Omegle ໑ Hyunin

‧₊*˚.ᴅᴏɴ'ᴛ ʙᴇ ᴀꜰʀᴀɪᴅ ᴏꜰ ᴛʜᴜɴᴅᴇʀ, ɪ'ᴍ ʜᴇʀᴇ‧₊*˚.

Era mais uma tarde chuvosa. Jeongin se encontrava jogado em sua cama, em estado de tédio profundo. Relâmpagos faziam barulho no céu, e junto com o som da água caindo sobre a terra, formavam uma melodia natural.

O Yang estava de pijama e com os cabelos despenteados, enfiado dentro do seu cobertor que o mantinha aquecido. O garoto se sentia sozinho, sem ninguém para conversar. Seu único — e primeiro — amigo, Felix, estava em uma viagem na fazenda de sua avó, sem sinal ou rede de internet.

Jeongin sempre fora anti-social, preferia séries e filmes à pessoas, mas naquele dia, foi como se os relâmpagos o mandassem um aviso e as gotas de água sussurrasem em seu ouvido.

"Se arrisque e vá conversar com alguém novo" era o que ecoava na mente do garoto.

— Não é como se eu fosse morrer se tivesse um novo amigo, né? — Ele murmura pra si mesmo.

Decidido, Jeongin sai debaixo das cobertas e vai até sua escrivaninha. Entra no google em seu notebook e pesquisa por um site chamado "omegle". Ele já havia visto vídeos no Tiktok sobre essa rede, e parecia legal conversar com estranhos — claro, se eles não estiverem planejando te sequestrar.

O garoto respira fundo, nervoso ao aproximar o mouse da opção "vídeo" para iniciar uma chamada. Ele hesita antes de clicar no botão, engolindo seco. Estava com medo e com vergonha. Medo de encontrar pessoas "más" ou vergonha de falar alguma besteira, já que sempre que conversava com alguém, era com Felix.

— Se eu devo realmente entrar nesse site de gente maluca, por favor — Jeongin olha para o teto do quarto, como se estivesse rezando — seja qual for o ser Divino que esteja ai encima, me mande um sinal.

Como se fosse loucura, um raio cai exatamente quando ele termina de falar. O som ecoa por toda a vizinhança, e pela altura do barulho, caiu próximo a casa do garoto.

O Yang dá um pulo da cadeira, assustado que algo realmente aconteceu. Com um sorriso nervoso, ele olha para a mesma direção no teto e faz um jóia com a mão, em sinal de agradecimento ao tal aviso — mesmo que possa ter sido apenas uma coincidência.

Já ia clicar no botão quando se lembra que parecia que um caminhão havia passado por cima de si. Com preguiça de se arrumar, ele apenas tampa a câmera com um post-it.

— Tudo certo.

Finalmente, ele inicia uma chamada.

— Olá — Jeongin diz tímido, mas não consegue nem distinguir o rosto da outra pessoa quando ela desliga na sua cara — Quanta falta de educação.

Isso se repetiu, infelizmente, tantas vezes que ele não conseguia mais contar, uma vez ou outra alguém parava para conversar com o mesmo, mas durava menos de 2 minutos. Apesar de tudo, ele não iria desistir, estava convicto que conseguiria achar alguém para conversar.

Pior do que nas outras vezes, ele inicia outra chamada e dá de cara com um homem sem camisa, que usava apenas cueca e segurava um volume dentro dela.

— Credo, credo, credo! — Ele grita e fecha a chamada rapidamente. Se ficasse alí mais um minuto, é provável que ficasse traumatizado.

Respirando fundo, ele sente a raiva e tristeza tomando conta de si.

— Pensei que era mais fácil fazer amigos pela internet — Ele bufa e se ajeita na cadeira — Só mais uma tentativa.

Já com as esperanças no fundo do poço, ele inicia outra chamada.

Um som melódico e suave começa a tocar, e um garoto de cabelos pretos e longos aparece na câmera. Ele estava com os olhos fechados, focado apenas em tocar o violão. Seu rosto, delicado e com traços marcantes, estava sereno enquanto murmurava a mesma melodia que a música.