo

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ESSE CAPÍTULO PODE CONTER GATILHOS PARA ALGUMAS PESSOAS
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Louis estava confuso, havia chegado da escola a alguns minutos, mas Harry não estava lá, e não atendia seus telefonemas.

Quando chegou em casa, sua mãe falou que ele teria que ir a psicóloga urgente.

Nada fazia sentido, seu amigo sumiu, e sua psicóloga precisava dele? Estranho.

Foi caminhando até a psicóloga, e ao chegar ela já o esperava na sala de espera.

"Louis! Que bom que chegou!" Ela fala soltando uma risada nervosa.

"Olá" ele responde, enquanto seguia ela até uma sala fora do habitual. "O que estamos fazendo nessa sala?"

A sala tinha uma maca e era estranhamente escura.

"Vamos testar algo diferente Louis, eu acho que você não sabe o que despertou seu distúrbio, certo?" Louis acena com a cabeça negativamente, realmente não se lembrava de nada "eu acho que você sofre de perda de memória pós traumática, uma confeição que faz você perder a memória após um trauma ou desespero muito grande..."

"Ok?" Louis fala confuso com todas as novas informações, des de quando ela sabia disso e não o falou?

"Eu queria testar um tratamento, talvez funcione e eu consiga acessar essas memórias perdidas..." ela fala "eu queria testar hipnose. Sua mãe permitiu, eu só preciso que você também permita"

E Louis permitiu, deitou na maca e fez todo o procedimento necessário, deixando assim que a psicóloga fizesse seu trabalho.

Para a psicóloga nunca foi tão difícil ouvir um relato, igual aquele dia.

O menino contava atrocidades que a tempo foram esquecidas e apagadas por um mecanismo de defesa de seu cérebro.

Louis sofreu um estupro.

Com três anos, o menino foi estuprado pelo próprio pai.

Os relatos eram absurdos, e para ele lembrar de tudo isso, foi como viver o trauma novamente.

Ninguém merecia ser estuprado, nem viver calado e sofrendo as consequências disso.

O pior, era saber que em 13 anos, o pai dele nunca sentiu remorso por tudo que causou.

[X]

As semanas seguintes foram um caos para Louis, ele não queria ver ninguém, se trancou no quarto e vivia a base de suas doses de antidepressivo.

Sua vida estava uma merda, e a de todos a sua volta também.

Harry, que havia descoberto tudo, se sentia culpado por não proteger seu garoto, que agora nem queria vê-lo...

Para Harry ele havia falhado muito em sua missão, poderia ter descoberto antes, só não fez por uma falta de atenção Idiota!

A mãe de Louis ficou chocada com os relatos contados a ela, se sentia inútil por não proteger seu filho. No mesmo dia expulsou o marido de casa.

Os amigos de Louis, Liam e Niall, estavam preocupada  com os dois amigos, Louis e Harry nunca passaram tanto tempo separados, e ambos estavam adoecendo com isso.

Mas Louis simplesmente não conseguia, queria esquecer tudo novamente, era doloroso demais saber o que aconteceu.

Os dias passaram e já completavam duas semanas que Louis estava trancado em seu quarto, e seu pai foragido.

Harry por outro lado, estava surtando, o garoto estava a ponto de arrancar seus próprios cabelos e invadir o quarto de Louis.

"Calma H, o Lou precisa de um tempo" Liam fala, enquanto estava abraçado com Niall no sofá da casa de Harry.

"Não liam, ele precisa de ajuda" o cacheado insiste, enquanto anda em círculos em volta da mesa de centro "eu poderia ter ajudado, eu tinha que ter visto!"

Niall levanta e segue até a direção de Harry, o segurando pelos ombros.

"Escuta aqui Harry, todos nós crescemos com o lou, então se a culpa é sua, também é nossa! Mesmo que você sinta essa obrigação estranha com ele, ele também é nosso amigo, e todos estamos preocupados, mas a terapeuta disse para dar o tempo dele,e nos faremos isso!" Niall fala/grita com Harry, que finalmente compreende, que ele precisava se acalmar.

Louis precisava de um tempo, e Harry daria isso.

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Eu não vou descrever a cena de estupro, por não ser algo que eu me sinta confortável, mas lembrem-se que estupro e crime, eu não apoio nada disso, liguem 100 e denuncie.

Se quiserem saber mais sobre abusos infantil, vocês podem pesquisar, Eu li muito e até tenho uma cena escrita com a descrição de tudo... mas não vou postar por respeito e por não querer que isso se torne pior do que já é.

Eu quis escrever essa fic, e eu já sabia o que aconteceria, mesmo assim a cena me deixou fragilizada.

Imaginem um cara de 37 e uma criança de 3, inconsciente e em pânico. O pânico foi tanto que a impedia de ser tocada por medo.

Seu corpo suas regras, não permita que ninguém ultrapasse seus limites.

Sobre a culpa estranha do Harry, se acalmem, isso será trabalhado...

O que vai rolar nos próximos capítulos?

Passinhos de pinguim (L.S) Onde histórias criam vida. Descubra agora