Capítulo 39

648 57 2
                                    

POV S/n

Ainda estava atordoada com o que aconteceu. Já havia amanhecido, e era possível contar quantos haviam perecido na batalha. O sangue de Gustavo ainda estava em minhas mãos, fui até a margem para lavar, a água percorreu meus dedos, levando a lembrança física da dor que estava sentindo. Ao meu redor, um antigo conhecido que havia virado um inimigo, e um amigo próximo que achava que conhecia bem, ambos imoveis, gelados. Ainda conseguia ver o sorriso de Gustavo segurando minha mão pela última vez. 

Os que estavam dentro da caverna saem, e meu pai acena com a cabeça. Foi feito, a flor foi destruída. Ele vem em minha direção, vê, e entende. Não contenho mais as lágrimas e deixo elas caírem, a única coisa que podia fazer agora era chorar. Ele me abraça e sinto que ele deixa algumas lágrimas escaparem também. Remus está sentando em uma pedra, vendo a a forte correnteza levar as folhas que caiam. 

Moody- Como esse morreu? 

Ele pergunta olhando para o meu antigo colega de escola. Eu e Remus nos entreolhamos, ele se levanta e vem minha direção. 

S/n- Eu~ a voz parece que ficou presa e limpo o rosto~ eu precisei. 

Moody olha surpreso em minha direção e olha para Remus. 

Remus- Ela precisou, se não ele a mataria. 

Moody- Devido as circunstancias, isso não será citado quando perguntarem sobre a missão. 

Assinto com a cabeça. Alastor Moody, o auror que enche Askabam, me absouveu. Não quero sair dali, sinto se voltar para a escola vou vê-lo em todos os cantos. Batendo a cabeça nos galhos baixos por ser a pessoa mais alta que conheci, as vezes rindo de entusiasmo por algum motivo, fazendo suas piadas ruins por saber que eu tenho um riso frouxo. 

Remus se aproxima e abre os braços, afundo minha cabeça em seu pescoço, ele cheira a coisa limpa, a segurança. Ele faz carinho no meu cabelo e beija o topo da minha cabeça. 

Remus- Precisamos ir. 

S/n- Não posso deixar ele aqui. 

???- Vamos leva-lo para escola. 

Olho para trás e alguns curupiras saem de trás das arvores. 

??- Já levamos os outros, e vamos leva-lo agora. 

Aceno com a cabeça. Abraço novamente Remus e ele dá as mãos ao meu pai. Aparatamos. 

Estamos em um dos corredores próximos a sala da diretora. 

Ben- Ela quer ver você. 

S/n- Precisa ser agora? 

Ben- Ela disse assim que voltássemos. 

Começamos a andar em direção a sua sala, meus pés doem, minhas costas também. Queria poder deitar e dormir, acordar quando tudo já tivesse passado, quando essa dor parasse. Mas acho que nunca vai parar de doer. 

Chegamos em sua sala e ela está sentada em sua cadeira lendo, seus olhos na ponta do nariz. Olha por cima dele quando entramos. Ela levanta e espera que mais alguém entre, mas a porta se fecha novamente só com nós cinco. 

Benedita- Minha querida ~ela abre os braços e eu a abraço~ Ele fará muita falta. 

Ela me solta e eu deixo mais uma lágrima escapar, ela a limpa com o polegar. Apesar da escola ser bem grande, ela consegue ser bem próxima de todos, todos a amam e a respeitam muito. Ela volta para detrás da mesa e abre uma gaveta. Tira um envelope de dentro selado com cera roxa, a cor favorita dele. Eu já entendo, as vezes ele era um pouco previsível, ele daria um jeito de ter a última palavra. 

A prima do Pontas {Remus Lupin × S/n} PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora