「 UM 」

915 101 9
                                    

Mark leu aquele bilhete mais uma vez e respirou fundo. Seus olhos ficaram marejados, seu coração acelerou e ele sentiu tudo novamente. A sensação de perda era a pior de todas. A sensação de falha também dói um pouco, dói muito na verdade, mas ele gostava de se iludir.

Já tinham se passado dois anos e Mark Lee ainda não tinha superado Lee Donghyuck. Ele se arrepende amargamente de ter feito aquele pedido de casamento estúpido. Porque ele tinha certeza que o mais novo tinha ido embora por causa disso. E tudo ficava ainda mais doloroso

Mark se lembra da dor que sentiu naquele dia. Ele acordou, Donghyuck não estava ao seu lado e nem pela casa. A parte do armário de outro Lee estava vazia e a única coisa que ele deixou pra trás, foi um bilhete muito mal escrito que por sinal.

Mark chorou naquele dia, o que ele nunca tinha chorado em toda sua vida.

- Eu não creio que você está lendo esse bilhete de novo.

Mark sentiu o bilhete ser puxado de sua mão e ele não reclamou dessa vez. Estava um tanto cansado de sofrer.

- É difícil superar.

- Já se passou mais de um ano Mark e ele nunca voltou. - Falou Taeyong se sentando à sua frente, com sua famosa caneca de café.

- Você vai embora hoje?

Taeyong assentiu.

- Sim. O Johnny vai chegar de viagem e eu quero ver ele assim que ele chegar. - Respondeu ele e em seguida bebeu um pouco de seu café.

Taeyong passou uns meses na casa de Mark porque era difícil ficar sozinho. Mas agora, ele tinha conhecido Johnny Suh. Um cara incrivelmente fofo, que fazia muito bem para Taeyong.

- Você vai ficar bem sozinho?

Mark deu de ombros e assentiu.

- Vou ficar bem sim, não se preocupe.

Era mentira, ele não iria ficar bem e Taeyong sabia disso.

﹏⩋﹏

- Como o Mark está? - Perguntou Johnny assim que ele se sentou de frente pro namorado.

O estrangeiro tinha acabado de chegar de uma viagem de negócios e estava na merda. Mas ele viu a cara de cansado de Taeyong.

- Ele diz que sim, mas eu sei que não. Donghyuck ter ido embora foi um choque pra ele. - Respondeu Taeyong e o Suh assentiu.

Eles dois passaram poucas e boas depois que Donghyuck foi embora. Foi um choque. Eles estavam juntos a uns dois anos mais ou menos. Mark fazia planos de casamento com o mais novo. Só que isso não rolou.

- Você tem falado com ele? Afinal ele é seu melhor amigo.

Taeyong negou.

- A última vez que eu falei com o Hyuck, ele estava morando com Jisung e Jaemin, que moram fora da cidade.

Johnny não soube o que responder.

- Eu até hoje não sei porque o Hyuck foi embora, tudo bem que ele sempre foi péssimo com relacionamentos, mas eu achei que ele realmente gostasse do Mark.

Taeyong ainda não tinha se conformado.

- Você acha que ele volta?

Taeyong riu sacana.

- Acho que sim.

﹏⩋﹏

Mark mandou a segunda garrafa de vodka pra dentro e leu aquele bilhete. O que ele podia significar? O que aquelas palavras queriam dizer.

- 'Eu te amo.' - Falou Mark relendo o bilhete. - Ama o caralho, você me abandonou.

Mark gritou alto. Ele se odiava por ainda amar Donghyuck. Se odiava por nunca conseguir superar. Se odiava por ficar remoendo cada lembrança. Se odiava por tanta coisa.

- Meu Deus, como eu odeio, Lee Donghyuck!

Mark riu alto. Ele não conseguia odiar o cara que o abandonou depois de um pedido mixuruca de casamento. Ele não conseguia sentir ódio de Lee Donghyuck, porque ele o amava. Amava com todas as suas forças.

- Eu te amo.

Mark passou a mão por seu cabelo e deixou as lágrimas rolarem. Era surreal que mesmo depois de um ano, ele ainda estivesse sofrendo, estivesse chorando, estivesse se lamentando. Ele só queria que a dor em seu peito parasse e que ele finalmente pudesse seguir em frente.

- Eu só queria te odiar.

﹏⩋﹏

Doyoung entrou na casa de Mark aquela manhã e revirou os olhos. A casa estava um caos e tinha várias garrafas de bebidas espalhadas pelo chão. Ele foi até a cozinha e colocou as sacolas sob a mesa. O Kim começou a preparar um café da manhã simples. Ele sabia que o amigo ia acordar a qualquer momento e com uma puta de uma ressaca.

Não demorou muito para Doyoung escutar uma porta se aberta e por ela passar Mark Lee. O canadense estava com uma puta de uma cara de quem não dormia há semanas, meses, era difícil saber.

- Bom dia. - Saudou Doyoung e Mark sentou à mesa.

- O Taeyong mandou você?

- Mandou sim. Ele não podia vir aí eu vim. - Respondeu Doyoung colocando um prato de comida na frente de Mark e ao lado uma caneca de café.

- Eu tô bem gente. - Falou Mark bebendo um pouco de seu café.

- Você quer enganar quem?

Mark suspirou.

- Eu... não consigo ou talvez eu só não queira mesmo. - Falou Mark olhando para seu prato de comida. Ele não sentia vontade de comer.

- Você o ama, é compreensível.

- Eu sei... mas acabou, né?

Doyoung encarou Mark.

- Vocês terminaram?

Mark abaixou o olhar e encarou sua caneca de café. De fato, eles nunca terminaram. Os dois tecnicamente ainda estavam juntos. E ele notou que era isso que o dava esperanças, de em algum momento, conseguir ele de volta.

- Você sabe que só aumentou a minha esperança, né?

Doyoung riu.

- Sei sim... Eu não gosto de ver você sofrendo, Mark.

O canadense sentia seu coração acelerado, mas ao mesmo tempo estava quentinho. De alguma forma, isso serviu para lhe deixar um tanto feliz. Não gostava de se iludir, mas ter esperança de que seu ex vai voltar, ainda é uma ilusão que vale a pena, né?

- O que você fará se ele voltar?

Mark bebeu um pouco de seu café e suspirou. Ele não tinha ideia. Talvez dar um soco em Donghyuck e depois beijá-lo muito. Ou beijá-lo muito e depois matar ele de tanto peteleco. Era muitas opções.

- Sei lá, matar ele?

Doyoung riu alto.

- Eu acho que bateria nele. - Falou o mais velho e Mark riu.

- Eu tenho essa vontade, mas aí eu lembro que se eu matar ele, quem eu vou beijar?

Doyoung riu e bebeu um pouco de seu café.

- Vocês ficam lindos juntos.

- Eu sei... ele tem que voltar, Dodo.

Mark sentiu seus olhos marejados.

- Ele vai voltar.

- Tomara.

Ticket - MarkHyuck ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora