Quarto passo

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Havia silêncio dentro do quarto de Louis. Ele estava triste e confuso, então apenas ficou assim toda a noite, encolhido em suas cobertas, pedindo para que o medo fosse em bora.

Na manhã seguinte os pais do Menino tinham trazido biscoitos e sucos de maçã em caixinhas para ambos os garotos, mas o de cabelos castanhos ainda não queria falar com Harry.

Este estava sentado apoiado ao batente da porta do quarto com sua cabeça entre as pernas, no momento em que sentiu seus olhinhos enchendo de lágrimas e começando a soluçar.

Ele realmente queria falar com o menor. Mas toda vez que tentou, o seu garoto de olhos azuis apenas se cobria mais e olhava para ele aterrorizado, como se Harry fosse o monstro que iria o machucar.

Harry não gostava dessa sensação, de que havia feito algo que machucou o amigo, mesmo não sabendo o que ele fez, ele se sentia a pior pessoa do mundo.

Quando os soluços começaram a ficar mais tristes e altos, porta abriu-se ligeiramente e um curioso Louis observou o de cabelos encaracolados.

"Hazzy, por que você está chorando?"

"Porque v-você não vai mais me amar nunca" ele fala chorando mais e deixando os soluços mais altos "e e-eu te amo muito"

"Eu te amo sim, só não quero que faça isso novamente." Ele falou olhando para o amigo, e jogando um beijo; que Harry rapidamente pegou e guardou no coração.

Isso de jogar um beijo e guardar no coração, era natural entre eles, a forma de Louis mostrar que ama ele.

"Então, ainda somos amigos?" Harry perguntou ainda incerto

"Sim, daqueles que compartilham biscoitos!" Louis disse apontando para o pacote de biscoito do maior que estava esquecido no chão.

Ambas as crianças levaram os sucos e biscoitos até a mesinha do quarto de Louis. Comeram e Harry tentou fazer o Louis rir com algumas piadas que tinha ouvido na escola. Ele sabia que o outro nunca tinha ido à escola. Mas não entedia muito bem o porque.

"Loueh por que você tinha ficado bravo?"

"Não quero abraços."

"Por quê?"

"Eu não gosto deles."

"Ah, tudo bem"

Harry sugeriu-lhe que fossem ver desenhos animados na sala de estar, enquanto os pais de Louis  voltavam das compras.

Mas quando eles estavam andando, em direção a sala para ver Madagascar, Harry parou e deu um pulinho animado.

"Tive uma ideia!" Harry falou animado com o amigo, fazendo os dois pararem

"O quê?" Louis perguntou igualmente animado

"Eu vou te ajudar a gostar de abraços, assim iremos para a escola juntos e eu cuidarei de você." Ele disse como se tivesse obtido a resposta para todas as perguntas do mundo, e para o mundo dele, realmente ele tinha.

"Como você vai fazer isso?" O pequeno Louis olhava para ele balançando a cabeça, confuso com todas as coisas que Harry dizia. O garoto falava muito o tempo todo.

"Ainda não sei, mas quero ajudar. Vamos devagarinho, de pouco em pouco. Como...." Harry parou apoiando a mão no queixo, pensativo, mas logo deu um pulinho animado "Como passinhos de pinguim!" Harry imitou os curtinhos passos dos pinguins e Louis riu animado.

Louis gostava de pinguins.
E gostava de Harry.
Porque não dar uma chance?

Passinhos de pinguim (L.S) Onde histórias criam vida. Descubra agora