Cupcakes e uma rodada de socos

Please. Stop, Vi.

O sol raiava fortemente pela cidade do progresso. Vi abriu lentamente seus olhos e logo notou que estava sozinha na cama de Caitlyn, mas antes de chama-la, observou pelo relógio que já eram 11 da manhã. Caitlyn estava em seu turno e a rosada suspirou aliviada, lembrou da noite anterior e só deixou escapar um sorriso faceiro. Ela nunca imaginou que teria a xerife de volta em seus braços mesmo depois de tanto tempo, tampouco pensou que Caitlyn também sentia a sua falta.

Tudo veio muito rápido para Vi e isso a deixou surpresa, mas curiosa com o que pode vir a seguir. Pelo o que ela lembra, as duas não voltaram realmente, só dormiram juntas, mas não teve pedido oficial, certo? Vi coçou a nuca e tratou de tomar banho, seu dia seria o mesmo de sempre: correr pelas ruas de Piltolver, treinar na pequena academia da delegacia e arrumar seu pequeno apartamento. Nada de tão especial, mas especial vai ser encontrar Caitlyn novamente e Vi mal pode esperar.

Mais tarde, o cheiro de perfume forte e cítrico invadiu as narinas de Vi que a fez fechar a cara em desgosto, que perfume enjoado, ela pensou assim que passou pela sala de Jayce. Só de pensar num tal de mente de brilhante, Vi já tinha preguiça.

Hesitando um pouco, a rosada entrou na sala de Caitlyn e a encontrou de frente para a sua mesa, encarando vários papéis bagunçados ao lado de uma enorme garrafa térmica, provavelmente havia café ali dentro. Caitlyn não vestia o seu uniforme tradicional roxo com a enorme cartola na cabeça, mas sim uma calça preta que destacava suas belas curvas, uma babylook branca de seda acompanhada de um salto cor preto. Os cabelos se encontravam presos, deixando algumas mechas caírem por seu rosto cansado e dedicado.

Ela estava deslumbrante, tão a ponto de provocar sensações duvidosas na zaunita. Vi estava hipnotizada e embriagada por seu perfume levemente adocicado, como aquela mulher conseguia mexer tanto com o seu auto controle?

-Uau...-foi tudo o que a zaunita conseguiu dizer, chamando a atenção da morena que apenas sorriu - Não me lembro de você vestindo outra roupa a não ser aquele uniforme brega.

- Meu uniforme não é brega - Caitlyn riu de relance - Pelo menos, eu não uso manoplas que são maiores que o meu próprio corpo.

-Mas você gosta quando eu surro paredes com ela, não é? - disse fechando a porta atrás de si.

-Destruir patrimônio público é vandalismo.

Vi apenas abriu um sorriso provocador e se atreveu a colocar as mãos na cintura da colega. Caitlyn não esborçou reação nenhuma até sentir os lábios finos de Vi percorrerem o seu pescoço, provocando-lhe pequenos arrepios.

Apesar de não terem realmente transado, a piltolvense sabia que tinha dado liberdade demais para a ex-namorada e isso era ruim, ela agora sabia o que a morena sentia e com certeza irá abusar disso.

-O que está fazendo? - perguntou sem cortar contato com Vi.

- Eu amo esse perfume... - sussurrou em seu ouvido, tirando toda a concentração da xerife - É difícil não chegar perto de você assim.

- Bom, você vai ter que tentar - disse empurrando de leve a portadora de manoplas hextec - Vi,o que aconteceu ontem foi...um erro.

Seus olhos já se encaravam e Caitlyn apenas cruzou os braços,o que fez com que Vi se afastasse dela sem entender nada.

-Um erro? - arqueou as sobrancelhas.

- Olha, nós temos outras prioridades agora, você sabe disso - silêncio - Não quero que isso interfira no meu trabalho.

-Bom,se você se preocupa tanto com isso, por que me beijou ontem? Por que disse que também sente a minha falta?

Caitlyn não sabia responder aquilo e apenas se calou enquanto a amiga se aproximava mais ainda de seu corpo,fazendo com que Cait desviasse o olhar. Um misto de sentimentos e sensações invadiu o seu corpo ontem ao se encontrar sozinha com a zaunita naquela situação, ela precisava daquilo e Vi estava lá para oferecer, a recaída não foi pequena.

-Não da para fingir que não aconteceu...

Dessa vez, as mãos de Vi acariciaram a cintura de Caitlyn por debaixo de sua blusa, colando o corpo de ambas. Quando o assunto era atitude, Caitlyn não conseguia resistir aos toques de sua ex-namorada e,novamente, Vi usava isso ao seu favor. Era incrível como a rosada conhecia cada detalhe daquela frágil mulher.

- Vi...- reclamou, evitando ter contato visual com aquela tarada, mas ainda lhe faltava coragem para tirar o seu corpo dos braços dela.

-Se foi um erro, por que você ainda se arrepia quando eu te toco assim?

Maldita, pensou inúmeras vezes antes de soltar um suspiro de leve ao sentir Vi abocanhar a curva de seu pescoço e logo depois beijar o seu queixo, obrigando a morena a tombar a sua cabeça para trás.

Por mais que odiasse admitir, Vi ainda tinha um enorme controle sobre o corpo da jovem piltolvense e sabia usar isso muito bem, pois só de sentir aquela boca quente em seu corpo, Caitlyn já dava adeus a seu último pingo de sanidade. Então, beijaram-se com vontade e Vi agarrou a bunda de Cait em desejo.

Aqueles lábios carnudos enlouqueciam a jovem de cabelos rosa que bufava como um animal selvagem e faminto por aquela mulher sexy em seus braços. Não se importava nem um pouco com a presença de Jayce na sala ao lado, a porta estava trancada mesmo e nada faria a zaunita parar, ao menos que Caitlyn pedisse,é claro.

Em meio a um beijo frenético e molhado, ao sentir as mãos de Cait em seu couro cabeludo, Vi levantou aquela camisa branca de seda e se pôs a brincar com cuidado com os peitos da xerife que ainda se encontravam cobertos pelo sutiã preto com rendas. Xingou mentalmente o fato das duas não terem uma cama naquela sala, pois desejava ouvir os gemidos doces daquela mulher em prazer.

Caitlyn enlouquecia a zaunita num nível sem limites.

- Vi... Pare, por favor... - ordenou e a rosada apenas continuou, ignorando seu chamado - Vi?

-Hum...- reclamou enquanto suas mãos baixavam as alças daquela peça de roupa.

- Eu... falei para parar...!

De repente, Caitlyn empurrou Vi para longe e se pôs a andar para atrás da sua mesa, longe daquele perigo que a encarava sem entender. Caitlyn sabia da pressão que estava sofrendo, sabia da onda de homicídios que havia ocorrendo pela cidade e, sem uma solução aparente, não deixava a xerife dormir em paz, muito menos ouvir Jayce todos os dias reclamar da falta de provas.

Por mais que quisesse ficar perto de Vi, ela sentia que tudo aquilo seria perda de tempo. Tinha que focar no trabalho, caso contrário, perderia o cargo.

-Saia da minha sala, por favor -pediu mais uma vez.

-Mas...

- Já disse para ir embora,Vi - interrompeu com um semblante frio no rosto que espantou Vi daquela sala com uma expressão de frustração no rosto.

Suspirou e esfregou o rosto em seguida. Será que ela iria conseguir se concentrar agora? O "problema" já tinha ido embora.