Capítulo 1 - Inesperada

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James acordou com o que parecia uma cauda de gato enroscada em suas pernas, levou pouco mais que 5 segundos para se lembrar que deixará Floyd aos cuidados do irmão e que deveria estar sozinho na cama, então muito provavelmente aquelas bebidas da noite anterior ainda faziam efeito.

Um aroma adocicado com um leve toque de pêssego invadiu seu corpo enquanto sentia dedos longos e finos tocando seu corpo, de olhos fechados tentou se lembrar se além de Andrew no quarto ao lado, também trouxe ao prédio uma acompanhante encontrada em algum dos bares que havia percorrido. Tentou e falhou enquanto a cauda em sua perna parecida traçar um caminho até sua coxa com algo levemente pontudo que deixava arrepios por onde passava.

Quando por fim sentiu um peso em seu colo e tendo ciência de que não era efeito da bebida, abriu os olhos dando de cara com outro par, castanhos mel e delicados, os encarando muito próximos.

Choque percorreu seu corpo enquanto ouvia uma risadinha que soou infantil, não o suficiente para ser emitida por uma criança. Percorreu o olhar para o corpo em cima do seu, feminino, magro, esguio, levemente pálido e com ombros pequenos.

A roupa que cobria não era típica de uma dançarina ou acompanhante que se encontra em bares, era um pijama rosa claro, com babadinhos e frufrus, marcando o busto com moranguinhos de diversos tamanhos, enquanto o minúsculo short, também rosa claro de babadinhos e um laço abaixo da cintura, parecia sair de uma casa de bonecas.

James fechou os olhos e esfregou as têmporas tentando evitar o sorriso caloroso, mas que ali no fundo, nos cantos daqueles lábios finos e rosados, estavam recheados de malícia. Fragmentos de memória apareciam, ainda distorcidos e confusos chegavam, uma figura misteriosa em um beco, um pentagrama no chão com objetos em cada ponta.... Um ursinho, um doce e algo rosa.... Citações em uma língua antiga e há muito tempo esquecidas no passado. Se lembrará que pedira uma succubus ao estranho, uma dominatrix.... Mas que Andrew pediu algo suave e doce.

Algo pontudo em seu rosto e mais uma risadinha fizeram olhos verdes, com tom semelhante a esmeralda e leves fios de ouro encararem a garota em seu colo. Seu olhar pousou na cauda próxima de sua bochecha e uma inspirada profunda significou que controlava o temperamento para não surtar.

- Saia. - Rosnou para a garota.

Aqueles olhos doces se marejaram e ela abaixou a cabeça enquanto saia de seu colo.

- Fiz algo errado? - sussurrou.

Culpa o golpeou em cheio e se sentou de súbito tocando a jovem ao seu lado, alguma coisa dizia que um abraço ajudaria, embora raramente o fizesse e não se sentia confortável com tal contato físico. Seus braços envolveram os ombros pequenos e frágeis puxando-a para si, embalando como se quem quer fosse, precisasse de proteção.

- Não fez. - Ele suspirou - Só não sei quem o que é você e porque está aqui.

- Mas você é o meu mestre.... - Uma fungada e os dedos finos nos olhos denunciou o choro. - Você quem me convocou.

- Para que exatamente? - dúvidas, muitas dúvidas pairavam no ar.

- Hã.... Eu sou um demônio sexual.... Minha função é te satisfazer. - As bochechas cheias coraram.

- Qual o seu nome?

- Jasmin - ela lhe deu um sorriso tímido.

Jasmin..., mas com cheiro de pêssego e baunilha.

Uma risada baixa escapou dos lábios de James, ele compreendia que o havia sido feito era sério, com uma tendência a ser perigoso e que com certeza Andrew socaria a cara dele por ser tão estúpido e ao ponto de seguir instruções de estranhos em New Orleans. Se sua mãe, uma grande bruxa que sempre o inspirou estivesse ali, ele com certeza estaria morto. Será que ao menos havia feito uma limpeza? Um banimento? Além dela, será que também apareceria outros por culpa de sua estupidez?

James sentiu novamente um corpo sobre o seu e os lábios dela encontraram os dele enquanto deslizava em seu colo, Jasmin sabia o fazia e tentava encobrir o nervosismo, até mesmo parecia uma jovem prestes a ser deflorada.... A ideia de tocar um demônio ainda virgem revirou seu estômago e uma leve inclinada com a cabeça permitiu que murmurasse:

- Quantos anos tem Jasmin?

- Sou muito jovem. - Admitiu com as bochechas vermelhas como as rosas no vaso ao lado da cama.

- Quantos anos? - grunhiu.

- Tenho 7 décadas. - Sussurrou encolhida.

Décadas...... A garota em seu colo tinha 70 anos e não parecia mais que 20. A voz melodiosa trazia lembranças das adolescentes do ensino médio, ainda que fosse um pouco mais fina e infantil do que era acostumado.

- Sabe que você é 40 anos mais que eu? - ele falou em tom risonho - Mas acredito que ainda seja um bebê perto das pes.... Demo.... Seja lá o que vocês sejam.

Uma risadinha e unhas estavam em seu rosto, em seguida deslizando por seu pescoço e levando a trilha até o cós de sua calça.

- Posso te mostrar o que esse bebê aqui sabe fazer. - a succubus mordiscou sua orelha e inspirou lentamente em seu pescoço.

- Vamos com calma que eu não sei nem mesmo o seu nome. - James segurou as mãos da garota tentando acalmar meu corpo e as reações instintivas aos toques.

- Poxa.... Eu já disse que me chamo Jasmin.

O rosto jovial fez bico e fez cara de emburrada.

- Igual uma criança....

Ela bufou.

- Pelo menos eu escuto o que a outra pessoa fala.

Um piscar de olhos surpresos e mais uma risada.

- Está ficando afiada demais pra quem é toda dócil.

O rosto angelical abriu um largo sorriso malicioso.

- Mas eu vim do inferno. - Sussurrou em seu ouvido - Acha mesmo que sou dócil?

A ponta da língua traçou o caminho da orelha ao maxilar definido do rapaz.

James nunca gostou de estar vulnerável, ou mesmo que alguém exercesse o mínimo controle sobre ele, ou seu corpo. Mas ali, com aquele demônio em seu colo vestida como se tivesse saído de uma casa de bonecas, aqueles jogos estavam divertidos e excitantes.

Então ele decidiu que brincar, seria ainda mais prazeroso.





No próximo capítulo teremos um mini hot, para quem se sente desconfortável, não agrega na história e pode ser pulado sem problemas. Lembrem-se que é uma história de demônios sexuais e que conteúdo sexual será comum.

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