Oneshot: Byakuya Kuchiki X Oc ( Lê Aí vai❤)

Um conto fútil de amor

    A vida na Soul Society com seu complexo cenário político de imagem, pobreza e ataques constantes não era fácil para nenhuma criatura. Também não escapei dessa lista. Como uma mulher nascida num clã de criaturas infernais, viver era como ser torturada lentamente até meus suspiros finais. Pois ansiava pela morte, sofria, sentia, perdia-me, mas jamais encontrava o ápice de minha existência e tampouco a libertação. Respirar naquela carne que carregava a marca do enxofre nos ombros junto da história sombria que a moldava era meu castigo. Eu estava fadada a pagar pelos pecados de meus antepassados tanto em terra quanto no inferno. Havia sido treinada como uma assassina sádica e objetiva. Feita de arma pelos anciões durante a Guerra dos Mil Anos. Amadureci com as mãos imundas pelo mesmo rubro que iluminava meus olhos ameaçadores. Lembro que sempre estava com as mãos cortadas e tornozelos arroxeados pelas correntes da lança que se prendia nos mesmos. Costumava batalhar com as pernas, impulsionando o objeto cortante para dentro de corpos estranhos, quando se distraiam acertava cabeçadas até que perdessem a consciência. Era um tanto brutal. Raramente tinha noção se o sangue na minha boca me pertencia ou não. Meu método único de ataque aterrorizava até mesmo shinigamis de alta patente. Eu existia pelo sangue e nada mais. Porém, a guerra veio a se encerrar. Meus familiares foram condenados por terem atacado aliados durante os conflitos, executados em praça pública diante dos meus olhos. Aquele momento foi decisivo para que me tornasse o que sou hoje. Havia cerrado o punho em Shinda, minha lança que por vezes transforma-se em katana por estar embainhada, e avançado na direção de um dos "carrascos". Foi quando uma mulher de trança frontal e um haori de capitão me conteve com um mero golpe dotado com liberação de reiatsu. Kidous não funcionavam em mim. Contudo, aquela mulher paralisou todos os músculos do meu corpo com um só ataque e sorriu docemente. Havia uma ponta de escárnio naquele rosto lindo. A capitã se sentou ao lado de onde me mantive ajoelhada e quase estática, ignorando minha relutância.

__ Você não deveria se mexer tanto, Monsutateima. Vai acabar se ferindo. - aconselhou calmamente.

__ Que se dane, me segurar agora não vai resolver coisa alguma. Vai me soltar em algum momento e eu vou decepar cada uma de suas cabeças em nome dos meus irmãos. - Rebati friamente.

__ Você ainda consegue falar. É impressionante. Porém sua escolha de palavras é deplorável... - O Conselho decidiu poupar a vida dos membros mais jovens do seu clã, como forma de pagar com os erros que também cometeram ao usar crianças como vocês. Não precisa se acorrentar aos ideais da sua família assim como faz com sua lança. Você está presa nesse segundo, mas estará livre para fazer o que quiser pelo resto da sua vida. - A capitã explicou.

__ Ótimo, então vou gastar o resto dela presa no mugen por ter matado os treze capitães do Gotei. Inclusive você. - ameacei. - As correntes e eu nos damos bem. Feras andam aprisionadas por algum motivo.

__ Você diz coisas assustadoras para uma garotinha com uma energia tão gentil e que está literalmente indefesa agora. - a mais velha pronunciou. - Não me entenda errado, jovem. Não estou dizendo que não deve viver pelo sangue, mas se ameçar os aliados da Soul Society ou os membros da minha divisão mais uma vez... Eu mesma irei te eliminar impiedosamente. Desconsiderando minha empatia, não existe nada que me impeça de lhe mandar para perto dos seus adorados familiares.

__ Não entendi de que lado está. Quer ajudar, me assassinar, me aconselhar... Você me perturba um pouco. - admiti. - Seja direta.
- reclamei envergonhada, o rubor já dominava minhas bochechas.

__ Unohana, capitã da divisão quatro. É possível que tenha ouvido meu título como a antiga Kenpachi. - A mulher sorriu novamente.