Capítulo quatorze

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-(S/n)! 

Ouvi me chamarem, olhei para trás e era Mike.

-Sim? - falei me virando

-Tá fazendo o que? - ele disse se aproximando

-Só olhando o lago - falei voltando a olhar a água - E você? O que faz aqui? Não deveria estar em Cambridge?

-Eu vim para este fim de semana, não é seu aniversário de quinze anos? - ele disse atrás de mim, ele estava tão próximo, que eu podia sentir sua presença.

-Não achei que era um evento que você compareceria, vossa senhoria - falei sem me mover

-Eu não perderia por nada nesse mundo, Lady Montgomery - ele disse ficando do meu lado, de frente para o lago.

-Eu fico muito feliz, senhor - falei levantando meus olhos até os dele.

-Não respondeu nenhuma carta minha nos últimos seis meses 

-Eu... -limpei minha garganta - Sempre ouvi dizer que devemos deixar os homens livres quando vão à faculdade.

Michael não falou nada por um bom tempo, achei que eu não deveria falar também, então só fiquei encarando a água até ele quebrar o silêncio.

-Eu gosto quando me manda cartas e me fala tudo o que acontece no seu dia-a-dia, sonho acordado com o dia que um papel com sua assinatura chegará para mim. - Não quero que me deixe solto, pode ficar próxima!

Olhei para ele, que estava um pouco ruborizado. Antes que eu falasse algo, ele continuou.

-Eu só gosto de responder as suas cartas, eu só conto meus planos pra você, por isso eu peço que não suma da minha vida.

-Eu não vou sumir - falei sorrindo, enquanto ele segurava a minha mão.

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Faz três dias do meu noivado e a carta de Michael não chegou às minhas mãos, era madrugada, não conseguia pregar os olhos, cada vez que olhava aquele anel no meu dedo, eu não conseguia sentir qualquer outra coisa que não fosse ódio, eu também não conseguia parar de pensar no Conde de Wessex, que vontade que eu sinto de estar perto dele, se eu fechasse bem os meus olhos, podia senti-lo perto, bem que ele podia ignorar tudo e todos, e vir me buscar, fugir comigo para a Escócia, onde ninguém da alta sociedade nos achasse. Como eu queria sentir seu toque novamente, será que nada do fomos vai conseguir se salvar? Ao menos nele, porque em mim, tudo ficará.
Levantei da minha cama tomada por um impulso, silenciosamente, eu passei pelos corredores, desci as escadas, assim que cheguei em frente a porta principal, olhei para trás para ver se alguém estava me vendo, me certificando de que eu estava sozinha, abri a porta silenciosamente e saí, corri pelas ruas desertas de Londres, até chegar frente a casa dos Barrycloth.

-Estou louca, o que eu to fazendo? - falei para mim mesma, olhando a fachada do casarão.

Eu não sabia o que eu fazia, olhei atentamente cada janela da casa, em busca de algo, em busca de Michael. Me encostei no portão, "que noite é essa, meu Deus? Se alguém me ve aqui, eu estou mais perdida do que já estou".Foi aí que decidi voltar para a minha casa, como um cachorro com o rabo entre as pernas. Assim que me virei, pronta para sair, escutei a voz de Mike.

-(S/n)?

O QUE VOCÊ DIZ?

-O que faz aqui de pijama a essa hora da madrugada? - ele disse se aproximando

E se você fosse de 1809Onde histórias criam vida. Descubra agora