O homem do castelo

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— Você pode nos explicar por que estamos aqui e o que está acontecendo, senhor Coelho?

Emily estava irritada. Seu irmão não parecia se incomodar com o que estava acontecendo, mas ela achava tudo aquilo muito estranho.

Todas as vezes que olhava para Cris, ele sorria ou se divertia. Ela queria que ele pudesse ter aqueles sentimentos para sempre, mas em contra partida, sabia que deveria desconfiar de algo.

— Bom, estávamos todos em harmonia quando sentimos um tremor — explicou o Coelho. — De repente, tudo o que eu conheço estava de um jeito muito estranho. Como se tivesse sido invertido. Mas não um invertido normal, na verdade não faz muito sentido.

— Eu acho que sei o que aconteceu! — Disse Cris. — Quando a senhorita Anastácia estragou o meu livro, isso deve ter causado uma confusão no mundo de vocês.

Emily não gostou nada daquela explicação.

— Pode ser — concordou o Coelho. — A Fada Madrinha me enviou, ela disse que o único capaz de restaurar a normalidade nesse mundo é o dono dele. No caso, você Cris.

Cris adorou aquela resposta. Ele era o dono do mundo, ou seja, o rei!

— O que você quer dizer com o dono do mundo? — Perguntou Emily.

— Na verdade, eu não sei muito bem como funciona a magia — respondeu o senhor Coelho. — Mas os contos de fadas tem o objetivo de trazer felicidade e alegria para as crianças. Quando alguém como o Cris, de coração genuinamente puro, precisa de ajuda, a magia age.

— Então, você vai nos ajudar?

O Coelho balançou a cabeça concordando. Segundo ele, as personagens de histórias diferentes não tinham contato entre si. Mas depois da inversão, tudo se misturou. A Fada Madrinha disse que era necessário que eles resolvessem todos os enigmas para poderem restaurar a normalidade.

— Diante disso, eu preciso que vocês respondam uma pergunta que ela me pediu para fazer a vocês. Podemos começar?

— Não! — Disse Emily. — Isso é uma perda de tempo, por que não nos deixa ir embora?

— Não liga para ela, senhor Coelho. Ela é muita chata!

Emily encarou Cris irritada, mas ele e o animal já tinham iniciado outro debate, ignorando-a completamente. Ela ficou emburrada e se virou para a janela da carruagem.

— Muito bem Cris, a pergunta é: se você e Emily fossem persongens desse mundo, a qual conto vocês pertenceriam? Lembrando que você só pode responder uma vez e tem que fazer sentido com quem vocês são hoje.

Cris olhou para Emily antes de responder. Seu rosto estava carrancudo, ela nunca se divertia com nada. Ele queria gritar com ela, mas não o fez. Apenas encarou-a um pouco antes de responder sem ânimo nenhum:

— Essa é fácil! Seríamos parte dos meninos perdidos.

Cris e Emily não queriam crescer. E por mais que ela não conhecesse a história do Peter Pan, ele sabia que se pudessem ir para lugar mágico que os impedissem de virar adultos por um tempo, isso significaria que no fim da história, quando Wendy levasse todos embora da Terra do Nunca, eles poderiam ir para um lugar bem melhor do que a mansão de Anastácia. Seria um sonho perfeito para a realidade deles.

Cris desejava participar dos contos, eles eram mais legais do que sua vida normal. Sem sua mãe e pai, tudo era muito difícil e Emily se tornava cada dia mais chata. Ele queria poder brincar com ela e não ter que se preocupar com os castigos que a senhoria Anastácia iria designar para ele. Queria sonhar com mundos encantados, terras mágicas e coelhos falantes.

Por um único desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora