4: O corvo da Akatsuki.

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Pouco depois

Após o clima estranho entre S/n e Orochimaru, a mesma aproveitou o pouquíssimo tempo que lhe restava antes de terem que partir para cuidar de si. A mesma se levantou da cama de lençóis azuis, e percorreu com pés desnudos em contato com os ladrilhos frios até adentrar um banheiro. Era simples, porém preservava as cores escuras e os detalhes egocêntricos do Lendário Sennin. Quadros e pinturas de serpentes eram o destaque do ambiente, o espelho refletia as expressões exaustas dela, as órbitas de seus olhos exibiam o cansaço e a dor que seu corpo sentia devido à Marca da Maldição.

Ao deixar as roupas simples e largas que suspeitava serem de Orochimaru caírem ao chão, abafou um riso baixo enquanto tentava imaginar o seu parceiro a cuidar com tanta ternura a ponto de a vestir, era engraçado para ela relembrar do semblante do homem-feito com uma certa admiração para si. A água do chuveiro em que entrou era fria, partes de seu corpo ainda reagindo aos toques do Sennin. Nos instantes em que se ensaboava, notou que onde ele mordeu ainda estava frágil, dolorido. As presas do adulto foram fundo e queimaram como chamas, lembrava da dor.

Quando saiu do chuveiro, com o corpo ainda contendo gotículas de água escorrendo por toda a superfície de sua pele, partes do corpo ficará rosado pelos toques brutos que ocasionou durante o banho. Mas a sensação de contentamento durou pouco, um tremor percorreu de sua nuca até os calcanhares. Ao se virar para encontrar o causador das más sensações, não encontrou nada além de quadros de serpentes. Vestiu as roupas do colega sob o corpo nu, encontrando o manto após uns instantes de busca.

No instante em que encontrou chakra de Orochimaru refugiado atrás de duas portas de madeira, se viu contida a abri-la ao ouvir seu nome sair da boca de algum garoto. Era fácil saber diferenciar as vozes, enquanto a do amigo era grave, mas em tons e sibilos ofídicos, o outro tinha uma dicção quase narrativa e persuasiva. As mãos se apoiaram sobre as maçanetas, as mesmas de metal frio bruscamente aberto, não que fosse interromper um dos dois. O garoto de cabelos brancos junto de mais velho não gostou de sua intromissão, os olhos cerrados em raiva por mais que tivesse um sorriso falso nos lábios.

- Quem é ela Orochimaru-sama? - Indagou firmemente ao seu superior, talvez ele exerce um ato cargo ao lado do Sennin, ao menos era o que S/n pensava do garoto

- Ela não lhe deve informações. - Respondeu com afinco, firmeza e serenidade, apenas para impor a vontade contra o garoto, que esperava a resposta do Senin.

- Exato, agora saia, Kabuto! - A voz de Orochimaru se elevou num breve instante, ao que parece, o mesmo não havia gostado da conversa que a pouco teve com o garoto.

- Tsc... - Kabuto semicerrou as pálpebras enquanto a observou de cima a baixo. Suspeitou que ele fosse ali dentro alguma forma de autoridade, ser contrariado por alguém de fora era algo que não estava em seus planos, mas não seria como o desejado.

- Temos de voltar a sede, devíamos ter voltado a mais tempo do que temos gasto. - Ao ter certeza de que o suposto Kabuto já não estava próximo, ela fechou as portas e se reclinou sobre elas e observou de canto o homem, o observar diretamente era mais difícil do que era de fato. - Qual o motivo daqueles olhares, Orochimaru?

- Eu não julgo que seja preciso responder isso. - A suposta feição de que se referia voltou: pálpebras abertas levemente, lábios pressionados em um sorriso lateral e meramente cortês. Ele já parecia preparado para retornar para a sede.

Alguns dias depois

O trajeto até ali deixou a inerente sensação de perigo se tornava cada vez menos existente ao lado do parceiro. Sabiam o que o outro faria sem ao menos se comunicarem. S/n gostava daquela química.

O Vermelho Da Akatsuki +18Onde histórias criam vida. Descubra agora