Ansioso, nervoso, apaixonado e feliz.
Era assim que Sasuke se sentia um ano depois na Plataforma 2, às 15:45.
Não podia dizer que o ano passou rápido pois ele contou cada dia. Nunca pensou que uma noite lhe renderia uma paixão tão longa.
Sentou-se em um banco em frente à parada de trem beirando ao desespero para ver a figura loira que desceria de alguma locomotiva prestes a chegar. Mexia as pernas freneticamente e sorria bobo, às vezes. Não tentou fazer nada além de esperar, não conseguiria se concentrar mesmo, então era melhor só sentar e contar os minutos. E foi o que fez.
Os minutos passavam devagar, mas nada poderia o abalar.
15h50m...15h55m...15h59m...
Faltava apenas um minuto e com isso, levantou-se.
16h00m.
Como será que Naruto estava? Teria ele mudado muito?
16h01m...16h02m...16h03m...16h04m...16h05m...
Era normal um atraso, não era? E não importa o quanto Naruto se atrasasse, ele esperaria.
Os trens paravam e as pessoas desciam e... nada.
O relógio não parava e quando o relógio da estação apontou para às 16h30m, Sasuke pegou o celular para confirmar a data... Será que tinha errado o dia?
Mas, não.
08 de junho. Ele se lembrava bem e era exatamente essa data que combinaram. Então, ficaria ali. Naruto viria.
Sasuke sentiu as esperanças se esvaindo quando o relógio apontou para às 19h00m.
Havia Naruto se esquecido?
— Tsc! – Soltou impaciente enquanto andava para um lado e para o outro.
Um atraso de três horas? Não é possível.
Mas foi quando o relógio apitou e o dia virou: 00h00m (meia-noite), dia 09/06 que Sasuke percebeu que Naruto não apareceu...
...E nem apareceria...
***
Olhando pela janela do edifício alto e bonito, com seu uísque em mão remexendo de leve o gelo dentro do copo, Sasuke se preparava para mais uma comitiva em uma biblioteca renomada de Paris.
Paris.
Era impossível não se lembrar daquele francês loiro de olhos azuis, mesmo depois de nove anos.
Ainda era dolorido pensar no fim que tiveram, mas o moreno nunca o esqueceu. O moreno nunca parou de reviver as sensações que tiveram e ainda, depois de tudo, se perguntava: "Como ele estava?"; "Onde estava?"; "O que estaria fazendo?".
Sorriu triste e balançou a cabeça para espantar aqueles pensamentos.
— Senhor, é a sua hora! – Suigetsu anunciou abrindo a porta.
— Ah, ok! Já vou me arrumar e estou indo. – Respondeu brando.
Oh, sim. Suigetsu, agora, era seu agente pessoal. Quando voltou para Viena ao reencontro falho com o loiro passou no bar, pagou o vinho com juros e reencontrou o barqueiro que ouvira todas as suas angústias. Desde então, se tornaram amigos e companheiros de trabalho. A vida, talvez, nunca era por acaso mesmo.
Sasuke havia se tornado um escritor renomado no mundo inteiro. Havia escrito um único livro cerca de quatro anos atrás e este, simplesmente, bombou. "Uma noite em Viena" estava sendo cogitado a virar um filme. É, não era pouca coisa...
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Demore-se
FanfictionNaruto precisava chegar em Paris. Seu medo de avião lhe fez passar horas em um trem. Sasuke precisava pegar um vôo, no dia seguinte, em Viena. E era para lá que estava indo no mesmo trem. Eles se aproximaram em uma conversa casual até o fim do traje...