There Is No Salvation [Short fic]

Two - Jealous

O que está tomando conta de mim? Ciúmes. Um borbulhar dentro de mim? È o ciúmes. Controlando-me, está vindo atrás de mim, é tão fácil, quando você não pertence a mim.

Jealous - Marina and the Diamonds.

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Hoje é o dia.

Mesmo estando um pouco atrasada, com as chances de ser estrangulada por Olívia ficando cada vez maiores, ainda permaneci parada em frente ao único espelho do meu quarto, analisando se havia algum defeito aparente em meu vestido azul brilhante de comprimento longo que que tinha um detalhe que mostrava a minha coxa, dotado de um decote que eu não estava acostumada a usar.

— Vai ser você mesmo. — Arrumei a alça que se encontrava um pouco folgada, calçei meu sapato preto de salto baixo, peguei o embrulho em cima da cama, dei uma última passada em meu cabelo recém escovado e saí do quarto, com o peito subindo e descendo de uma maneira rápida demais. Eu estava tão nervosa que mal conseguia andar em linha reta.

Nos últimos aniversários de Olívia, ela havia passado fora da cidade, portanto, era o primeiro aniversário que eu participaria em sua casa. O medo de me sentir deslocada em meio á todos presentes na festa rondava minha mente, mas eu tinha que ir pela minha amiga. Era muito importante para ela, então mesmo querendo sair correndo de locais festivos, meu dever era estar junto dela, prestigiando seu momento tão grandioso.

— Mãe? Estou indo! — Gritei enquanto me dirigia a saída de casa.

— Vai sozinha? — Escutei sua voz preocupada, vindo da cozinha.

— É perto daqui, mãe. Vou ficar bem.

— Me ligue se dormir lá. — Minha mãe surgiu enquanto comia seu macarrão instantâneo com queijo. —  Está maravilhosa, filha!.

— Eu irei voltar, prometo. Obrigada!  — Baixei a cabeça e abri a porta, enquanto a palavra "juízo" pairava sobre o ar. Acho que não teria coragem de dormir na casa de Olívia, ainda mais depois de uma festa. Com sua mãe  perto de mim.

Ia dar merda, ainda mais se eu tivesse alterada pelo álcool.

A rua estava movimentada e, apesar da roupa mais festiva, não chamei muita atenção no caminho, para a minha felicidade. Quando escutei a música alta se intensificando, apressei o passo até chegar na única casa com o portão aberto naquela rua tão calma e entrei, passando pelas diversas pessoas que se encontravam no caminho.

— Onde está a Olívia? — Perguntei a um menino que estava sentado na varanda, tomando uma bebida avermelhada.

— Lá dentro, gatinha. — Assenti sem graça e entrei, me deparando com diversas pessoas, de diferentes idades ao redor de sua sala principal. Não era bem uma balada, mas uma festa mesmo, com mesas de doces e bebidas, além de uma decoração dourada e chamativa, bem a cara de minha amiga.