On her eyes in the rain

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A janela aberta abria alas para brisas frias que arrepiavam a pele de uma Caitlyn agitada e nervosa. Depois daquele incidente com Vi, a xerife não conseguia pensar, não conseguia raciocinar direito e, só de perceber a agitação no escritório, pode deduzir que algo horrível tinha acontecido.

Os policiais estavam nervosos e Caitlyn não tinha mais notícias de Vi. Pela tarde, as duas só falaram o mínimo e o necessário, já que a zaunita simplesmente ignorou a piltolvense sem hesitar. Caitlyn sabia o porquê e não a culpava por isso, mas doía ve-la agir dessa forma.

-Preciso conversar com você - Jayce entrou na sala sem rodeios e muito agitado.

-O que quer? -perguntou voltando em si.

-Houve um atentado à Praça dos Ferro no centro da cidade, 5 mortes confirmadas e o que temos é um desenho infantil com a assinatura daquela psicopata zombando com a nossa cara. Conseguimos um relato, uma testemunha disse que viu a sombra de uma mulher magra em cima de uma das bombas que destruíram os monumentos da praça... - Silêncio, os dois se encararam e Caitlyn esfregou o rosto - Não tem dúvidas.

- E o que quer que eu faça? O atentado já ocorreu e tudo que temos é esse desenho nada... sutil- Disse olhando para o desenho que fora deixado em cima da mesa.

- Como assim? Você vai ficar de braços cruzados? - questionou e Caitlyn desviou o olhar - O que eu podia fazer eu já fiz, já enviei viaturas ao local, os peritos já estão lá também, que tal fazer o seu trabalho e ir até lá? - Silêncio - Ou prefere ficar aqui e se acabar nesse maldito café?

-Será que não dá para pedir para a Vi ir? Ela é muito melhor do que eu nesse aspecto e eu preciso terminar esses relatórios - retrucou.

-Relatórios de que? Das mesmas pistas? Você está andando em círculos, xerife!

Jayce soltou uma risada rápida e debochada que fez com que uma sensação ruim tomasse conta do corpo da morena, não sabia descrever a pressão que sentia,então virou-se de costas para que suas mãos buscassem apoio em cima da sua mesa.

- Não consigo acreditar que eu disputei o cargo de chefe com você, imagina como essa delegacia estaria em seu comando. Você é uma incompetente, Caitlyn - Indagou e a morena ficou apenas quieta, não tinha como se defender se seus olhos já se encontravam cheios de lágrimas - Eu vou falar com a Vi, ou você acorda de uma vez ou tá na rua, entendeu?!

Tudo o que Caitlyn conseguiu ouvir foi o som estrondoso da porta batendo e, instantaneamente, as lágrimas correram por sua bochecha. Ela sabia que estava fazendo tudo o que podia, trabalhava por horas naquele lugar e no final ainda levava humilhação de um mauricinho? Era demais,fora que ainda tinha que lidar com o gelo que estava recebendo da Vi.

Um banho quente faria a dona de orbes azuis chorar, mas chorar de alívio por finalmente estar sozinha e longe desse lugar que a suga todos os dias sem piedade.

[...]

O silêncio era raro de acontecer na delegacia de Piltolver, mas só acontecia quando todos já tinham ido embora e era isso que Caitlyn queria: ir para casa sem ser notada, por ninguém. Se encontrar com Jayce agora a faria vomitar de nojo e desgosto, como pode um homem que tem tudo na vida ser tão amargurado?

Enfim, cada um com os seus problemas, certo?

As ruas da cidade do progresso estavam agitadas, afinal era sexta-feira, então todos os bares da cidade estavam abertos, mesmo com o inverno se aproximando e todos se encontrarem agasalhados com copos de cerveja nas mãos.

Caitlyn caminhava calmamente pela calçada e com as mãos dentro de seu casaco, só queria chegar em casa e lamentar o quão péssimo foi o seu dia. Contudo, ao cruzar um bar agitado, seus olhos reconheceram uma cabeleira rosa do outro lado da rua.

Vi estava encostada na parede daquele mesmo bar com um baseado na boca, nada de anormal, sem levar em consideração uma linda jovem que se aproximou repentinamente da zaunita. Elas conversaram por um curto período de tempo até Caitlyn enxergar uma mão de Vi na cintura da mulher, enquanto sua boca se encontrava perto do ouvido da mesma em cochichos.

A piltolvense só soube abaixar a cabeça e sair dali o mais rápido possível e agradecer aos deuses por não ter sido reconhecida pela ex-namorada. Só queria sumir, só queria deitar na sua cama e chorar em ódio e gritar sem parar no travesseiro, era como se nada desse certo para ela. Que fato horrível, será que ela poderia mudar isso?

[...]

Uma sensação horrível de vazio invadiu o corpo de Vi e sua atenção se desviou daquela desconhecida a sua frente. De fato, aquela mulher era muito bonita; loira, coxas bem desenhadas e lábios carnudos, juntamente com um jeito desajeitado, do jeito que a zaunita gostava.

No entanto, o fato de ter passado o dia sem falar com Caitlyn não queria sair da sua cabeça. Queria saber como a amiga estava, como ela se sentia... Me pergunto se ela sente a minha falta, pensou e esfregou o rosto, tentando expulsar uma vontade que existia e consistia em ir até a casa de Caitlyn e olha-la nos olhos.

Apesar de sempre manter uma pose firme, Vi sabia que Caitlyn era extremamente sensível e era isso que encantava a zaunita. O jeitinho dela,o toque das duas... Vi não conseguia esquece-la, por mais que tentasse.

Então, ao sair dos braços da loira que acabara de conhecer, Vi buscou andar rapidamente até a casa da xerife. Porém, no caminho, uma chuva precipitou sob a cabeça da rosada, encharcando-a e botando para correr todos

Caitlyn morava num pequeno "residencial" perto da praça central e, para a surpresa de Vi, a morena se encontrava sentada diante da janela do terceiro andar com uma xícara de chá em mãos. Uma camisola preta tomava conta do corpo da xerife dando mais destaque ainda aos seus cabelos negros recém lavados, a face pálida e cansada, mulher como aquela não existia e a rosada sabia disso.

Encararam-se sem hesitar. O frio já tomava conta do corpo encharcado de Vi, mas o que a reconfortava era que as duas estavam tendo um momento único de comunicação e, principalmente, desejo.

Cupcakes e uma rodada de socosOnde histórias criam vida. Descubra agora