Ticket - MarkHyuck ✔️

「 No Ticket - JaeSung - Parte 1 」

Donghyuck entrou aquela manhã no apartamento de Jisung e viu o mais novo sentado no sofá, abraçando as pernas. O Park chorava copiosamente e seu apartamento parecia que tinha passado um furacão por ali. As cortinas estavam fechadas e tinha algumas garrafas de bebida quebrada.

- O que rolou aqui? - Mark questionou, deixando as sacolas de comida sob a mesa.

- Ele foi embora. - Jisung sussurrou e Donghyuck sentiu seu coração se despedaçar. A voz do mais novo estava quebrada e embargada. Ele devia esta chorando há dias.

- Sung... - Donghyuck se sentou ao lado do amigo e o abraçou. E só aí, ele chorou, de novo.

- Eu que sou um péssimo namorado, nunca dei valor pra ele e só notei isso depois que eu perdi. - Donghyuck passava a mão pelos cabelos do amigo, na esperança do mesmo se acalmar. - Eu nunca levei ele pra conhecer meus amigos, na verdade, meus amigos não sabem que eu namoro um homem.

Jisung sentiu seu peito se apertar. Nunca levou Jaemin para conhecer seus amigos. Eles raramente faziam um programa de namorados, pois o Park gostava de ficar em casa, vendo filmes. Mas na realidade, ele só não queria ser visto de mãos dadas com um homem.

- Eu sou um ser humano horrível, Hyuck. Porque eu nunca mostrei pro mundo, que eu namorava um homem incrível? porque é isso que o Nana é: Um homem incrível.

Donghyuck, ainda abraçado ao amigo, sentiu seus olhos marejarem. Sabia o quando Jaemin estava sofrendo com esse relacionamento. Sabia o quanto o amigo amava Jisung e faria qualquer coisa por ele. Só que o mais novo literalmente fez merda e finalmente, o Na tinha cansado.

- Ele te ama, Sung.

Jisung soluçou alto.

- eu não mereço que ele ame, hyung. Eu sou um merda como namorado e como pessoa. - Jisung não conseguia parar de chorar.

- Você só é muito novo, meu amor.

Donghyuck sabia que o amigo não ia parar de chorar e por isso, ele o levou pro quarto. Jisung se deitou na cama e Donghyuck se deitou de frente pra ele. O mais velho ficou fazendo carinho nos cabelos do mais novo, que ainda chorava.

- Acho que eu nunca disse que o amava, Hyuck. - Jisung já estava com os olhos inchados e vermelhos. - Mas eu o amo muito. O Nana era a única coisa boa que eu tinha e agora eu não tenho mais.

- Jisung...

Donghyuck puxou o amigo e o abraçou. Jisung não conseguia parar de chorar. Seu coração doía, só de imaginar que não teria mais Jaemin, que não ia mais vê-lo ao acordar, que ele não iria mais escutar os gritos do Na, só porque ele tinha deixado a toalha molhada em cima da cama. Tudo estava indo ladeira abaixo.

Enquanto Donghyuck fazia um leve cafuné em Jisung e tentava a todo custo acalmá-lo assim como estava tentando pensar para onde Jaemin poderia ter ido. O Na não era do tipo que tinha esconderijos, mas ele tinha uma pequena noção de onde poderia achar o mais novo.

Quando Jisung soltou o primeiro ronco baixo, ele se afastou.

- Eu vou achá-lo pra você Sung, eu juro

﹏⩋﹏

Jaemin se jogou no sofá e olhou pro teto. Tudo parecia tão estranho. Não tinha ninguém falando, não tinha ninguém gritando e principalmente, não tinha ninguém lhe perturbando.

E isso era assustador.

Ele se virou de lado e encarou a televisão desligada. Naquela altura do campeonato, ele já estaria jogado do sofá, assistindo algum filme idiota na Netflix. Tudo estava realmente estranho. Jaemin sentiu os olhos marejados e sentiu a primeira lágrima rolar. Ele não conseguiu se controlar.

Pensar em Jisung, era como o pôr do sol, era lindo. Namora o Park era como um elevador, em alguns momentos ele subia e em outros, ele descia. Tudo era bom, mas ao mesmo tempo era ruim. Tudo bem que nenhum relacionamento é perfeito e não era isso que Jaemin queria em um namoro. Mas as coisas, nos últimos meses, estavam tão difíceis, que ele preferiu ir embora.

- Será que ele tá bem?

- Não, Na Jaemin, ele não tá bem!

Jaemin fechou os olhos e suspirou. Ele escutou a porta de fechada e logo depois um Donghyuck muito puto parou em sua frente. O Lee estava com os olhos vermelhos. O que será que tinha rolado?

- Oi Mark! você acompanha o Hyuck em todos os lugares agora? - Jaemin questionou e o canadense revirou os olhos.

- Eu não te perdoei ainda, seu babaca. Tu sabia onde ele tava esse tempo todo e não me contou. - O canadense falou e Jaemin riu.

- Ele é meu melhor amigo, você é só um conhecido.

- Eu só não te bato, porque eu já presenciei lágrimas demais. - Falou ele e em seguida se jogou na poltrona.

Donghyuck encarou Jaemin e cruzou os braços. O Na voltou a deitar no sofá e cobriu seu olhos com o braço.

- Sem tempo, irmão.

- Na Jaemin!

- O que é? - o Na se levantou bruscamente e encarou o amigo. Os dois ficaram cara a cara. - Veio me dar lição de moral, sendo que você fez a mesma coisa que eu fiz? Me poupe dessa ladainha.

Donghyuck recuou. Mark sorriu de lado. Se ele pudesse pegar uma pipoca. A coisa ia ficar boa.

- Por isso eu posso te dar lição de moral. Você é melhor do que ninguém, sabe o quanto eu sofri. Eu chorei várias vezes no seu colo, Na Jaemin.

Jaemin passou a mão por seu cabelo e se afastou, mas ele sabia que Donghyuck estava atrás dele.

- Você está sendo infantil e olha só, sou eu que estou te dizendo isso, a pessoa mais infantil do mundo. - Donghyuck falou e Jaemin se virou, encarando o amigo.

- Eu me cansei, Donghyuck! eu simplesmente cansei. o meu relacionamento com o Jisung estava fadado ao fracasso, a partir do momento que eu notei que ele tinha vergonha de mim.

Jaemin sentiu a primeira lágrima descer. Aí ferrou tudo. Depois da primeira, vieram muitas.

- O Jisung-

- Não venha defender o seu amigo na minha frente. - Jaemin apontou o dedo no rosto de Donghyuck, que se calou, não tinha como defender. - Ele tem vergonha de mim, ele tem vergonha de namorar um homem. Eu dei três anos da minha vida pra ele Donghyuck! Eu larguei tudo pra morar com ele. Eu trabalhei que nem um condenado, pra comprar a porra do apartamento que ele queria pra, no fim, ele nunca nem me apresentar pros amigos dele.

- Ele te ama, Nana.

- Ama? Que amor é esse Donghyuck? Que droga de amor é esse? Quem ama, não sente vergonha. eu nunca tive vergonha dele, eu sempre, absolutamente sempre, tive orgulho de namorar com ele, mostrar pro mundo que a gente se amava, ou eu amava sozinho, eu não sei de mais nada.

Jaemin foi para seu quarto e bateu a porta ao entrar. Donghyuck suspirou derrotado. Ele sabia que o Na não iria mais sair de lá e ele não podia fazer nada.